quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CELEBRANDO OS 50 ANOS DO PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA I

O acampamento do Chitengo vai praticamente “parar” amanhã Sexta feira, para dar lugar à festa de celebração dos 50 anos do PNG, organizada pela direcção para os trabalhadores.

Em 23 de Julho, como foi largamente publicitado, o Parque fez 50 anos de existência. Para Chitengo vieram vários convidados para testemunhar esse marco importante para o Parque, destacando-se a presença de Fernando Sumbana ministro do turismo que na altura também inaugorou o novíssimo C.E.C-Centro de Educação Comunitária construido com o apoio do Governo Português. Oque não foi possível na altura, foi proporcionar aos trabalhadores no geral(verdadeiros donos do Parque) um dia de festa e é justamente isso que vai acontecer amanhã.
Estou ansioso.

Nelson Livingston(Renatus)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O planeta pode estar a perder a coluna vertebral da biodiversidade


26.10.2010 - 22:09 
Por Teresa Firmino

A primeira grande avaliação à escala global da taxa de declínio dos vertebrados concluiu que a Terra pode estar a perder a coluna vertebral da biodiversidade. Quase um quinto de todas as espécies de vertebrados tem o estatuto de “quase ameaçadas” no Livro Vermelho da União Internacional para a Conservação da Natureza. Além disso, uma média de 52 espécies de mamíferos, aves e anfíbios sobem todos os anos uma categoria no estatuto de conservação que as aproxima da extinção.

Estas são algumas das conclusões de uma avaliação do estatuto dos vertebrados a nível mundial, liderada por Michael Hoffmann, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Estiveram envolvidos 174 cientistas, de 115 instituições e 38 países, que publicam hoje esta investigação na edição online da revista Science. Na mesma edição é também publicada uma análise global de vários estudos sobre biodiversidade, feita por uma equipa de 23 cientistas de nove países, liderada pelo português Henrique Miguel Pereira, do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e por Paul Leadley, da Universidade Paris-Sul (ver texto “Cientistas propõem criação de um painel para a biodiversidade”).

O estudo coordenado por Michael Hoffmann utilizou informação existente no Livro Vermelho sobre 25 mil espécies de vertebrados (mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes), para ver se o seu estatuto de conservação sofreu alterações ao longo do tempo. Em termos de extinção, esse estatuto é classificado segundo as categorias de “pouco preocupante”, “quase ameaçado”, “vulnerável”, “em perigo”, “criticamente em perigo”, “extinto na natureza” ou “extinto”.

Ora, 20 por cento dos vertebrados de todo o mundo estão hoje classificados como “quase ameaçados” – incluindo 25 por cento de todos os mamíferos, 13 por cento das aves, 22 dos répteis, 41 dos anfíbios, 33 dos peixes cartilaginosos e 15 dos peixes com ossos. Embora os vertebrados sejam apenas três por cento de todas as espécies da Terra, sublinha um dos vários comunicados de imprensa sobre esta avaliação, eles representam papéis vitais nos seus ecossistemas e têm grande importância cultural e económica para os seres humanos.

“A ‘coluna vertebral’ da biodiversidade está a ser erodida”, lamenta o famoso biólogo norte-americano Edward O. Wilson, da Universidade de Harvard, citado num dos comunicados. “Um pequeno passo para cima no Livro Vermelho é um grande passo em direcção à extinção. Esta é apenas uma pequena janela para as perdas globais que actualmente estão a ocorrer.”

Os vertebrados nas regiões tropicais, em particular no Sudoeste asiático, são os que têm conhecido o declínio mais acentuado. A expansão agrícola, o corte de árvores e a caça estão entre as principais causas desse declínio.

Nem tudo é mau. A avaliação também sublinha que as perdas e o declínio teriam sido cerca de 20 por cento piores se não tivessem sido postas em prática acções de protecção das espécies em risco. Os esforços de conservação têm sido mais eficazes no combate às espécies invasoras do que na luta contra a perda de habitats ou a caça.

E a avaliação realça 64 exemplos de mamíferos, aves e anfíbios que tiveram melhorias graças a acções de conservação, incluindo três espécies que tinham sido dadas como extintas na natureza (o condor da Califórnia e o furão de patas negras, nos Estados Unidos, e o cavalo de Przewalski, na China e Mongólia) e estão em recuperação.

Fonte:  PÚBLICO.PT

MOZAL- Fecalismo a céu aberto

Canal de Correspondência, por Nachingweya 2020*
Opinião e cidadania

‘Vezes há em que calar é mentir’ Miguel de Unamuno

A Mozal é uma sociedade constituída entre:
- Governo Moçambicano: 3,85%
- IDC- RSA: 24,04%
-Mitsubishi Corp., Japão: 24,04%
-BHPBilliton: 47,11%
e tem por objectivo produzir 560 000 tpa (toneladas por ano) de Alumínio a partir de alumina. A alumina é importada da Austrália, a electricidade da África do Sul e o produto final é exportado em ‘toros’, digo, lingotes para a Europa. Algum troco, dejectos e emissões diluem-se em Moçambique.
A indústria encontra-se implantada na área de Beluluane, cerca de 20 Km da cidade de Maputo (~2 000 000 habitantes). Beluluane localiza-se na Província de Maputo e tem estatuto de zona industrial franca.
A produção de alumínio caracteriza-se pelo uso intensivo de electricidade e é a fonte antropogénica mais saliente de emissão de substâncias poluentes do meio ambiente, responsáveis pela destruição da camada de ozono e, por essa razão, nocivas à vida humana, animal e vegetal. Entre as substâncias emitidas destacam-se os PFCs, perfluorcarbonos, CF4 e C2F6. O tempo de vida útil no ambiente destas substâncias é, respectivamente, de 50 000 e 10 000 anos. Cada kilograma de CF4 equivale a 6 500 Kilogramas de dióxido de Carbono (CO2) e cada kilograma de C2F6 a 9200 Kg de CO2. Em contas redondas isto quer dizer que se a Mozal emitir 250 toneladas de perfluorcarbonos essa quantidade equivale a mais de 2 000 000 toneladas de dióxido de Carbono.
Para mitigação dos efeitos negativos das inevitáveis emissões, existem nas fábricas de alumínio, dispositivos de captura, reutilização e filtragem de uma porção das substâncias libertadas. São as centrais de TRATAMENTO DE FUMOS (CTF) e são estes dispositivos que a Mozal vai reabilitar em breve isolando-os por completo da cadeia de produção por um período aproximado de 170 dias. Mais de 4000 horas.
Isto quer dizer que as substâncias que NECESSITAM de tratamento antes de serem emitidas para o ar serão, durante mais de 4000 horas e de modo contínuo, ‘defecadas a céu aberto’, sem qualquer espécie de preservativo ambiental. Com Licença, i.e., autorização competente emitida pelo accionista minoritário do empreendimento na sua capacidade de também administrador dos interesses da República de Moçambique e gestor do Bem Comum do seu Povo, ou seja, o Governo.
Ainda que se suspeite, a avaliar pela ‘juba’ com que os representantes do Governo decretam a inocência dos flúores, carbonos e enxofres da Mozal, não se consegue apurar se o accionista minoritário tomou a decisão de autorizar o processo esmagado pela indubitável maioria qualificada de parceiros mais musculados (mais soberanos?!) em conselho de direcção ou se, ofuscado pelo encaixe financeiro, prefere sacrificar (por um tempo apenas?) o seu único Povo.
Segundo dados na internet os CTFs que ao fim de dez anos (apenas) de operação vão agora beneficiar de reabilitação, foram executados com a participação da multinacional KENTZ - Engenheiros e Construtores (http://www.kentz.com) num contrato de 25 MZAR (milhões de Randes) em 2000.
Ao que as informações – escassas, muito escassas – sobre a reabilitação indicam, o projecto está orçado em 10 MUSD (milhões de dólares americanos) quase 75 MZAR e quando concluído, diz-se, nunca mais a fábrica operará em regime de bypass … para a atmosfera.
Partindo do pressuposto assegurado pelos proponentes de que a intervenção resulta do desgaste normal dos CTF após 10 anos de operação, não é, à partida, crível que situações de ‘fecalismo a céu aberto’ como a actualmente consentida não voltem a ocorrer para trabalhos de manutenção/reparação/reabilitação dos CTF pois toda a obra de engenharia possui um ciclo de vida.
A não ser que nesta reabilitação se preveja um CTF suplementar que possibilite intervenções nos CTF principais de serviço sem necessidade de emissão directa de poluentes para a atmosfera. Quer dizer, um ‘bypass’ contornando o dispositivo objecto de intervenção para outro de igual finalidade. Talvez menos oneroso porque de reserva.
Esta parece ser uma configuração muito aceitável, económica, técnica e ambientalmente sustentável. Exequível com recurso a engenharia muito elementar. Chega a intrigar como a hipótese não foi considerada nem no projecto original (Mozal I) nem na expansão (Mozal II). OU, DE FACTO, OS CTFs SÓ ESTAVAM DIMENSIONADOS PARA A MOZAL I COM POSSIBILIDADE DE INTERMUTABILIDADE EM CASO DE NECESSIDADE ??? (Fica a pergunta).
A avaliar pelos números acima referidos como custos de instalação e reabilitação (25 e 75 MZAR respectivamente) os CTFs vão, após reabilitação, beneficiar de um nível de investimento 3 vezes superior ao da instalação inicial. Pela certa que daí resultarão melhorias de tratamento dos fumos! Bom. Para accionistas do empreendimento, trabalhadores, vida humana, fauna, microrganismos e flora.
Mas estas 4000 horas de partículas, poeiras e gases flúorinados mais outras porcarias, assustam.
Será que, como afirmam os representantes da Mozal repetidos, reiterados e ecoados pelos do Governo da República e os de alguma academia menos comprometida com a verdade e rigor científicos, foram mesmo esgotadas todas as possibilidades técnicas de, no interesse dos sócios da fábrica, se continuar a produzir sem contornar o potencial de prejudicar irreversivelmente a saúde ambiental em redor?
Ciente do bem que fazem à balança comercial nacional a eventual distribuição de dividendos na e as exportações de lingotes alumínio (apesar de, como na madeira em toro e brevemente no carvão, partirem sem nenhum valor acrescentado), associo-me aos concidadãos preocupados com os danos resultantes de uma operação desta indústria – a maior em território nacional – sem tratamento de fumos.
Se, por um lado, não tenho dúvidas de que uma paralisação da fábrica para a reparação dos CTF é contrária ao interesse capital dos accionistas (o GdM incluso) que é a amortização de investimentos, a maximização de lucros e a distribuição de dividendos, por outro, ganha corpo a hipótese de que, NUMA OBRA DE ENGENHARIA DE NÍVEL TECNOLÓGICO E IDADE DA MOZAL, A NECESSIDADE DE PARALISAÇÃO SIMULTÂNEA DOS DOIS CTF POR 4000 HORAS PODE DECORRER DE ERROS ORIGINAIS DE DESENHO, DIMENSIONAMENTO OU DE CONSTRUÇÃO DOS DISPOSITIVOS.
Seja qual for a verdade, os esforços de todos devem ser capitalizados na defesa da saúde do ambiente ao mesmo tempo que se mantém a contribuição desta indústria no PIB moçambicano. E, porque sou parte interessada, apelo:
1- À Mozal:

Apesar de já autorizada pelo Governo a operar em regime de bypass,
a) Que continue a pesquisar uma solução técnica menos onerosa para o planeta. (Estou-me a referir à contribuição desta operação para o aquecimento global).
b) Que publique durante um mês em jornal de grande circulação os sumários executivos dos estudos de impacto ambiental (EIA) efectuados para esta operação. Mesmo que esta não seja prática legislada, a suspeita de contaminação da única ‘comodidade’ que não é facturada – o ar – justifica-o.

2- Ao Governo:

Consciente de que governar bem é a habilidade de em cada momento combinar o maior volume de bem possível com o menor volume de inevitável mal na gestão dos negócios públicos,
a) Menos arrogância e mais responsabilidade nos argumentos sobre esta operação e sobre sustentabilidade ambiental em geral. Começa a mostrar-se difícil manter a crença de que a defesa do absurdo (do tipo ‘as árvores não me deixam ver a floresta’) evidenciado pelos oficiais do governo advenha apenas de ingenuidade.
b) Promoção insistente de capacitação dos oficiais nos domínios científicos do ‘portfolio’ que administram. É embaraçosa e embaraçante a ignorância com que se fazem, em público, algumas comparações entre os efeitos de diferentes tipos de emissões antropogénicas.

3- Às organizações ambientalistas e sociedade civil:

Sem perder de vista de que Moçambique precisa deste tipo de empreendimentos industriais,
a) Actuação com mais coordenação e persistência.
b) Mobilização, em representação da sociedade civil, de mecanismos de financiamento [junto, por exemplo, do G19 (doadores)] para um Estudo de Impacto Ambiental Independente para esta operação específica da Mozal. Um documento tal sustentaria com propriedade qualquer petição até ao nível das Nações Unidas.
c) Preparação dos termos de referência desse EIA independente.
Por último lembro que de danos ao ambiente somos todos vítimas: mandantes, amigos, inimigos e cúmplices.
Obrigado
PS.: Desde que há uns anos ouvi o PM dizer que, por força do estatuto de Zona Franca de Beluluane, não podia intervir num conflito entre trabalhadores e a entidade patronal na MOZAL, não sei se os 3,85% do GdM foram realizados ou se se vão realizando sob a forma de benefícios fiscais, cedências e mais cedências. 

(*) pseudónimo

Fonte: http:Canalmoz-Maputo-2010-10-26 06:23:00

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mistérios da máfia nas águas do rio Chire

Terça, 26 Outubro 2010 09:02 

No último sábado as autoridades moçambicanas, neste caso particular a Polícia da República de Moçambique (PRM), na Zambézia, apreendeu um navio, onde viajavam quatro estrangeiros, sendo três malawianos e um sulafricano.
Declarações proferidas pelo Comandante Provincial da PRM na Zambézia, Manuel Filimão Zandamela, à RM, esta segunda-feira, dão conta de que o navio vinha de Marromeu, mas entrou nas águas da província da Zambézia, através do rio Chire sem autorização das autoridades marítimas desta parcela do país.
Embora curto e sem mais detalhes, Zandamela apenas disse que investigações estão sendo feitas para apurar o que é que o navio estava a procura nas águas do Chire sem autorização. Dos tripulantes, um deles era adido militar sul-africano dai que de acordo com o comandante, este foi solto. 
Que propósito tinha o navio? 
Fontes bem próximas da PRM na Zambézia, disseram que o navio estava a procura de ovos de crocodilo, e ninguém sabe dizer para que fins. Segundo ainda as mesmas fontes este caso não é novo, pelo menos na Zambézia.
Num passado não muito distante, um outro navio, cuja proveniência as fontes não quiserem revelar, foi neutralizado nas águas desta província, mas o assunto não saiu fora. “Há muitos casos destes, mas não saem para fora”- dizem as nossas fontes em jeito de desabafo.
Os mistérios da máfia 
Este caso aconteceu no sábado, portanto dia 23 do corrente mês, em Chire, que dista a mais ou menos 200 quilómetros da vila sede distrital de Morrumbala e outros 200 Km para cidade de Quelimane, capital da província.
Mas pelo espanto de tudo e todos, a resolução do assunto foi num abrir e fechar de olhos. É que no mesmo sábado, após as autoridades zambezianas terem comunicado aos superiores hierárquicos na capital do país sobre o assunto, já no domingo, portanto, dia seguinte, foram emitidas passagens aéreas para os tripulantes do navio, mais dois agentes do ministério do Interior, sendo um agente da Polícia de Investigação Criminal (PIC) e outro dos Serviços Provinciais da Migração da Zambézia, para acompanharem os tripulantes do navio do Chire.
Isto cheira a máfia, porque ao nível dos círculos que bem entendem a matéria, incluindo até as altas patentes na PRM, estão indignados e não entendem o porquê do caso ser investigado em Maputo e não em Quelimane.
E não só, as fontes que não quiseram dar a cara, temendo represálias, também questionam a flexibilidade que o caso teve, até serem emitidas passagens aéreas até a capital do pais. “Custa entender quais as reais motivações dos tripulantes do navio, visto que num abrir e fechar de olhos, os mesmos foram evacuados para Maputo de avião” - lamentam para depois questionarem que “aqui na província não há possibilidades de investigar este caso até esclarecer”.
E não só de acordo ainda com estas fontes, houve muitos casos que necessitavam de irem se investigar em Maputo, mas o ministério sempre alegou falta de fundos para suportar despesas, mas por este caso que se deu no sábado, já houve dinheiro para suportar as passagens aéreas de seis pessoas.
Porque falou o comandante e não o porta-voz? 
Um outro cheiro nauseabundo que afoga aos bem entendidos na matéria é pelo facto de vir em público o Comandante Provincial da PRM na Zambézia, Manuel Zandamela, ao invés do habitual porta-voz, Ernesto Serrote.
Segundo a visão de uns, a aparição de Zandamela, deve ter alguma coisa por trás, visto que já houve casos que necessitavam o aparecimento do comandante provincial, mas este sempre mandou o seu porta-voz para dar a cara.
Mas neste caso em que foi apreendido um navio e os tripulantes foram evacuados a Maputo em fracção de segundos, veio ele próprio falar do que terá acontecido. Só que este seu aparecer em público, o Comandante não disse à RM que os tripulantes foram evacuados a Maputo para as tais investigações.
Isto só cheira a máfia grande e vale a pena recuar e lembrar a letra da música do jovem Edson da Luz, mais conhecido por Azagaia, quando diz que este país, funciona como motor de cocaína. 
Fonte: @verdade/DZ 
Meu comment: O meu povo vive especulando, e não é sem motivos!

MAIS BÚFALOS A CAMINHO DA GORONGOSA

Chegam dentro de dias ao Parque Nacional da Gorongosa, búfalos a serem translocados da Reserva de Caça Marromeu.
Depois de ter recebido, num passado recente, búfalos, elefantes, hipopótamos do Kruger National Park , na África do Sul.
Vai ser pela primeira vez nessa fase de restauração, que o Parque recebe animais provenientes de dentro do território nacional.
Comportando fases de captura, testagem e transporte, trata-se duma operação extremamente complexa e onerosa, envolvendo uma equipa técnica diversificada e o facto dos animais serem dessa vez provenientes de bem mais perto comparativamente à Kruger Park não vai torná-la assim tão simples.
A logística para a operação já mexe com Chitengo todo, mas de forma especial, mexe com o pessoal do Departamento da Conservação.

Nelson Livingston(Renatus)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Consultor do Banco Mundial aconselha o Governo a não construir edifícios monumentais

Paul Collier recomenda aposta na construção de hospitais, escolas e casas de baixa renda para trabalhadores, promovendo o emprego e habitação para os cidadãos – um grave problema no país. Defendeu que isso também incentivaria o envolvimento de empresas nacionais pois os empreiteiros contratados para o efeito seriam nacionais, devido à dimensão das obras, e empregariam moçambicanos.
O consultor do Banco Mundial para a região da África, Paul Collier, aconselha o Governo moçambicano a deixar de fazer “obras monumentais” e a apostar na construção de hospitais, escolas e casas de baixa renda para trabalhadores, promovendo o emprego e habitação para os cidadãos.
Esta afirmação surge num momento em que o Governo opta em contratar empreiteiros chineses para erguer obras de Estado de grandes dimensões, mas sem finalidade produtiva, nem úteis para impulsionar o desenvolvimento. Só nas construções recentes, destacam-se o edifício do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a sede da Procuradoria Geral da República, o Palácio da Justiça da cidade de Maputo, o Centro de Conferências Joaquim Chissano, entre outros empreendimentos de grandes dimensões, sem fins lucrativos e portanto incapazes de gerar a reposição do investimento.
Collier falava na semana finda num encontro promovido pelo Banco de Moçambique e Ministério da Planificação e Desenvolvimento, subordinado ao tema “Desafios para o Crescimento Económico em Moçambique”. Disse que com a construção de infra-estruturas sociais básicas e casas para trabalhadores de rendimento baixo, o Governo sairia a ganhar duas vezes. Primeiro, os empreiteiros contratados para o efeito seriam nacionais, devido à dimensão das obras, e empregariam moçambicanos. Segundo iriam permitir resolver o problema de habitação com que os moçambicanos se debatem.
“Não construam monumentos nem pirâmides porque isso vai-vos obrigar a recorrer a empreiteiros internacionais. Façam infra-estruturas simples e resolvam os problemas básicos dos vossos cidadãos. Não é um edifício de 40 andares que vai resolver o problema de emprego e de falta de habitação no país’’, disse Collier defendendo que as estruturas pesadas de um país como Moçambique devem ser “portos, caminhos-de-ferro, guindastes e estações de geração de energia, água, etc.”
Para o quadro do Banco Mundial que estamos a citar, o dinheiro gasto na construção de infra-estruturas gigantescas que nascem a cada dia na cidade de Maputo, devia gerar emprego, através de contratação de empreiteiros locais para construção de obras de pequena dimensão, mas úteis para o país.
Paul Collier disse ainda que o Governo tem possibilidades de ir ao Banco Mundial pedir dinheiro para vir implementar estes projectos, mas alertou que, neste momento, os países ricos não têm dinheiro e é preciso olhar para o empreendimento nacional. Explicou que existem bancos comerciais que providenciam o capital e buscam retorno.
Neste contexto, aproveitou para explicar que qualquer empréstimo que é feito deve ser pago. O Fundo Monetário Internacional diz que toda a dívida deve ser paga e não haverá nenhum perdão da dívida nos próximos tempos. O perdão do jubileu terminou em 2000 e só poderá ser feito noutro milénio’’, disse o consultor do Banco Mundial para a região da África, Paul Collier, a concluir. 

FONTE:

PESSOAS DA GORONGOSA: Um blog novo sobre Gorongosa!

Pessoas da Gorongosa é o título de um blog novo da autoria de Domingos Muala, igualmente autor do Nganu za Gorongosa.
Segundo o autor, pretende-se com o blog, "abordar a Gorongosa não apenas como um conceito geográfico confinado aos limites do distrito que responde pelo mesmo nome, mas uma Gorongosa humana que corresponde ao povo que viveu, vive e luta por sobreviver no vasto conjunto ecológico que responde pelo nome de Ecossistema da Gorongosa", e naturalmente todos os condimentos que fazem a "existência" desses povos. Riquíssimo em imagens, Pessoas da Gorongosa é um canto que ajuda a viver a Gorongosa mesmo estando bem distante dela.

domingo, 24 de outubro de 2010

Os problemas da Agricultura


Uma auditoria ao sector agrário em Moçambique, entre 2007 e 2009, produzida para a Inspecção Geral de Finanças (IGF) por uma firma de consultoria, concluiu que o Ministério da Agricultura está a desempenhar um papel para o qual as instituições que congrega não estão preparadas. 
Para além desta conclusão, este estudo apresenta outras conclusões importantes que permitem perceber melhor por que a Agricultura está a chacinar ministro atrás de ministro, nos anos mais recentes, e até nos mais longínquos da nossa independência.
Apesar de fortes e importantes, as conclusões desta auditoria não são surpreendentes.  Reflectem, na prática, o que o senso do mais comum dos cidadãos imaginava – o Ministério da Agricultura não está estrutural e funcionalmente preparado para a dimensão das responsabilidades que se lhe colocam. É aterrador ouvir isso 35 anos depois da Independência, mas é a verdade política que se impunha para, em definitivo, fazer-se o volte-face.
Algumas das conclusões do estudo revelam fragilidades organizacionais que já não se esperam em instituições como ministérios e desmistificam os números com que os sucessivos titulares da pasta da Agricultura se escudavam, em diversos fóruns. Por exemplo, conclui o estudo que no Sector Agrário não existe um conhecimento fiável sobre a produção ou o rendimento das culturas. Não é possível avaliar os efeitos das acções implementadas relativamente aos aumentos da produção e rendimento porque o Estado não sabe sequer a quantos camponeses distribui os insumos agrícolas.
Por outras palavras, o MINAG não é capaz de responder à pergunta sobre que resultados alcança com os fundos que recebe, pela simples razão de que não tem um sistema eficaz de recolha e processamento de informação. Por conseguinte, não tem dados  sobre a evolução da produtividade das culturas, não tem evidências sobre a produção e rendimentos do sector familiar, que representa 97% dos agricultores. Não é, em última análise, possível analisar a eficácia e eficiência do seu trabalho, pela inexistência de informação que associe os recursos com os resultados e o impacto, quer do ProAgri quer do PAPA.
Quer isto dizer que, ao contrário do que sucede noutros sectores, o problema do MINAG não é a falta de dinheiro. Aliás, um dos pontos fortes que a auditoria atribui ao MINAG é que tem estado a aumentar os recursos que lhe são atribuídos para cobrir planos, programas e projectos, bem como a sua capacidade de atrair fundos externos. O seu problema é, antes, de gestão ineficiente dos recursos que recebe para os seus projectos de desenvolvimento. É indicativo disso o facto de a utilização do orçamento para as províncias ser muito baixa, tendo sido 36% em 2007, 68% em 2008 e 59% em 2009, existindo grandes diferenças na percentagem de execução entre as províncias.
Esta Auditoria de desempenho teve enfoque no período 2007-2009. Este período foi caracterizado por uma forte ênfase na introdução da Estratégia da “Revolução Verde” e do seu plano operacional, o chamado PAPA (Plano de Acção para a Produção de Alimentos). Este programa abrange os anos agrários de 2008/9, 2009/10 e 2010/11. Quer dizer, a auditoria foi feita no período (que deveria ser) de pico de incidência da grande bandeira política do Presidente Guebuza – o PAPA tem que atingir os seus resultados máximos no próximo ano -, o mesmo que dizer que foi feita na fase em que devia estar a dar os resultados. Mas não só não está a dar esses resultados, como mostra que dificilmente, no actual contexto, pode dar, por tantas vezes que se repita a expressão Revolução Verde, em comícios, pelo menos no contexto dos objectivos de uma Revolução Verde: promover o aumento da produção e produtividade dos pequenos produtores, para uma maior oferta de alimentos de forma competitiva e sustentável.
Tudo porque a realidade trazida por esta auditoria na abordagem ao tema aumento da produção e da produtividade é de bradar os céus e deve ter assustado o próprio Presidente Guebuza. Com efeito, na moderna Agricultura, a produtividade é assegurada pelo recurso a insumos agrícolas e à investigação científica. Na Revolução Verde de Moçambique, apenas 5% dos produtores, dos 3.3 milhões de explorações agrícolas existentes no país, usa sementes melhoradas e fertilizantes, e muitos destes poucos são produtores de tabaco e não de alimentos; 2% dos agricultores utilizam tractores e 11% tracção animal. O grosso dos agricultores continua a fazer agricultura com cabo de enxada e com preces para o divino ajudar no final da colheita. Assim, não há Revolução Verde que resista(e nem ministro, já agora)!
Mais: a extensão agrária, um braço importante para promover a produtividade agrária no país, tem uma desoladora abrangência de menos de 5% dos produtores, o que quer dizer que a maioria dos agricultores nunca viu um extensionista na sua machamba. A auditoria desmistifica outra mentira habitual dos números dos governantes sobre esta matéria: a imagem do impacto dos serviços de extensão é distorcida, pelo facto dos relatórios de desempenho tenderem a inflacionar a abrangência do sistema
Mas também a auditoria detectou deficiências gravíssimas nos actuais sistemas de planeamento e orçamentação. Os Fundos do ProAgri normalmente não estão disponíveis no período agrário com maior intensidade, de Janeiro a Abril, isto é, numa altura em que são mais necessários. Isto porque um novo orçamento anual não é geralmente aprovado antes de meados do segundo trimestre pela Assembleia da República. Isso significa que o ano agrícola entra em conflito formal com o ano económico.
Para lá de tudo, a auditoria da Eurosis aponta igualmente fraquezas no controlo da receita: a recuperação do crédito de semente, na campanha 2008/09, foi inferior a 1%, e por mais que custe aos funcionários da área, não chega explicar isso pela falta de cultura ou hábito de pagamento de serviços prestados pelo Estado.
Estes dado são tão importantes quão preocupantes porquanto o Sector Agrário é um dos sectores prioritários do Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA). Sem resultados na Agricultura, não é possível falar em combate à pobreza. E as conclusões desta auditoria mostram que não há resultados na Agricultura, o MINAG e os Institutos subordinados e tutelados não praticam uma Gestão por Resultados.
Por isso, o novo ministro da Agricultura, antes da Revolução Verde, o grande desafio que tem é fazer uma revolução institucional no sector. Se persistir no erro dos seus predecessores de colocar a andar uma máquina avariada, sem antes a reparar, não durará. Ou pelo menos, não fará diferença.

sábado, 23 de outubro de 2010

NGANU ZA GORONGOSA NA VOZ DO AUTOR


Domingos Muala, autor do Nganu za Gorongosa, é amigo e colega no Projecto de Restauração do Parque Nacional da Gorongosa. Aqui no Chitengo ele é uma espécie de abelha obreira “metido” quase com todos e tudo que faz parte da vida do acampamento. Domingos gosta de trabalhar em comunidades enriquecendo-se de saberes que só lá se podem colher. Conversar com ele é simplesmente agradável e eu não perco por nada a opurtunidade de trocar umas ideias com ele. No dia 20 de Outubro fez mais um ano de vida e usei isso como pretexto para uma entrevista onde pretendia especialmente, saber mais acerca da sua obra recentemente publicada, Nganu za Gorongosa. 
Eis a conversa que tivemos:

  MEU MUNDO:Dum modo geral qual é a sensação de ter um livro publicado? 
DOMINGOS MUALA:Victória para o povo residente na grande Gorongosa. Seu entender do mundo já vai além Gorongosa em papeis impressos como o saber de qualquer povo "civilizado" com história, cultura, percepção do mundo por ai em diante. 

M.M:Quando e como nasce seu interesse pelos contos da Gorongosa? 
D.M:O meu interesse nasce a partir da altura em que notei que a sabedoria local, de tão rica que é, já começa a não fazer parte do interesse da nova geração. A nova geração já não tem muito tempo de sentar com os detentores do saber tradicional local para apreender-lhes o legado cultural. Senti a necessidade urgente de encontrar uma forma de levar a ´escola à volta da fogueira´ para os novos ambientes onde os saberes são adquiridos. 
M.M:Dum modo geral que importância tem essa obra para os diferentes estratos sociais?
D.M:Os Contos da Gorongosa (titulo de livro em português) ajuda a perceber a origem e a povoação da Gorongosa. Dá a saber como eram as relações sócio-ecológicas quando havia pouca gente na antiga Gorongosa.
M.M:Até que ponto Nganu za Gorongosa pode ser considerado uma feramenta que ajude a entender o ser e estar do Magorongozi?
D.M:Se leres a sabedoria transmitida pelo Samatenje, o líder espiritual mais influente na Gorongosa, facilmente poderás perceber como o nativo da Gorongosa se une fielmente aos ideias dos seus antepassados. Se leres a história contada pelo régulo Canda, facilmente poderás perceber como é que os régulos, os líderes máximos dos regulados, eram escolhidos, são escolhidos agora. Se leres a sabedoria transmitida pelo régulo Tambarara facilmente poderás perceber a espititualidade do nativo e a forte crença que tem da protecção dos seus antepassados omnipresentes. Portanto, estou a tentar dar alguns exemplos que acredito ajudam a perceber o modo de ser e estar do homem nativo da Gorongosa. Mas ao longo dos textos deparar-se-á com mais situações que ajudam a entender o biológico, espiritual e o transcendal do duma ou simplesmente nativo da Gorongosa.
M.M:Que relação se pode estabelecer entre os saberes incorporados nos contos e a vivência actual nas comunidades de Gorongosa?
D.M:Cada época tem seus desafios que, não reproduzindo exactamente o passado como foi, trazem-nos novos elementos que conjugados com o que de positivo houve no passado perfaz uma convivência mais harmoniosa. Ou simplesmente os contos centralizam a essencial da vida em torno dos mais velhos. Que os casamentos sejam da escolha dos pais, por exemplo, e que a noiva ou noivo sejam escolhidos pelos pais pode não se ajustar à sociedade heterogénea actual. Mas o essencial mantém-se: que os cantos são uma grande fonte de sabedoria e inspiração das convivências actuais isto é sem dúvidas uma verdade. 
M.M:Partindo do princípio que nem todos contos “colectado” fazem parte da obra, que critérios foram usados para a seleção?
D.M:Na verdade recolhemos mais de 200 contos em comunidades diferentes da Serra da Gorongosa. Tivemos a paciência de transcrever todos. A escolha foi nos muito difícil. Um dos critérios foi pegar nos contos que a maior parte da comunidade partilha. Depois tivemos de ver os contos que transitam os três regulados da Serra. Isto é, contos que as três comunidades contaram embora cada uma aumentasse um ponto e subtraísse. Depois tivemos de ver o valor cultural, sócio-ecológico, histórico e didáctico de cada conto. De facto foram vários os critérios usados para chegarmos a ter este punhado. Se tivermos mais oportunidades poderemos trazer mais e mais contos recolhidos para as mãos dos que gostam de ligar-se ao passado para verem melhor onde vão.
M.M:Existe algum que considere seu conto preferido? Porque?
D.M:Depende da perspectiva em que eu tomar. Ou seja, ponho na cabeça a perspectiva ecológica diria que o conto “Há muito tempo havia gigantes” seria meu conto preferido pois mostra que há muito tempo nenhum humano vivia na Serra. Nesse tempo a Serra era mais “sagrada” e o sistema ecológico funcionava harmoniosamente a maneira que a natureza o desenhou. Muitos riachos tinha água abundante e que circulava todo o ano. Essa água esteve na origem da diversidade ecológica da região da Gorongosa e fez com o Parque nacional da Gorongosa tivesse tanta riqueza de animais muito saudáveis. Se levo outra perspectiva direi que o conto Two Magic Sticks ajudava-me a perceber as grandes dificuldades que uma mulher enfrenta numa sociedade patrilinear. Mas, se levo uma perspectiva de professor escolho o conto O caçador e a cobra que ensina que não podemos viver tratar os irracionais como racionais por mais bondosos que os irracionais pareçam, não deixarão de ser irracionais. Este conto tem muitas lições a dar. Outra é perseverança nos actos bons embora seja difícl. Portanto, depende da perspectiva que o Nelson quiser que eu tome poderei escolher um conto para tal.
M.M:Que impacto se espera na comunidade académica da Vila da Gorongosa.
D.M:Que é bom lutar por emancipar também a componente das convivências sociais locais. Reconhecer que uma comunidade é conhecida quando se tem informação sobre ela. A Gorongosa não apenas tem um grande Parque e muita terra fértil, mas também tem humanos que têm uma maneira particular de perceber, lidar-se e sobreviver no solo que seus antepassados os deixaram.
M.M:Fala-se da falta de hábito de leitura em Moçambique. Concorda? Se sim quais seriam os factores e como corrigir?
D.M:Acho que falta de hábito de leitura existe em muitas comunidades pobres do mundo inteiro. Não é fácil alguém que não tem certeza se vai almoçar ou jantar, queimar tempo a ler. O mais natural neste caso é atender as necessidades biológicas mais primárias como a fome, o sono, o prazer sexual, o vestir e menos as necessidades espirituais como a leitura e cultura do espírito. Acho que as pessoas vão corrigindo à medida que tem certeza de que já podem alimentar o espírito pois o corpo, no qual o espírito vive, tem os elementos necessários à sua existência sadia. E claro, vamos promovendo hábitos de leitura quando temos acesso aos livros para ler mesmo que não seja para passar por uma avaliação.
M.M:Acredita que livros como Nganu za Gorongosa são a grande porta para que os jovens se interessem pela literatura?
D.M:Acho que dão um contributo. Muitas das vezes temos livros que falam sobre outros povos, culturas, etc, e poucas vezes temos acesso a um livro no qual um vizinho partilha connosco a sua sabedoria. O Nganu za Gorongosa é esse livro no qual pessoas vivas, que se cruzam connosco todos os dias têm suas fotos ao lado da sabedoria que transmitiram eternamente. Acho que é um orgulho alguém poder partilhar o que sabe com o resto do mundo dentro e fora da comunidade.
M.M:Fez a dias(20 de Outubro) mais um ano de vida, tem um livro publicado, certamente que tem um filho e já plantou uma árvore, algum sonho ainda por realizar?
D.M:Poder ajudar o ecossistema da Gorongosa a organizar e documentar o seu vasto saber em livros de sabores diferentes. Estou a terminar reconstruir a história do Chitengo a fase de Chitengo pessoa até a fase de Chitengo acampamento turístico do Parque. Estou igualmente a terminar uma outra versão do saber das comunidades à volta da Serra da Gorongosa em um livro. E Claro, já pode ler uma gama de crónicas que desde 2008 tenho vindo a escrever sobre esta região, a restauração do Parque da Gorongosa, a naturalmente as comunidades à volta do Parque.  
M.M:Obrigado pela entrevista! Gostaria de deixar alguma mensagem para quem quiser saber mais sobre Nganu za Gorongosa?
D.M:Como obra inaugural, gostava de saber a reacção dos leitores. Com base nas sugestões, comentários, etc, poderemos melhorar o serviço ao público amante da Gorongosa. Então, depois de termos a certeza de que temos comida, onde dormir, o que vestir e talvez uma companheira, vamos ler os Nganus za Gorongosa e depois dar o nosso comentário para melhores obras futuras.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Moçambique é o maior exportador informal de milho da África Austral

Hoje "cruzei-me" aqui  com a notícia que se segue e achei simplesmente interessante.

Apesar de ser um país com um défice crónico de alimentos, Moçambique regista as maiores exportações informais de cereais na África Austral, indica o Relatório de Avaliação da Situação de Segurança Alimentar e Nutricional em Moçambique.

Segundo o Relatório do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) do Ministério da Agricultura, "Moçambique lidera a lista de exportações informais de milho, com 54 por cento de exportações regionais para Malawi (11,887 toneladas métricas), Zâmbia (943) e Zimbabué (uma tonelada), com um acumulado de cerca de 14,000 toneladas métricas de Abril a Junho do ano corrente".

Durante o ano passado, foram vendidas por produtores informais moçambicanos 33 mil toneladas métricas de milho aos países vizinhos, contra apenas 20 mil do segundo maior exportador informal, Malawi, e 10 mil do terceiro, Zâmbia.

O centro e o norte de Moçambique são as duas regiões do país que mais comércio informal transfronteiriço de milho realizam, apontando-se as dificuldades de acesso ao mercado interno como a principal razão da situação.

"O fluxo normal dos produtos agrícolas comercializados no país é no sentido norte e centro (zonas produtivas), para a zona sul (zona consumidora) e também para os países vizinhos, através do comércio transfronteiriço", lê-se no Relatório SETSAN.

O documento aponta para um crescimento na produção de cereais na ordem de 3,9 por cento, para 2.917.529 toneladas de cereais, em 2011, dos quais 2.188.544 toneladas de milho e 282.000 toneladas de arroz.

Nas leguminosas estima-se uma produção de 436.430 toneladas, um crescimento de 3,6 porcento, e a mandioca 10.661.499 toneladas.

Um total de 350 mil pessoas precisam de assistência alimentar urgente e de sementes agrícolas, em 67 distritos de Moçambique, até chegarem às próximas colheitas, a partir de Março de 2010, de acordo com a mesma avaliação.
Fonte: RM/Angop

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CONVITE

O Parque Nacional da Gorongosa vai estar presente, no stand de  Moçambique (AF410), em Londres no WTM(World Travel Market), que terá lugar de 8 a 11 de Novembro no ExCel London(*).
 No dia 10 de Novembro, às 16:00, "Africa’s Lost Eden", o filme da National Geographic sobre o Projecto de Restauração da Gorongosa vai ser exibido na ExCel North Gallery, Room 17.
 "Africa's Lost Eden" ganhou recentemente o "Gold Dolphin Award" em França, no "Cannes Corporate Media and TV Awards", na categoria  "Environmental and Ecology". Desde que foi exibido em Washington DC, no passado mês de Abril, o filme tem sido premiado em diversos Festivais de Cinema: Alemanha (Grande Prémio), Estados-Unidos, Canada, Brasil, Roménia, Portugal (Grande Prémio), Letónia (Grande Prémio), Irlanda, Sérvia (Grande Prémio) e África do Sul. 

(*) ExCeL London fica situado em "London's Docklands" na zona Este de Londres, próximo de Canary Wharf

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

DO CHITENGO ONDE MORO: carta para Mariazinha XXII

Olá Mariazinha!
As culpas por não teres notícias daqui devem agora ser repartidas por “duas aldeias”. A minha e a do René que também tem a obrigação de te escrever. Eu vou fazer a minha parte.
O verão chegou e agressivamente. O calor é intenso oque gera frequentemente cansaço e mã disposição. Dizem que há grandes chuvas esse ano mas é apenas previsão e pode não acontecer.
Mariazinha, vão mexer com a nossa constituição. A dita lei mãe. Parece que tem gente que acha isso importante e prioritário(urgente) e estão mexendo com tudo e todos para que seja já agora na segunda sessão da AR. Importante até talves seja amiga amiga mas urgente como estão a fazer parecer não sei se é e o pior ainda é que ninguém já veio dizer claramente oque se pretende rever e porque. Em linhas gerais fala-se de "acesso a uma justiça célere e justa; modernizar a estrutura burocrática no país e fazer com que o texto constitucional tenha melhor arrumação, sistematização e seja mais congruente” oque para mim é muito pouco. Falar de rever a constituição para termos uma “justiça célere e justa” por exemplo é muita malandrice pois num fim do dia é a falta de meios técnicos e financeiros é que muitas vezes se mostra ser a pedra de tropeço. Há quem talvés em brincadeira, disse que a revisão da CR é urgente para se definir o conceito bancada parlamentar sob risco de nas próximas eleições algum partido conseguir um único deputado e reclamar o direito de formar uma bancada. Veja só Mariazinha como falta seriedade nos nossos compatriotas!
Os que são contra, alegam os custos que isso pode acaretar numa altura em que se fala e muito de medidas de contenção de custos. Bem vamos lá esperar para ver só como a coisa termina.
Mariazinha, houveram mexidas de vulto na constituição do governo. Sei que já deves ter ouvido falar disso mas não tens ideia como o assunto continua “alimentando” as conversas do povo. Destaca-se a “queda” de Ivo Garido da Saúde e a mudança de Pacheco do MINT para o turbulento MINAGRI. Nos dois casos fica-se sem entender bem as razões. Maior divergência surge no caso de Ivo que para uns era o bonzinho e para outros o mauzinho. No caso do Pacheco não se entende oque ele fez bem no MINT que garantisse ao PR que no MINAGRI fará ainda melhor. Se é pelo facto de ser agrónomo que lhe levam para lá ainda se perguntam porque não o puseram lá logo a primeira. Essas e muitas outras questões são levantadas enquanto os maldosos chegam a dizer que essas mexidas são ainda resultados das violentas manifestações de 1 e 2 de Setembro. Eu não sei.
A terminar, notícias bem daqui. Está aberto um concurso para operadores turísticos que estejam interessados em explorar algumas das 7 áreas com alta potencialidade turística dentro do Parque Nacional da Gorongosa. Um aturado trabalhado vinha sendo feito na identificação das áreas, avaliação das reais potencialidades e actividade turísticas por desenvolver em cada área e na semana passada foi finalmente lançado o concurso público.
Bem vou ficar por aqui
Abraço forte de Chitengo 
P.S:Veja oque o René me manda escrever

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Os produtores de miséria

As mexidas que o PR efectuou na sua equipa governativa, na semana passada, continuam a dar que falar. Ivo Garido é oque mais diverge a opnião pública. Uns completamente a favor da medida do PR e outros totalmente contra. Mia Couto deixou ficar no jornal O PAÍS a sua opnião em relação à mexida


Num festival de música do Brasil, ainda em tempo de ditadura, venceu uma canção de Chico Buarque chamada “A banda”. A letra era singela e quase inócua com o estribilho, sugerindo a nossa condição de espectadores da vida dos outros, na janela da nossa existência, vendo a banda passar. A canção que perdeu a favor de Chico era um espécie de hino contra a repressão da autoria de Geraldo Vandré. Recordo a letra dessa outra canção: (…) pelos campos fome em grandes plantações”. Estava ali, numa poesia cruel, algo que só podia ser dito assim: a fome, muitas vezes, cultiva-se.

Também se cultivam olhares e formas de pensar. Por exemplo, nós insistimos em olhar para o país como um casa de família. Há um pai, a mãe, os tios, os primos. E nós, os filhos, que olham para cima, quando se trata de decidir e olhamos para o lado, quando se trata de pedir contas. Aprendizes cegos da obediência, capazes de refilar contra os excessos da autoridade paterna, mas prontos a puxar lustro aos sapatos dos mais velhos, sempre que dessa submissão resultar algum ganho.

Na lógica familiar a grande figura do pai é inquestionável. Que filho lhe pede contas? E que homem (sim, porque é de um homem que se fala na sociedade patriarcal que é a nossa) que homem acredita ter que prestar contas perante a assembleia da família. Se nem sequer a esposa se dá a si mesma a importância de exigir explicação sobre os comandos do seu digníssimo esposo? Quando, em Maputo, ocorreram os motins (outros chamar-lhe-ão para sempre de “manifestações”) os revoltosos queixavam-se mais como filhos do que como cidadãos. O discurso de muitos era apelativo e, falando na televisão, diziam literalmente: “estamos à espera da resposta do nosso pai. “

Esta visão doméstica do país que somos é carinhosa e dá conta de um sentimento familiar que muito nos pode ajudar, enquanto nação em construção. Mas esta visão entra em choque com aquilo que a modernidade pode esperar de nós. Não seremos país se mantivermos essa familiaridade no tratamento das coisas do Estado. Uma família tem lógicas de gestão e de poder que não aplicáveis a países e governos. Os chefes de família não se escolhem por eleições. Nem são demitidos. Nem prestam contas. A privacidade da família pode sugerir compadrios, segredos e conluios.

Fique claro: enquanto filhos da mesma pátria, os moçambicanos devem ser uma família. Aliás, já são. Há que entender, porém, que a governação é um outro assunto. E quando se trata de assuntos de Estado não somos parentes: são cidadãos. Em lugar do espaço doméstico da família necessitamos do espaço democrático da cidadania.

Tudo isto vem a propósito das recentes nomeações ministeriais. Das mexidas no Governo, como lhe chamou a imprensa. Devo dizer, antes de mais, que aprovo essa movimentação. A questão essencial, porém, não são as pessoas. Por muito que as pessoas possam produzir diferença, a verdade é que necessitamos de sair dessa visão pessoalista e voluntarista.

A pergunta a fazer, para mim, é outra: que programas de trabalho esses novos dirigentes vão implementar? Que ideias novas criaram para situações velhas e novas? Numa palavra, o desafio é este: esses governantes vão, de facto, governar? Parece um jogo de palavras, mas não é. Desde há um tempo que se assumiu que a política comandava, em Moçambique, o exercício da governação. Nada de grave até aqui. Para uns, todavia, isso significou pura e simplesmente que o partido comandava o Governo, não no sentido de traçar as directivas políticas dentro das quais se esperaria que o Governo funcionasse. Mas no sentido da lógica política ser tomada como uma lógica de gestão. O chefe do Governo assume que um super-governo (que é o partido no poder) lhe deve dizer o que fazer no exercício quotidiano da sua função. Esta lógica de subordinação pode matar a governação. O governante espera pelo “camarada Secretário”. O governador aguarda por orientações partidárias. O administrador de distrito espera pela palavra de Secretário Distrital. O que sucedeu nos tumultos do mês passado é revelador: quando se esperava que o governo surgisse a público, surgiu o partido. É bom que os partidos surjam e digam coisas (se forem coisas com sentido), mas há que separar águas de discurso e, sobretudo, as águas de intervenção. O grande desafio da nossa governação não será vencido pela troca de actores. Pode mesmo trocar todo o Governo e nada de novo acontecer. Porque uma coisa é verdade e não apenas desculpa de ocasião do actual elenco: o contexto mundial é difícil e as carências nossas de hoje são as mesmas de muitas nações do mundo. Contudo, há países que estão dando resposta. E há os que vão cultivando mais fome que verdura. Urge revermos a relação entre o quadro político e a execução governativa. É urgente adoptar um pensamento criador, inventivo e capaz de superar a superficialidade da palavra de ordem. Tomemos, por exemplo, a agricultura. A “Revolução verde” não chegará sequer à condição de uma mudança esverdeada se não se enfrentar o câncro da terra com donos improdutivos, fazendo de um recurso vital um trampolim de especulação financeira. Para além de lavrar, é preciso varrer. É preciso limpar esse factor impeditivo. Pode o governo fazer isso? Gostaria muito que acontecesse, mas ficaria surpreso se fôssemos capazes. Porque, muitas das vezes, esses donos parasitas são gente de grande peso político. Este é um exemplo de como o lema do combate contra a pobreza nem sempre se cumpre com a necessária coerência. Porque há, entre nós, quem seja produtor de pobreza. Bastaria que parássemos de apoiar esses produtores para sermos todos um pouco mais ricos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

NGANU ZA GORONGOSA, Um Livro de Todos Nós

Foi divulgada na manhã dessa Segunda Feira, aqui no acampamento do Chitengo, a publicação do livro NGANU ZA GORONGOSA(Tales from Gorongosa) da autoria de Domingos Muala e Virlana Tkacz , NGANU ZA GORONGOSA é uma interessante colecção de contos, contendo a sabedoria ancestral das comunidades que vivem ao redor da Serra da Gorongosa. A montanha lhes é sagrada. Nela moram os mais variados segredos e filosofias da vida e a alma de suas múltiplas existências.
Apesar de sacudidos pelos ventos da modernidade, os saberes antigos ainda fazem parte do cotidiano dos velhos que chamam o monte Gorongosa de casa e, como ficou provado, anseiam transmití-los a novas gerações.
Em Agosto e Setembro de 2009, Domingos Muala e Virlana Tkacz foram diariamente às comunidades e ouviram histórias acerca da montanha e do povo que lá mora.
Nascido no Chinde, Zambézia, Domingos lecionou português e Inglês na Escola Secundária na Vila da Gorongosa, antes de se juntar à equipa do Projecto de restauração do Parque Nacional da Gorongosa onde estuda as tradições, costumes e crenças do povo que vive na Grande Gorongosa. Amante das letras e dotado de profundos conhecimentos socio-culturaus das comunidades de Gorongosa, Domingos está actualmente a escrever a história do Chitengo, o acampamento do Parque Nacional da Gorongosa.
Virlana Tkacz é escritora, tradutora e directora artística da Yara Arts Group, uma companhia de teatro residente, do La MaMa Experimental Theatre em Nova York.
Acompanhados de uma boa dose de poesia, mais do que simplesmente serem lidos, os NGANU ZA GORONGOSA são para serem vividos, e só tira maior proveito deles, quem despido de preconceitos, souber mergulhar- se nas profundezas das filosofias de vida que eles encerram. É uma excelente ferramenta para entender o ser e estar dos Magorongozi e nós que com eles, por força dos destinos compartilhamos de forma intensa as multifacetadas convivências, temos por obrigação entender-lhes a cosmovisão e não nos podiamos valer de ferramenta melhor que NGANU ZA GORONGOSA. É aqui que cheguei à conclusão que o livro é de todos nós.
Parabéns aos autores especialmente ao professor Domingos com quem tenho a possibilidade de interagir e colher subsídios para cada conto que faz o NGANU ZA GORONGOSA

COITADO DO SOARES NHACA, EU BEM LHE AVISEI !!!!

A grande notícia dessa semana é sem dúvida a mexida que o P.R fez no seu governo. Cabe legitimamente ao P.R fazer mexidas do género sempre que pelos objectivos que estabeleceu e pretende alcançar, achar necessário. Há quem diga que essas mudanças ou a necessidades de operá-las deviam “roçar” a expectativa do povo que foi responsável por levar esse governo ao poder. As verdades e "verdadeiras causas" da mexida só o P.R verdadeiramente as conhece embora muitos achem que podiam ser tornadas públicas para evitar a onda de expeculação que anda por ai e eu cá me pergunto se o blog do Sr. Presidente não seria um óptimo espaço de interacção com o "maravilhoso povo" sobre a questão.

Umas das vítimas da mexida é Soares Nhacas antigo ministro da "conturbada" Agricultura, e isso me trouxe à memória, um texto que aqui publiquei, reagindo à forma eufórica como Nhaca entrara. Só para refrescar, eis o texto na íntegra, publicado em 12 de Janeiro 2008:

SOARES NHACA VAI MUDAR A AGRICULTURA MOÇAMBICANA

Na última edição do semanário o país, de acordo com Soares Nhaca, o recentemente nomeado ministro da agricultura, o sector que a menos de um mês dirige, vai mudar. Nos argumentos dessa mudança parece residir a razão da exoneração dos seus antecessores. Nhaca diz que a agricultura vai “se tornar um sector que produz renda e que contribua para o desenvolvimento económico e social do país” porque ele vai “cumprir rigorosamente as orientações do Governo e do partido no sentido da agricultura moçambicana”
Urge questionar. Será que os antecessores não cumpriram “rigorosamente” as orientações do Governo e do partido? Se não cumpriram, porque não? Será que existem e estão claras essas orientações do Governo e do partido no sentido da agricultura?
Que se lembre Nhaca que não basta querer mudar.
Que se lembre Nhaca que a euforia dos primeiros dias não é suficiente. Que se lembre Nhaca que está diante dum ministério e que todos os elementos devem estar sintonizados para que a mudança aconteça. Que lembre Nhaca que há “sabotadores” de mudanças que as vezes tem de ser exonerados em massa para “criar nova dinâmica”
Nhaca diz também que dentro de 6 meses Moçambique terá biocumbustível processado da jatrofa.
Que lembre Nhaca que essa fábrica será resultado do trabalho iniciado pelos seus antecessores e não apenas do seu eufórico desejo de mudar a agricultura, e que usando um pouco de humildade faça questão de mencionar isso.
Mudanças todos queremos mas habituados à discursos dissociado de acção, promessas não cumpridas, há espaço sim para esse cepticismo. Quando o presidente Armando Gebuza formou seu governo, nomeou os governadores vimos e ouvimos coisas, “fogo de palha”. Uma das mais forte foi a de Idelfonso Mwanantata que prometerá consultas médicas para emprestar os seus conhecimentos de médico ao hospital provincial de Tete. Por detrás dessa oferta/promessa, estava o desconhecimento das responsabilidades que lhe aguardavam como governador. Não será o caso de Soares Nhaca? Pode ter sido um bom sindicalista, um bom governador, um bom vice ministro de trabalho, mas ministro de agricultura é outra coisa. Que o digam seus antecessores. Ao Soares Nhaca peço que tenha calma. Que deixe as mudanças falarem por si próprias.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

MEXIDAS NO GOVERNO

O PRESIDENTE da República, Armando Guebuza, exonerou ontem, em Maputo, quatro ministros e um reitor, remodelando deste modo o Governo. Assim, em despachos separados, o Chefe do Estado nomeou José Condungua António Pacheco para o cargo de Ministro da Agricultura, Alberto Ricardo Mondlane para a pasta de Ministro do Interior, Alexandre Lourenço Jaime Manguele, para Ministro da Saúde e Armando Inroga, para o cargo de Ministro da Indústria e Comércio.
Maputo,


Num outro despacho, o Presidente Guebuza exonerou José Condungua Pacheco do cargo de Ministro do Interior, Paulo Ivo Albasini Teixeira Garrido do cargo de Ministro da Saúde, António Fernando do cargo de Ministro da Indústria e Comércio, Soares Bonhaza Nhaca, do cargo de Ministro da Agricultura e Alberto Ricardo Mondlane, do cargo de Reitor da Academia de Ciências Policiais.

José Pacheco, agrário de formação, dentre vários cargos que desempenhou no passado no Governo foi vice-ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural (1995 -97), Governador de Cabo Delgado (1997-2005). Era titular da pasta do Interior desde o primeiro mandato de Armando Guebuza.

Alberto Mondlane era Reitor da ACIPOL há precisamente um ano, cargo a que ascendeu depois de cerca uma década como vice-reitor. Com a patente de Primeiro-Adjunto de Comissário de Polícia, o novo ministro formou-se na área na Alemanha, depois de admitido nas forças policiais em 1974. Fez parte do primeiro grupo de jovens formados na área policial em Nachingweia, na Tanzania. É licenciado em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane, onde fez o mestrado em Ciências Jurídicas.

Alexandre Lourenço Jaime Manguele, médico de profissão e especialista em Saúde Pública, é quadro da Saúde há vários anos, tendo desempenhado, entre outros cargos, os cargos de director dos hospitais provinciais de Manica (onde também foi médico-chefe) e de Cabo Delgado, director nacional de Saúde e inspector-geral do Ministério. Até à data da sua nomeação Manguele era vereador da Saúde e Acção Social no Conselho Municipal da Cidade de Maputo.
Armando Inroga é um economista com notoriedade na nossa praça, presidente da Associação Moçambicana de Economistas (AMECON). Para além de consultor, era docente na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane.

Fonte:Notícias, Terça-Feira, 12 de Outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

VOCÊ É INSUBSTITUÍVEL


O TEXTO ASSEGUIR ME CAIU NO EMAIL ESSA MANHÃ E ACHEI-O MUITO INTERESSANTE

Se o pato perde a pata, ele fica viúvo ou aleijado ?

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.
Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: "ninguém é insubstituível" .
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.
Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça.
Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim.
-E Beethoven ?
- Como? - o encara o diretor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
Silêncio.....
O funcionário fala então:
- Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.
Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.
Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Jetc...
Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.
Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus 'erros/ deficiências' .
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo , se Picasso era instável , Caymmi preguiçoso , Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico ...
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.
Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Se seu gerente/coordenador , ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder/ técnico, que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter n otas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.
Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres, nem sexo, nem chefes nem subordinados . . . apenas peças.
Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões "foi pra outras moradas". Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: "Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para sub stituí-lo, chamamos:... . Ninguém ... pois nosso Zaca é insubstituível"
Portanto nunca esqueça: Você é um talento único... com toda certeza ninguém te substituirá!
"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso."
"No mundo sempre existirão pessoas que vão te amar pelo que você é..., e outras..., que vão te odiar pelo mesmo motivo..., acostume-se a isso..., com muita paz de espírito. ..".
É bom para reflectir e se valorizar!

Boa Semana de trabalho ... INSUBSTITUÍVEL!!!!!