quinta-feira, 6 de junho de 2013

Chitengo aos 05 de Junho de 2013

Querida Gilé, minha terra adoptiva!
Sabes que já não está lá muito na moda e soa a muito antiquado essa coisa de escrever cartas, entretanto, completas hoje, mais um ano desde que te acharam adulta o suficiente para seres chamada de vila, e esse é um pretexto suficientemente grande para eu quebre essa coisa de xixismos instantâneos de sms ou postagens no facebook, e te faça uma carta de verdade como nos nossos tempos. Saudades daqueles tempos hein Gilé?
Embora volvidas hoje quase duas decadas, trago bem frescas as memórias dos 3 anos que passamos juntos. Lembro, como se fosse hoje, por exemplo, a tarde poeirenta em que nos vimos pela primeira vez. Eu acabara de chegar e na bagagem, trazia muita juventude e sonhos. Muita vida para viver e compartilhar. Era primeira vez que deixava o convívio familiar e me aventurava nos primeiros passos da vida de adulto. Como podia eu imaginar que uma longa história de grandes e eternas amizades estava prestes a ser escrita? Como podia imaginar que eu me apaixonaria pela tua beleza natural e pela bondade de sua gente? Como saberia que as amizades que nossa convivência produziram, resitiriam ao teste do tempo e do espaço?
Os primeiros dias foram naturalmente difíceis. Tinha que me adaptar à um sem número de novas realidades. A língua, o frio montanhoso, as comidas típicas, etc, etc. As primeiras amizades vieram do meu trabalho como professor. A Equipa de professores da EP2 era composta de jovens sonhadores como eu e foi relativamente fácil me aliar à todos eles. Depois conheci o resto do teu povo. Aprendi a conversar com as mamãs que trabalhavam a terra e dela tiravam os mais diversos sabores. Conheci os vendedores do mercado, os grandes comerciantes que se aventuravam à Nampula em busca de novidades. Conheci os homens das pedras preciosas que faziam a vida procurando e vendendo as melhores turmalinas, esmeraldas, que se podiam encontrar. Deves lembrar a febre que era essa coisa de venda de pedras preciosas. Quantas vezes não me vi obrigado a emprestar o meu inglês para mediar os negócios preciosos?
O tempo passou e nos descobrimos. Nos conhecemos e nos habituamos. Quando chegou a despedida, lembras como foi difícil deixar-te? A alegria dos dias que tinhamos passados juntos, as lições que a vida nos tinha ensinado, e a certeza que te levava para sempre no coração, foi oque me enxugou as lágrimas da despedida. Pela frente me esperavam novas experiências em novas paragens.
Das amizades que fiz, a mais marcante foi com certeza a dupla de irmãos Genito e Derito com quem felizmente nunca me separei de verdade. As distâncias físicas não conseguiram nunca nos separam, e aos longo desses anos até chegamos a passar juntos as festas do natal e do ano novo. Como podes imaginar, eram momentos para revivermos as aventuras do Gilé. A albertina não cabe nos espaço de amizades porque como sabes, ela foi muito mais que amiga. Foi com ela que te entendi Gilé, que descobri os segredos que te fazem única Gilé.
Dentre os meus alunos ficaram também grandes amizades. O Rui Paqueliua é disso um exemplo. A dupla Duartina e Avelina, hoje mulheres feitas, ainda se lembra dos tempo que me chamavam de professor Livingston. Com os irmãos Munveres nos cruzamos através do facebook e sempre que possível, nos lembramos daqueles dias no teu seio. Os irmãos Natalino e Célio Barnete também andam por perto. Com eles procuro desnferujar o pouco lomué que me resta entre os dentes.
Gilé minha querida, com essas parcas palavras, hoje voltei a ti. Voltei sim porque impiedoso, o tempo não parou, e o mundo deu as suas voltas.
Voltei às memórias agradáveis dos dia que passamos juntos e deixamos que a vida nos ensinasse a ser adultos. Voltei à tua gente carinhosa, à generosidade agrícola do vovô Ângelo e aos sorrisos dos meninos das catanhas de caju.
Voltei às margens do rio Molócue onde aos fins de tardes juntos cobiçávamos a alegria das águas deluídas em corpos tatuados de desejos proibidos. Sei que te lembras que era onde purificavamos as almas juvenis enquanto esperávamos a noite chegar.
Voltei às bandas de Nahavara onde furtiva e simultaneamente juntos caçávamos e pescávamos, artes que nos vinha impregnada nas veias virgens onde nosso sangue fervia.
Voltei à Moneia, onde se gabavam belezas divinas e nós profanos, na inocência do tempo, violávamos os santuários e raptávamos ss sacerdotisas raptávamos para rituais privados.
Voltei ao Nantroveia e Chapaeia, onde os sabores eram misturados, antes de fermentarem as mentes que destilavam depois, os mais cândidos versos, escritos nas estrelas do teu céu virgem.
Voltei às tuas ruas Gilé, onde nossas vozes hoje consagradas, se desafinavam e desafiavam o canto das floresta, onde a profissão de professor se confundia com a paixão dos professores. É nessa hora Albertina, minha nostalgia entra em cena Gilé ecomo ondas suaves acariciando a praia, uma vaga de lembranças me inundam o coração.
Ainda que seja apenas na loucura dessas palavras, voltei minha querida Gilé. Voltei para te desejar um feliz aniversário.
Deixe-me ficar com a promessa de um dia voltar a nos vermos. Sei que muita coisa mudou em ti e vou querer ver com meus próprios olhos.
Daqui da conturbada Gorongosa vai um abraço temperado de muitas saudades. Feliz 5 de Junho!


Nelson Livingston

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Vamos ter paciência por favor!


Para os que já se queixam do “silêncio” do governo em relação às acusações que pesam sobre um dos  seus membros, José Pacheco, não acham que um assunto “bicudo” como esse carece de cautelas, investigação aturada, antes de se dizer seja lá oque for? Caso para dizer: Vamos ter paciência por favor! 
Não vá essa nossa cega "sede" por justiça atrapalhar tudo.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Mais uma declaração não séria????


“Diz o artigo 245º do nosso Código Civil que a declaração não séria, feita na expectativa de que a falta de seriedade não seja desconhecida, carece de qualquer efeito. Está-se aqui a falar de situações em que um individuo, emite uma declaração não coincidente com a sua vontade real, mas sem intuito de enganar qualquer pessoa. Nestes casos, o autor da declaração está convencido que receptor da mesma se apercebe do carácter não sério da declaração havendo mesmo a expectativa dele de que tais declarações não sejam tomadas a sério.”



A moda antiga da blogosfera, li e com muito interesse o Declarações não sérias publicado por Julio Mutisse nos seu Ideias Subversivas que apesar da “morte da blogosfera”, continua vivo e tão subversivo como sempre foi, aliás o nome não é um mero enfeite.

Da “prosa” toda, me interessou onde Mutisse nos “aconselha” a não levarmos a sério as declarações do nosso Procurador Geral da República segundo as quais “alguns magistrados e advogados são serviçais do crime organizado”. Motivos robustos são apresentados para não nos deixarmos levar por declarações não sérias como essa.

Agora, na onda do propalado relatório publicado recentemente pela Agência de Investigação Ambiental, organização não-governamental do Reino Unido, denunciando a exploração ilegal de madeira por empresas chinesas com conivência de altos quadros do governo moçambicano, a Procuradoria Geral da República na voz do procurador-geral adjunto, Taíbo Mucobora anunciou que vai lançar nos próximos dias uma investigação ao suposto envolvimento do ministro da Agricultura, José Pacheco, implicado pelo tal relatório no contrabando de madeira.

Se nos lembrarmos da forma como a MESMA PGR “tratou” o caso SEMLEX que involvia o MESMO José Pacheco, na altura ministro do interior, será que dá para levar a sério essa tal investigação ao suposto envolvimento do ministro da Agricultura, ou podemos ir prevendo o desfecho:

"A investigação foi concluída. Não há indicação do seu envolvimento no negócio nem situação de contrabando de madeira".

foto retirada daqui

quarta-feira, 15 de agosto de 2012


Me sugeriram a leitura e reflexão do texto abaixo, de Egídio Guilherme Vaz Raposo, que já circula em vários cantos da internet. Um texto que realmente vale a pena ler e reflectir seriamente a volta das questões que o autor levanta. Título de meu.

"O que é uma GRAÇA? GRAÇA significa por outras palavras, FAVOR DESMERECIDO. Nas relações políticas não há graça; portanto não existe favor desmerecido de ninguém para ninguém. Logo, não há graça que venha de quem nos governa nem de nós, povo, cidadãos, para quem nos governa. O estado e o governo são as únicas entidades modernas do mundo com direito sancionado pelo constitucionalismo local e global para explorar o homem pois trata-se de uma EXPLORAÇÃO DO HOMEM-PELO-HOMEM MITIGADA à luz do contrato social que vigora entre o povo e estas duas entidades. Cidadãos conscientes dos seus direitos não pedem aos seus governantes nada. Pelo contrário, EXIGEM deles, pois o contrato social prevê deveres, obrigações e direitos de ambos lados. NÃO HÁ NADA QUE O POVO RECEBA DE GRAÇA DO GOVERNO OU ESTADO! E o povo não deve nada aos governantes; pelo contrário! Um dos desafios que o nosso país enfrenta é o acesso a informação pelos cidadãos capaz de os permitir exercer com competência os demais deveres e direitos constitucionalmente garantidos. Por causa desta falta de informação, em “Nangade ou Funhalouro”, o povo; os cidadãos NÃO sabem que o poço ou furo abertos e inaugurados pelo Administrador local não são uma graça, portanto, favor desmerecido dos governos destes pontos para os povos destes pontos do país; pelo contrário, é o seu dever, cujo cumprimento já vem tarde. O ESTADO; o Governo, exploradores legais do povo moçambicano, educam este mesmo povo a ver toda obra por ela feita como uma benfeitoria sua; UMA GRAÇA e por esta via, obrigado a dizer OBRIGADO GOVERNO [porque trouxe-nos isto ou aquilo]! As cidadãs em Majune ou Chimuara não sabem que dar luz em casa por falta de hospitais com condições não é seu destino ou castigo por estarem longe de Morumbala ou perto de um; pelo contrário, é resultado do incumprimento por incapacidade ou impossibilidade do Governo suprir as necessidades sufragadas em pleitos eleitorais. Choro de tristeza quando vejo ou ouço em mensagens ou discursos de cidadãos sofridos a PEDIR algo ao Presidente da República ou Governador qualquer, bens essenciais como água, estrada ou hospitais durante as presidências abertas ou comícios similares. Por falta de informação estes Não sabem que GRAÇA é um favor desmerecido e que eles nada devem a estes; antes pelo contrário, eles não fazem nada mais senão cumprir o seu dever. O dever de governar bem. Nesta ordem de ideias, EXIGIR seria a palavra que devia substituir o PEDIR. O povo moçambicano não deve pedir nada a mais nenhum governante. Pelo contrário, DEVE EXIGIR de qualquer governante as promessas eleitorais de acordo com as competências de cada um deles. Porque assim estará a exercer seus direitos, da mesma forma que este cobra impostos ao cidadão ou o sanciona em caso de incumprimento. CRITICAR o governo deverá ser um exercício normal, perante o incumprimento das promessas eleitorais ou quando más decisões são tomadas. Quando o governo ou estado cumpre com as promessas eleitorais, ou faz boas coisas, o povo, o cidadão deve ver isto como normal, previsível, obrigação legal, prevista no contrato social. Pelo contrário, devemos todos zangar, gritar e censurar, quando elementos que compõem estas entidades roubam, não cumprem com as promessas eleitorais, ou chamam os outros de tagarelas ou coisa parecida. Sinto dores quando vejo um povo roubado oferecer a um político ovos. Em sociedades normais, não devia ser o povo sofrido, pobre, juntar os poucos ovos de uma comunidade para oferecer o “chefe”, em sinal de “reconhecimento” quando este visita uma aldeia, comunidade ou distrito! E este chefe, nestas condições, devia ter vergonha suficiente e por isso agradecer o gesto e imediatamente devolver os ovos coletados pelos seus caciques! Quantas vezes não vemos nós administradores distritais, governadores e até ministros e o próprio Presidente da República a receber um monte de presentes, entre pontas de marfim, cabrito, bois, galinhas, patos, ovos de todo tipo de aves, abóboras, maçanica, malambe, couve alface, peixe, camarão, mandioca, etc., de pobres cidadãos cuja oferta, nem sempre livre e sim coerciva ou induzida, custou sacrifícios avultados? Mas quantos destes dirigentes não viaja com tudo pago e ainda espera do subordinado as honras de casa? E quantos subordinados não sofreram por isso? É na assimetria da informação em relação ao conteúdo e implicações do contrato social que a classe dirigente e seus intelectuais orgânicos e anti intelectuais encontram o húmus para a reprodução da impunidade, falta da responsabilização e subjugação do povo que se diz soberano mas na prática explorado até ao tutano. O acesso a informação não é apenas condicionado pela dificuldade para o seu alcance e uso. É igualmente na deficiência do sistema de ensino, na promoção da ignorância e na repressão que se materializa a estratégia “estupidificadora” de todo povo moçambicano, que é levado a pensar que as obras do Governo são “graças”. Agora que você sabe que graça é um favor desmerecido e que não deve nada ao estado ou governo, saiba mais isto: 1. Não foi GRAÇAS a FRELIMO que a independência chegou a Moçambique. Dizer isso é fazer propaganda política desnecessária, encenando o contrabando semântico. O povo moçambicano unido em torno de um movimento chamado FRELIMO lutou pela independência deste país. por isso você também é herdeiro dos benefícios da independência deste país; independentemente da idade que tem; é dono deste país e tem todos os direitos como qualquer nacional; os seus ancestrais lutaram por ele, e não é culpado por não ter estado em Nachingweya, mesmo que fosse para ”jogar a bola” e “escapar à morte. Não deve por este motivo ser privilégio apenas dos filhos de dirigentes atuais ou das elites políticas, ter acesso a riqueza. Ela, a riqueza, deve ser para todos e distribuída de forma equitativa. 2. Se você nasceu depois de 1975 não deve se sentir endividado por qualquer grupo etário ou que se diz ter lutado pela independência. Agradeça pelos seus feitos, mas não se acobarde quando eles te roubam descaradamente ou tomam decisões lesivas não só para si como para todo o país. Ser herói é ser exemplo. Não é usar o passado glorioso para perpetrar a pobreza ou roubar aos jovens e o futuro do país. Não é usar a glória do passado para fins ínvios. Denuncia. 3. Você não está obrigado a elogiar qualquer feito ou obra do governo. Na verdade foi você quem o fez. O Presidente da República, o Governador, o Administrador, o Chefe do posto, todos estes já recebem dinheiro e regalias; um salário mensal suficiente para dirigir este país. Por sua vez, os ministros, secretários-permanentes, diretores de escola e outros são pagos mensalmente e têm direitos e privilégios a mais [mais que você, porque você os sustenta através dos seus impostos ou negócios que estes fazem em seu nome] para trabalharem para si. 4. Por isso, você deve se irritar, deve zangar-se e ficar inconsolado e fazer qualquer coisa quando eles roubam ou quando favorecem seus afilhados e compadres nos negócios do estado e ou com estado. Isto é corrupção. Os titulares destes postos devem ser corridos, porque agem de ma fé e as suas obras lesam o estado e o interesse comum. Você não deve continuar a naturalizar a corrupção! Faça algo! Denuncia. Escreve no seu mural, o que viu; o que sentiu; critica. 5. Não se deixa enganar. É seu direito saber como os negócios do Estado são feitos e como se chegam a decisões em relação a vários assuntos. O seu direito como cidadão não se esgota no voto; pelo contrário, continua com a missão de escrutinar os que falam em seu nome e fazem obras em seu nome. É seu direito saber, questionar e criticar sempre que não julgar apropriada uma determinada decisão do seu governante. 6. Em uma única palavra: cidadão, você deve criar em si um comportamento de permanente suspeita e vigilância em relação ao estado e governo. Suspeita tudo o que eles fazem até que eles lhe convençam sobre a sanidade das suas decisões. E eles têm o dever de explicar tintim-por-tintim o dinheiro que eles gastam em seu nome. Saiba de uma coisa: você não deve nada a ele; pelo contrário, ele deve muito a você. Eu nunca irei elogiar o governo ou estado! Não preciso. É um ato de cobardia e estupidez elogiar o governo! Ele é meu servo! E tudo de bom que faz é normal, previsível; sua obrigação. Não há “esforços do governo que visam” isto ou aquilo; “não trabalham no sentido de” eu mando, exijo e chateio-me quando as suas promessas tardam em se materializar. Eu “odeio” o Estado! Ele é por defeito, um ladrão do povo. E eu sei disto. Só não o insulto porque temos um contrato por cumprir. Portanto, eu sei que vivo uma exploração do homem-pelo-homem mitigada pelo contrário social. E como contrato, não há favores! E aqui nas redes sociais, há quem sempre gosta de me alertar que o governo faz boas coisas e por isso devo reconhecer e elogiar!" 

Egidio Guilherme Vaz Raposo.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

SENSAÇÕES VS SENSASONS: Uma bela ajuda para jovens que já escrevem mal




Me chamem de exagerado se assim o acharem mas eu preferia o termo precavido.
Vi passar na TVM, a nossa televisão, uma publicidade onde se pretende descobrir apresentadores para um novo programa de televisão virado para jovens. Tal como vem escrito, o programa vai se chamar SENSASONS mas eu penso, acredito mesmo, que a ideia é SENSAÇÕES. Queria eu e muito, que a palavra SENSASONS existisse em português, poderiamos então dizer confortavelmente que é homónima homófona da palavra SENSAÇÕES mas não é o caso. SENSASONS resultou, julgo eu, duma genial “criatividade” que até podia ser considerada “inocente”  se não convivessemos excessivamente com problemas, e graves, de ortografia entre os jovens e não só. Temo que alguns jovens(alvo do programa), que já escrevem mal pensem inocentemente que SENSAÇÕES se escreve SENSASONS. Nesse caso, os mentores do programa terão dado uma “bela ajuda para jovens que já escrevem mal”

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ELEIÇÕES INTERCALARES EM INHAMBANE: DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS COM QUELIMANE



Como devem imaginar, já estamos a menos de dois anos para o fim do mandato e, na sequência disso, existe um manifesto que está a ser cumprido, mas há consciência de que temos de abrir novos desafios. Quero dizer com isso que não nos vamos cingir apenas em continuar aquilo que estava a ser feito, e bem feito, mas vamos começar a dar atenção a outras questões”

Assim se pronunciou e bem Benedito Guimino, na sua primeira entrevista depois de ser eleito candidato da Frelimo às intercalares em Inhambane.
Completamente diferente do derrotado Lourenço Bico de Quelimane que só falava em continuar oque estava sendo feito pelo cessante Pio.
A vantagem do discurso “não nos vamos cingir apenas em continuar aquilo que estava a ser feito” reside na possibilidade de conquistar a simpatia de quem quer ver muito mais a ser feito ou quem não vê com muito bons olhos o trabalho que esta a ser feito.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

ELEIÇÕES INTERCALARES EM INHAMBANE: QUAL É O PROGNÓSTICO?


Prestando atenção  para as notícias que nos chegam de  Inhambane, parece que as lições da derrota de Quelimane foram levadas bem a sério pela Frelimo. Em Inhambane, para enfrentar Fernando Nhaca, candidato do MDM, a Frelimo, numa enorme dificuldade se tivermos em conta o número inicial de candidatos(mais de dezena e meia) e o tempo que o processo levou, conseguiu “aranjar” Benedito Guimino, um candidato com perfil bem parecido. Se alguém me disser tratar-se duma mera coincidência, simplesmente terei dificuldades em acreditar. Imagine-se que com o seu candidato professor o MDM queira aproveitar a campanha eleitoral, para “denunciar” a banalização que essa classe tem sido vitima, há que encontrar uma forma de “equilibrar a balança” e “ter também” um professor como candidato parece ser um bom passo. Se eu estiver certo, a Frelimo ter mesmo aprendido com a terrível derrota sofrida em Quelimane,  deverá por exemplo evitar deslocar-se “toda ela” para Inhambane, acabando por ofuscar a imagem do candidato. O país não precisa parar, e todos os ministros, secretários permanentes, directores nacionais, provinciais, presidentes dos municipios entre outros, deslocarem-se todos a Inhambane para a campanha eleitoral. É obviamente importante que o candidato seja apoiado pelos membros seniores do seu partido mas por favor que seja de forma moderada. Haja espaço para ele discursar, apresentar pessoalmente  as suas ideias de governação.
A Frelimo deverá também evitar usar ostentiva e abusivamente os meios do estado para sua campanha eleitoral como temos ouvido ser reportado em eleições passadas.
Bem, eu acho que se espera um bom e equilibrado embate eleitoral em Inhambane e como fui habituado, já estou até a espera de prognósticos e seus respectivos fundamentos é claro.