quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Cheias no Zambeze II


Conheço Zambeze desde os dias de menino

Quando ambos pequeninos

Por essas alturas de embriaguês

Corriamos atrás dos pepinos

Que inocentes flutuavam no seu ventre


Me lembro como Zambeze se fazia grande

Inundava bananeiras e papaeiras

Inundava crocodilos

E ria-se às gargalhas

Zombando a pequenês dos hippos


Eramos ambos pequeninos

E nas lareiras das noites chuvosas

Agasalhados pelo frio

Nos contavam histórias distantes

Das brincadeiras do Zambeze


Zambeze cresce todas vezes

Cresce todos dias

Basta que o coveiro anuncie a sepultura do Dezembro

Basta o sol de Janeiro nascer

Zambeze cresce

Cresce desde o tempo que éramos ambos pequeninos

Desde até antes de existirmos


Hoje Zambeze cresceu

E o povo esqueceu

Que Zambeze cresce todos dias

Basta que o coveiro anuncie a sepultura do Dezembro

Basta o sol de Janeiro nascer

Zambeze cresce

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