segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Para Mariazinha em Jeito de Fecho

Mariazinha minha amiga, escrevo-te hpje em jeito de fecho. Cheguei a acreditar que nunca mais te escreveria.
Chegou certa altura em que me faltava tempo até para respirar. Estive mesmo apertado.
O ano 2009 chegou impiedosamente ao fim. Nos três dias que me separam de 2010 só resta olhar para traz e ver oque foi e não possível realizar. Resta-me também olhar a volta do MEU MUNDO e ver oque de importante aconteceu. Estou agora de férias( bem merecidas) e correndo tudo como tenho programado parto à Quelimane no dia 30 de Dezembro. Tal como fiz no ano passado vou tentar te manter informada.
O Ano 2009 foi rico em factos e eu elegi a inauguração da ponte sobre o rio Zambeze como o facto do ano. Mas do que uma ponte temos uma verdadeira ligação entre o Norte e o Sul. Na esteira dos factos passam rapidamente pela mente, as eleições que hoje tem a sua validação pelo Conselho Constitucional. Apesar das irregulariedades que mancharam sobremaneira o processo acho a Frelimo e o seu candidato justos vencedores. A qualificação da nossa seleção para o can 2010, o Nobel da Paz ganho por Barack Obama, a morte de famosíssima estrela do pop Michael Jackson, já na recta final a conferência de Copenhaga, o julgamento do caso Aeroporto de Moçambique e o “silêncio eloquente” da blogosfera, entre outros.
Se me pedissem uma personalidade do ano 2009 podem ter a certeza que pela negativa eu elegia o presidente da Renamo Afonso Dhlakama e duvido que haja quem me peça os motivos.
Bem Mariazinha eu vou ter que ficar mesmo por aqui a quero desejar a ti e a todos que “bisbilhotam” as nossas correspondências um 2010 cheio de coisas boas.

domingo, 8 de novembro de 2009

ZIMBABWE É DOS ZIMBABWEANOS

Foi à essa conclusão, quanto a mim tardia, que a SADC recente reunida em Maputo chegou em torno da crise política Zimbabweana. Do pouco que tenho lido chego à conclusão que nem chegaram a ser discutidos(resolvidos) como acho que deviam, os motivos que ditaram o boicote de Morgan Tsvangirai ao GUN a saber as nomeações do governador do Banco Central, do Procurador-geral da República, dos governadores provinciais.
Não sei existe alguma forma eficaz de “forçar” Mugabe a cumprir o acordo de partilha de poder que muitos já previam ser uma bela duma “farsa” para apenas acalmar os ventos que sopravam.
Agora a turma volta para casa com a “recomendação” parafraseadno Tomaz Salomão, que o processo é deles, eles é que o devem resolver pois eles é que sabem oque é bom para os Zimbabweanos por isso devem voltar a mesa de negociações. Agora me questiono. Qual é a vantagem de se voltar a negociar se oque já foi negociado e acordado está sendo sistematicamente violado?
Outra “recomendação” segundo Salomão, é que os “Zimbabweanos não podem sistematicamente transmitir uma mensagem que o Zimbabwe é um país em constante crise”. Eu penso o contrário. Enquanto o Zimbabwe estiver em constante crise como tudo indica que esta, setria hipocrisia das maiores transmitir uma mensagem contrária. Enquanto o país não for “normal”, enquanto a vida não funcionar normalmente, não há razão de se “fingir” que não há crise no Zimbabwe.
É verdade que seria bom que a situação do Zimbabwe se normalizasse mas enquanto isso não acontece não pode haver medo e ou vergonha de admití-lo. As vezes penso que a ideia de que não crise, esta tudo bem quando não está é oque “retira” o esforço de continuar tentando resolver os problemas que nos rodeiam.

domingo, 25 de outubro de 2009

DAVIZ SIMANGO NÃO PODE REALIZAR AS PROMESSAS QUE FEZ: o pensamento de Mupota Sithole

Li na edição de 22 de Outubro do semanário Zambeze, um artigo de Mupota Sithole onde ele procura provar por A+B que Daviz Simango candidado do MDM, mesmo vencendo as eleições presidenciais, não poderá pôr em prática o seu plano de governação.
O argumento de Sithole gira em torno dos resultados das legislativas. Ele usa números e concordo com ele. Concorrendo em apenas quatro círculos eleitorais é ingenuidade das maiores esperar que o MDM consiga uma maioria absoluta no parlamento. Mas dai Sithole acha que por ter uma minoria ou mesmo nenhum deputado no parleamento, nenhuma proposta de Daviz Simango passaria no parlamento. Sithole deve ter “estudado” o comportamento dos deputados das legislaturas anteriores para chegar a essa "correcta" conclusão. É fácil perceber que no nosso parlamento impera a famosa disciplina partidária onde as propostas são tratadas com base no “lado” da sua proveniência. Eu entendo que as propostas deviam ser criteriosa e tecnicamente analisadas pelos deputados de acordo com as especificidades, tendo em vista o bem de Moçambique e do povo do qual se dizem mandatários,sem se importar de que bancada vieram. Sithole me fez acreditar por exemplo que por mais viável e exequível que fosse, o plano e orçamento proposto por Daviz seriam pura e simplesmente chumbados por ele não ter do “seu lado” o mínimo de 156 deputados e “nunca” passariam sem que ele negociasse com a Frelimo e a Renamo que possivelmente teriam maior número de deputados. Infelizmente oque Sithole diz é verdade(acontece) embora não devesse ser assim. Os interesses de Moçambique e dos Moçambicanos deviam estar acima dos interesse de qualquer partido seja lá qual fosse. Oque fosse proposto ao parlamento devia passar bastasse que segunto análise técnica dos deputados fosse para o bem de todos nós. Infelizmente não tem sido assim na casa do povo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

QUEM MATOU SAMORA?

Quando Eduardo Mondlane morreu em Fevereiro de 1969, eu ainda não tinha vindo ao mundo. Quando vim e fui à escola, aprendi que Mondlane tinha morrido nos escritórios da Frelimo em Tanzania, vítima de explosão duma bomba colocada num livro. Recentemente fiquei a saber que afinal não foi no escritório mas sim na casa duma tal de Betty King. Nunca me perguntei qual das duas versões é verdadeira . Acho que nem sequer quero saber. Sobre quem matou Mondlane também existem muitas versões.
De acordo com o Diário de Zambeze e Canal de Moçambique, Nyelety Mondlane, filha de Eduardo Mondlane e candidata a deputada da Frelimo pelo círculo eleitoral da Zambézia, declarou a dias que foi Urias Simango quem matou Mondlane.
Eu queria ser ingénuo para acreditar que com essa declaração, Nyeleti tinha outro objectivo que não fosse “atacar” Deviz Simango, filho de Urias Simango e candidado do MDM às eleições presidenciais da próxima semana.
Eu queria saber se a Nyeleti tem como provar algo tão como isso.
Eu queria saber quando é que a Nheleti ficou a saber disso e oque fez ou vai fazer para além das declarações em plena campanha eleitoral.
Mas oque mais quero é que caso haja alguém que saiba quem matou Samora não espere assim tanto tempo para me dizer. Não espere ser candidato a deputado. Não espere uma opurtunidade de usar essa informação para manchar seja lá quem for.
Afinal passaram a dias 23 anos que Samora morreu e eu ainda não sei QUEM MATOU SAMORA

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

SE O VOTO FOSSE SECRETO!

Já ouvi falar-se por ai que o voto é secreto. Dizem que existe até uma lei que assim diz/defende. Leigo como sou nessas coisas de leis, não sei oque essa tal lei diz exactamente e mesmo que soubesse não teria certeza do que ela quer dizer. É que as vezes existe uma súbtil distância entre oque uma lei diz e a interpretação que dela se faz. Já vi casos em que uma mesma lei é interpretada de formas tão diferentes chegando-se ao ponto de interpretações completamente opostas. A interpretação depende das conveniências eu acho. Mas vamos lá tentar ser simples como eu gosto.
Secreto, é no sentido mais simples e geral, algo que não se pode/deve revelar.
Se o voto é secreto, não devia ser revelado. Entendo assim!
Se o voto fosse secreto, os diversos candidatos e brigadas com que nos cruzamos nas famosas “campanha porta a porta” e “contacto interpessoal”, não deviam nunca nos perguntar em que votaremos, muito menos perguntar se votaremos neles ou não. É que, se por cobardia ou simplesmente para alegrá-los disssermos que votaremos neles, os “coitados” ficam felizes da vida e saem por ai cantando coisas do tipo “o povo está acatar a mensagem...a victória é certa” e blá, blá. Se ao contrário do esperam ouvir ganharmos coragem, e como Alice Mabota diante de Joaquim Chissano dissermos que não votaremos neles, nos pedem logo para justificarmos o facto de não votarmos neles.
Se o voto fosse secreto, por mais membro ou simpatizante que fossem e convencidas estivessem, as famosíssimas cantoras Lizha James e Neyma Alfredo(só um exemplo) não passariam pela nossa televisão nos dizendo em quem votarão e porque o farão.
Os que nos dizem que o seu voto vai para algum partido da oposição falam de mudanças que acreditam piamente e nunca nso explicam porque acreditam. Os que prometem votar na Frelimo usam o mesmo velho argumento das “realizações” da Frelimo. Esses compatriotas “negam” ver ou perceber que essas realizações de que a Frelimo orgulhosamente se orgulha(passe a redudância), são de todos nós, independentemente da simpatia ou filiação partidária. Negam a realidade!
As escolas, hospitais, estradas, e pontes construídas durante os ”legítimos” 34 anos do governo da Frelimo só foram possíveis como os dinheiros de todos Moçambicanos(os que não se simpatizam com a Frelimo inclusos), ou então com os dinheiros da “generosidade” da muitas vezes “diabolizada” comunidade internacional. O mérito é de todos nós minha gente! Não acho justo(no mais rudimentar sentido de justiça) que a Frelimo reclame sozinha oque foi feito por todos os Moçambicanos juntos.
Me convençam que o voto é secreto!
Me expliquem oque a tal lei do “voto é secreto” dize e quer dizer!
Me ajudem a entender que ao contrário do que penso, as realizações são só da Frelimo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ESTOU FARTO DO MDM

Nos dias que correm não se fala de quase mais nada senão do MDM e eu estou farto! Escrevem-se textos bonitos e feios, com bons ou péssimos argumentos, textos contra tudo e nada e ou a favor de tudo e nada e mesmo que seja pela tangente, acabam falando do MDM e eu estou farto!
O pior é que não tenho certeza o que significa, não sei se essa coisa do MDM estar na boca do povo (falado bem e mal) é bom ou mau sinal. Estou aqui a dizer que estou farto do MDM e vejam que estou justamente a falar do MDM.
Quando em Março o MDM nasceu (assisti o seu parto), não tinha certeza que se faria assim tanto barulho à sua volta. Poucos dias depois vieram os primeiros sinais. Amigos e inimigos disseram/escreveram tudo e nada sobre esse movimento que acaba de nascer. Alguns por exemplo compararam o MDM ao PDD e juraram de pés juntos que seria um “nado morto”. Me lembro das “sábias’ palavras de Edson Macuacua que com todo ar dos pulmões disse a quem quis ouvir que o MDM tinha uma “géneses patológica” e que morreria dentro de dias. Uns acreditaram nele e outros não. Eu esperei para ver e continuarei esperando.
Depois que a CNE alegando irregularidades nos processos, decidiu excluir total e parcialmente alguns partidos, pareceu-me que a decisão tinha lesado apenas ao MDM. Não me lembro de ter lido muita coisa sobre a exclusão do PIMO por exemp
lo. Cheguei a me perguntar porque tanto “sururu” em torno da exclusão (parcial) dum partido tão novo.
Quando o CC, “homologou” a decisão da CNE foi outro barulho. Há quem disse que que tanto a decisão da CNE como do C.C visava lesar o MDM e que outros partidos foram excluídos só para “esconder a malandrice”.
Entre outras razões, eu estou farto do MDM na boca do povo, porque no meu entender nem acho que foi lesada, pois dos resultados a serem obtidos nos círculos eleitorais onde concorre ficaremos a saber o que seria se tivesse concorrido em todos.
Bem eu prefiro esperar, mas não suporto mais o MDM na boca de tanta gente.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O BLOG DO SENHOR PRESIDENTE

Alertado por Júlio mutisse voltei a visitar o blog do Senhor Presidente e confirmaram-se as minhas suspeitas. Alguns dos comentários não tem nada a ver com nada. Uma auténtica “graxa”.
Não se trata aqui de “proibir” que as pessoas opinem. Não se trata de concordar ou discordar com seja oque for ou seja lá quem for mas fazê-lo na “medida certa”.
O presidente está naturalmente com uma agenda apertadíssima. Está percorrendo o país em campanha eleitoral pelo partido de que é candidato, e deve ser por isso que ainda não entrou no debate que um dos seus post esta gerar. Ainda não reagiu a nenhum dos comentários que andam por lá.
O blog do Senhor Presidente pode, com toda legitimidade, ter nascido pura e simplesmente para fins de campanha eleitoral(minha suspeita) entretanto, acho que:
-Seria bom que em caso de victória, o presidente mantivesse activo, um espaço onde podesse “continuar” a interagir com os Moçambicanos. Talvés fosse nesse espaço onde os Moçambicanos lúcidos(os que não se esquecem com facilidade) poderiam “cobrar” algumas das promessas eleitorais.
Seria bom que depois que “baixasse e poeira” o presidente procurasse encontrar um tempinho dentro da sua agenda naturalmente apertada, para se dedicar um pouco mais ao blog.
-Seria bom, muito bom que quem fosse lá(blog do Senhor Presidente) não o fizesse pura e simplesmente para “engraxar”, mas para estimular e amadurecer as ideias do Senhor Presidente que muitas vezes virão em forma de “raw material”.

QUEM NÃO TEM CÃO CAÇA COM GATO

Na tarde de Sábado( 27 de Outubro), fui desfrutar a beleza natural e a frescuras das aguas das cascatas de Nhandale. Com o calor abrasador que se faz sentir agora que o verão chegou, há que encontrar uma forma de se refrescar, e nós que não nos dispomos de uma praia por perto não temos mais senão “lutar com as armas que temos”.
Algumas fotos para ilustrar. Mais fotos em:

http://badoo.com/nelsonleve/e534017









quarta-feira, 23 de setembro de 2009

ARMANDO EMILIO GUEBUZA NA BLOGOSFERA


Numa das adendas do Diário de Campo do Dr. Carlos Serra encontrei o link(http://armandoguebuza.blogspot.com) para o blog de Armando Emílio Guebuza, presidente da República e candidato da Frelimo para as eleições de Outubro. Fui visitar o blog e encontrei entre os comentários, um belo comentário de Egídio Vaz. Eu penso que é de comentários como o do Egídio(com perguntas bem elaboradas e sugestões) que deviam se fazer no "cantinho" do presidente, mas não vou-me supreender se dentro de dias “cair” por lá uma "chuva" de grandes "escovinhas" que mesmo sem ler oque vem postado vão dizer coisas do tipo “bela análise”, “melhor análise da tua vida”, “Bela postagem” e blá, blá mas são "Coisas da Campanha Eleitoral"

COISAS DA CAMPANHA ELEITORAL II

Acabo de participar junto a todos meus colegas, numa reunião dirigida por João Oliveira, administrador do distrito da Gorongosa e candidato à deputado da Assembleia da República pela Frelimo, no círculo eleitoral de Sofala. Eu que tinha vaticinado que a reunião teria algo ou tudo a ver com a campanha eleitoral( oque mais se faz nos dias que correm?) acertei em cheio. A reunião foi breve(cerca de 45 minutos), a mensagem foi clara. Oliveira falou consciente de que estava diante de gente informada e madura, e que sua audiência não era necessariamente composta apenas por membros e simpatizantes do Partido Frelimo. Tenho que confessar que gostei do discurso de Oliveira. Para além de ter sido politicamente pacíficador, centrou a sua mensagem na necessidade de cada um de nós fazer um esforço para estar presente nas eleições e exercer o direito de votar. Falou naturalmente das realizações da Frelimo com destaque para (i) a libertação de Moçambique do jugo colonial,(ii) construção da ponte sobre rio Zambeze, (iii) reversão da baragem de Cahora Bassa, (iv) construção de escolas e unidades sanitárias.
Depois de ter falado do que a Frelimo fez e pretende fazer caso lhe seja dada opurtunidade de governar nos próximos cinco anos, João Oliveira fez uma demostração do procedimento da votação. Aconselhou a nos abstermos do alcool nos dias 27 e 28 de Outubro e ensinou-nos uma canção.
Não sei se qualquer outro partido teria a mesma opurtunidade de interromper a vida laboral duma instância turística do tamanho do Parque Nacional da Gorongosa por uns belos 45 minuto para passar sua mensagem eleitoral. Não sei mesmo!
João Oliveira terminou mal. Muito mal! Depois de ter tido a certeza que tinhamos acatado a mensagem, fez nos gritar que votariamos em Guebuza e na Frelimo. Queria poder lembrar à João Oliveira que o voto é secreto mesmo o depositado para a Frelimo e Guebuza. Se quiserdes, chamem de cobardes aos que mesmo conscientes de que votarão em outros concorrentes, gritaram na reunião de hoje que votarão na Frelimo e em Guebuza. Me lembrei logo da questão de números que está em debate no Nullius in Verba de Bayano Valy (http://nulliusinverba-bv.blogspot.com). Se alguém previamente indicado, contou os braços dos que gritavam oyés Guebuza e Frelimo o relatório dirá que 100% dos presentes votarão em Guebuza e na Frelimo, mas será votarão?
Felizmente o voto é secreto. São coisas da campanha eleitoral.
Quase me esquecia. O camarada Oliveira João veio na “sua” viatura protocalar para a reunião que teve connosco. Isso mesmo sim! Uso de meios de estado para campanha? Não sei!

P.s: Amanhã vou à Chimoio e não Beira como tinha previsto. Espero trazer de lá mais coisas da campanha eleitoral.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

COISAS DA CAMPANHA ELEITORAL I

Ontem fui à Beira e aproveitei “medir o pulso” da campanha eleitoral no efervescente Chiveve.
Ontem li a edição do Diário de Moçambique e oque me chamou atenção foram as declarações algo “ridículas” de alguém(identificável), porta-voz do gabinete eleitoral de algum partido(identificável). Segundo ele, a onda de criminalidade e os linchamentos na cidade da Beira, é obra dos partidos da oposição que pretendem fazer com que o povo desacredite no partido no poder, achando-o incapaz de “controlar” Moçambique.
Não sei se ele fez bem ou mal por não ter especificado a que partidos se referia. Ao generalizar, alegou não gostar de “falar dos outros” como se falar em geral não fosse falar. Mas a expressão “partidos emergentes” me faz acreditar que no fundo se referia ao “autovitimizado” MDM.
-Acho ridículas tais afirmações pois, tanto quanto sei, a história dos linchamento na Beira não é de agora(13 de Setembro, data que arancou a campanha eleitoral).
-Acho ridículas tais afirmações, porque esses mesmo partidos, são considerados pelo mesmo porta-voz de serem sem expessividade e representatividade anível nacional, e com uma fraca capacidade de mobilização. Queria entender como conseguiram mobilizar todo Inhamízua e Manga Massane contra o “Boss Candrinho” suposto raptor e traficante de crianças? Porque é que esses partidos, não usam a mesma estratégia tão aderida pela população, para disseminar as suas mensagens eleitorais?
Enfim são coisas de campanha, e cada qual “puxa a brasa para sua sardinha”.
Ontem também fui a tempo de “arancar” um cartaz de um candidato às presidenciaias. É que o cartaz estava colado num lugar insuportavelmente impróprio. Muito impróprio mesmo! Estava colado num sinal de trânsito, cobrindo-o totalmente. Imaginem só!
Vou seguir o exemplo do Porta-voz em não especificar o candidato em causa. Primeiro porque não quero que os membros e simpatizantes do partido do tal candidato sejam vistos como um bando de indisciplinados que colacam seus cartazes em qualquer canto mesmo nos proibidos pela lei ou pela consciência. Segundo porque não quero que me achem contra tal candidato. Para provar isso até tentei retirar o cartaz com cuidado para educadamente colar num outro lugar mas infelizmente, de tão colado que estava, ele rasgou-se.
Correndo tudo bem, volto à Beira nessa quinta feira, e espero trazer mais algumas coisas da campanha.
Antes de terminar, porque também também aconteceu na Beira deixa contar-vos e questionar-vos essa.
Alguém em campanha disse o seguinte:
"Estudam nas nossas escolas, tratam-se nos nossos hospitais, andam nas nossas estradase ainda por cima dizem que não fizemos nada”
Eis o questionamento:
O Património Público é do Estado ou de algum Partido?
Eix Yowé!
Coisas da campanha

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

MEU “DUELO POÉTICO” COM STEWART SUKUMA NO FACEBOOK

A dias me “cruzei” com Stewart Sukuma no Facebook e temos estado a “trocar palavras”. A Maria chamou isso de duelO poético:




STEWART SUKUMA:
Vem, a vastidão do horizonte e aconchegante, consegues ver me?
Vais precisar multi -plicarte tal eco no deserto.
Eu estarei a espera num veleiro pra juntos navegarmos plas ondas costuradas plos alfaiates marítimos.
Claro, são retalhos d muitos mares poi...s como tudo, fomos pedaços d muitos ventres estrancalhados plo centro do universo e plo pecado do homem.Em nome d Deus te abençoo.
Afinal n está o Senhor em cada 1 d nós?

NELSON LIVINGSTON:
Essa imensidão que me exiges. Vastidão do horizonte. Ecos eternos do deserto. Ventos e mares. É tudo grande demais para minha alma pequena.
Me consola apenas que hajam deuses feitos alfaiates. Sábios artistas que possam costurar os pedaços da minha mortalidade aos pedaços da imortalidade do tempo.
Se Deus não estivesse em mim???????

STEWART SUKUMA:
Se Paris não tivesse raptado Helena a história de Troia seria outra... Os Deuses sempre foram alfaiates, caçadores, armadores, causadores de guerras e amores... fala com Hermes e ele te dará a resposta certa.
Não me perguntes onde encontrar Hermes, mas ele é filho da luz espiritual com as trevas primordiais...
Cuidado que ele é astuto e rápido...

MARIA JOSÉ FONSECA:
Wauw, salvas para este duelo poético entre tu e o Nelson. Isto é o ki eu chamo de vitamina para a alma. WE WANT MORE...we want more. Obrigada por dividir. Ki essa chama inspiradora continue acesa e contagie a todos, todos, todos

NELSON LIVINGSTON:
“Se Paris não tivesse raptado Helena...”
What if? What if? What if?
Para mim, a dor dessa incerteza, mora na ignorância.
Não sei como seria a história de Troia.
Os deuses e sua cumplicidade!
Se tornam tudo para tudo e todos...

Eu quero ser um deus
Quero me endeusar na virgindade das palavras
É que embora frágeis e manipuláveis
Elas são puras de alma
Eu não vou atrás do Hermes.
Não tenho espaço nessa minha alma mortal
Para albergar “luz espiritual” e “trevas primordiais”

NELSON LIVINGSTON:
Maria, ah Maria!
Oh alma expectadora
Molhada de sede poética
Nesse deserto inundado de palavras
Entra na chuva que não é só nossa(eu, Stewart)
E se deixa molhar vai?
Eu suplico
Deixa as palavras te embalarem
E os deuses te consolarem

STEWART SUKUMA:
O encontro entre deuses e inevitável, Isso levará teu desejo e um dia teu corpo será uma fábula para rebentos frágeis e puros que sugarão tua sabedoria.
Entre fugas e desenganos a furia de Xogun
E entre as palavras e o desejo a vontade divina de ser.
Não hesites que a força da vontade é quase um desejo cumprido.
Se a tua alma mortal quer deusificar ...
Se deixa que ela seja estrume
Só assim conhecerás a podridão e o cheiro nauseabundo de ser vitorioso.
Assim a luz espiritual será claridade e as trevas primordiais serão escuridão

NELSON LIVINGSTON:
Maria. Ah Maria!
Nunca te disseram que a poesia é como o ar?
Existe nos nossos pulmões mesmo quando não o sentimos
Quem não tem palavras na palma
E sentimentos na alma?... Read More
E é mais do que isso a poesia
Palavras e sentimentos?

NELSON LIVINGSTON:
Eu temo esse contraste!
Esse querer e não querer
Fundidos numa só “vontade divina de ser”
E É nessa hora que o futuro me assusta.

Se a força de querer vencer
Querer uma alma deusificada
É tão intensa
Quanto à “podridão e o cheiro nauseabundo de ser vitorioso”.
Então eu quero e não quero.
Eu temo esse contraste!
Mas é nesse futuro assustador
Que mora a certeza
De “a luz espiritual ser claridade e as trevas primordiais serem escuridão”

STEWART SUKUMA
Querer e não querer, ser e não ser... palavras em trânsito, congestionamento perigoso, o semáforo está já ali, pé no travão ou ponto de embraiagem? a escalada e ingreme! Os deuses são severos, tem mais que fazer, criaturas ocupadas... substitutos são caros e muitas vezes charlatães... ou seria melhor a questão "ser ou não ser?" um omelete ou ... ... Saiba mais simplesmente estrelado?
Iluminado queria ser eu para despejar sabedoria deusificada.
Vendem palavras novas no dumbanengue... o contraste tem uma razão de ser: HARMONIA

NELSON:
HARMONIA
Fenómeno inatingível
Minha luta constante
Quero que o verão que chegou seja o inverno que se foi
E quero tanto
Tanto como queria que o inverno que era, quando era, fosse verão
Se a sabedoria só morasse nos deuses
Se humanos fossem alma seca
Que nem da lua destinguissem o sol...
Palavras novas e velhas
Velhas com almas nova
Eu as compro no tchunga moyo

NELSON:
Tchunga Moyo
Aperta a vida(a alma)!
Amarra ela bem amarrada
Não a deixes escapar nem pelas súplicas da fome
Que geminada àtodas outras desgraças... Read More
Vem se fazer de generosa.

Compra!
Compra tudo, compra nada
Compra oque não tens e o que não queres
Livros que não sabes ler
Oráculos que não te cabem na alma
Mas aperta bem a alma
E não a deixes escapar

STEWART
Hehehehe um abaixo assinado seria fenomeno e nao acho que mereco tanto... voces sao mesmo carinhosos
38 minutes ago


STEWART
Harmonia e o contraste do concavo e o convexo... a lingua na boca, o penis na vagina, o mar abracando a terra, o preto e o branco. Sem contrarste nao ha harmonia...


NELSON
Abaixo assinado sim!
Se esse for o único meio para espremer os teus seios literários e beber o leite da tua maternidade poética, porque não?
Um abaixo assinado sim !!

NELSON
Agora que sabes que sou um mero mortal
Parido na complexidade “do concavo e o convexo... a lingua na boca, o penis na vagina, o mar abraçando a terra, o preto e o branco ”
No mesmo infortúnio da natureza controversa
Não me trate como um deus
Não me compare à grandeza do brilho das estrelas que cobrem o céu do Chitengo... Read More
E nem ao sabor incomensurável
Da melodia das totonegras
Eu brilho sim
Na densidade da trevas da ignorância que veemente nego
Canta minha alma reprimida
Os cânticos de saudade da liberdade
Mas não me trate como um deus





TO BE CONTINUED...

Rui Veloso grava spot publicitário para instituição financeira no PNG


O conceituado cantor, compositor e guitarrista português Rui Veloso esteve durante três dias no Parque Nacional da Gorongosa (PNG) a gravar um spot de televisão para uma instituição financeira de Portugal.

O músico, 52 anos, considerado por muitos como o Pai do Rock Português, foi escolhido para protagonizar uma nova campanha publicitária de um conhecido banco português, no âmbito da promoção dum produto financeiro.

A personalidade que constitui a segunda nomenclatura no panorama musical português, atrás da Amália Rodrigues, já gravou parte das cenas do anúncio comercial na aldeia de Vinho convivendo com membros da comunidade e no interior do PNG a fazer um safari, vendo animais no seu habitat natural. As cenas finais foram gravadas com um espectacular pôr-do-sol na região de Bué-Maria.

O autor de diversos temas musicais que fazem parte das memórias de grande parte dos portugueses a citar “Porto Côvo, Não Há Estrelas No Céu, Chico Fininho”, entre outros sucessos, escolheu a Gorongosa por a população local falar o português e se identificar com a cultura portuguesa. Para além de constituir uma forma de ajudar a promover e divulgar as potencialidades do PNG.

A publicidade vai ao ar ainda neste Setembro inserida nos principais canais televisivos da TVI, RTP e SIC, mostrando tudo aquilo que o Rui Veloso ainda quer fazer na vida, como por exemplo, conhecer as estepes africanas. Ainda não tinha tido esta oportunidade e graças a esta instituição financeira e a um produto financeiro inovador conseguir finalmente concretizar este e outros sonhos.

O filme com 30 segundos, realizado por Fofi e com produção executiva de Carlos Amaral da produtora portuguesa Miss Dolores, visa promover o produto e reforçar o posicionamento da instituição bancária, que não fomos autorizados a revelar.


Por Carlitos Sunza
Departamento de Comunicação/PNG

N.B: Fotos em http://eu1.badoo.com/nelsonleve/e531730

domingo, 13 de setembro de 2009

OS FOGOS!


Por essas épocas do ano(Setembro-Outubro), temos uma verdadeira “chatice” no Parque Nacional da Gorongosa(PNG). Chatice que apesar de ser específica para o departamento da Conservação, acaba involvendo todos outros. São os fogos!
Depois das queimadas frias de Abril- Junho, agora o capim está alto e totalmente seco. As árvores deixam cair todas as folhas secas que podem e querem. Está tudo pronto para que uma pequena chama se transforme em incêndio de proporções incontroláveis.
Na Quarta feira passada “escapei” de um. Enquanto os colegas eram “recrutados” para apagar um incêndio lá pelas bandas do santuário eu não pude ir. Não tinha como. Acabava de voltar de Chimoio ja cansado e logo pela manhã do dia seguinte, tinha que partir para Beira. O grupo que partiu para o fogo às 20, só voltou depois das quatro. É assunto sério. Muito sério mesmo.
Hoje, Domingo, talvés movido por "sentimento de culpa", fui voluntariamente controlar um. Foi uma experiência e tanto!
Palavras para quê?
Vou deixar que as imagens captadas do meu celular(não são lá de tão grande qualidade) tentem falar por si.

N.B: Mais fotos podem ser vistas no link: http://eu1.badoo.com/nelsonleve/e531353







sábado, 12 de setembro de 2009

DO CHITENGO ONDE MORO: carta para Mariazinha XX


Mariazinha minha amiga
Acho que já leste acerca do meu final de semana em Cheringoma, por isso não vou aqui falar-te dele. Quero te contar um pouco acerca da bangunça que anda em torno das eleições.
Anda um barulho dos grandes Mariazinha. Alguns partidos foram excluídos e isso está criando uma confusão das grandes. A CNE fala de irregularidade e os excluídos falam de ilegalidades por parte da CNE. Alguns vão mais longe e falam de cumplicidades da Frelimo e Renamo. Está uma confusão mesmo. Eu que não levo muito jeito com essas coisas de leis decidi ficar num cantinho e “esperar” para ver onde essas “águas” vão desaguar. Para teres uma ideia do “tamanho” da confusão, alguns embaixadores se reuniram com o presidente da CNE para procurarem entender oque está acontecer pois temem que o processo eleitoral acabe sem nenhuma credibilidade oque nos trazer complicações futuras. Exemplos de processos eleitorais que culminaram em desagradaveis cenas de violência não faltam. Histórias de GUNs “inventados” para “acalmar” os ânimos dos injustiçados também não nos faltam. São ambas situações que não desejo para o nosso Moçambique, por isso continuarei torcendo para que as coisas terminem bem por aqui.
É já amanhã que aranca oficialmente a campanha eleitoral e espero que seja toda ela ordeira em todo canto. Que cada candidato se preocupe em fazer-nos entender com clareza , porque o devemos confiar o nosso voto. Aqueles joguinhos de acusação não vão ter nenhuma graça para além de estimular uma violência que nem está muito longe.
Vamos esperar para ver.
Tenha continuação de um bom final de semana
Abraços

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

UM FINAL DE SEMANA EM CHERINGOMA


Aproveitei o final de semana longo(7 de Setembro) para visitar Inhaminga, onde por quase dois anos trabalhei entre as comunidades bem carentes através dos projectos de assistência social da Dorcas Aid International, uma ONG cristã fundada na Holanda lá vão umas duas décadas.
Entre os meus objectivos os destaques eram, (i) respirar outro ar, pois o ambiente intensamente turístico do Parque Nacional da Gorongosa onde moro e trabalho chega a cansar, (ii) rever os velhos amigos incluíndo uma parte significativa de beneficiários dos projectos com que trabalhei e que a convivência harmoniosa nos “obrigou” a tornar-nos amigos, (iii) “avaliar” as mudanças porque Cheringoma passou ao longo desses quase dois anos que não passei por lá.
Deixei Gorongosa na manhã de Sábado e me fiz à estrada. Só cheguei à sede de Cheringoma por volta das 14 horas. Depois de deixar a EN1, a estrada de terra batida que me leva à Cheringoma passando por Inhamitanga não está lá tão “carinhosa”.
Logo à entrada saltam-me aos olhos as primeiras mudanças de vulto. Cheringoma cresceu e como!
Já tem energia eléctrica dessa Cahora Bassa que agora já é nossa. Nas baracas, que antes fechavam antes das 10 da noite, a vida continua até à madrugada quando necessário. Rede de telefonia móvel. O movimentado “O Coqueiro” da mana Alice, na saída, para quem vai à Beira. O majestoso Safari(Impório), que oferece alojamento bem condigno entre outras coisas boas. Já no próximo dia 20(dia da vila) será inaugurada uma discoteca que vai concerteza animar muito mais as noites de Cheringoma.
Cheringoma cresceu mesmo!
O comboio passa por Cheriongoma regularmente trazendo da Beira e de Marromeu gente e mercadorias.
Ao fim da tarde de Sábado fui às visitas. Priorizei alguns dos idosos que não me perdoariam se depois de eu sair, viessem a saber que estive em Cheringoma e não os fui ver. Mesmo assim, pelo facto de não poder ter visto todos, sei que levo culpa no cartório. Duas irmãs idosas(na imagem) que fui visitar não se contiveram ao me ver e puseram-se em lágrimas. Fiquei sem saber oque fazer.Fiquei simplesmente sem jeito!
O centro orfanato que fazia parte do projecto Patrocínio à criança, deu lugar à um centro de treinamento. As crianças passaram para famílias substitutas onde continuam se beneficiando do projecto mas em moldes diferentes. As que se cruzaram comigo gostaram de me ver. Algumas chegaram a pensar que eu tinha voltado à Cheringoma para ficar.
O centro de formação de professores se designa agora Instituto de Formação de Professores e tem cursos de 10+1 e não 7+3 como anteriormente.
Com cerca de sete equipas, o campeonato distrital de futebol está à duas jornadas do fim e competitivo como sempre foi ainda não se tem certeza de quem será o campeão.
Visitei Cheringoma depois de a dias ter passado por lá a primeira dama Maria da Luz Guebuza. Na vila ainda se comentam os resultados da visita.
Pelas baracas(algumas) andam umas tabuletas com inscrições como FILL 08, FILL 09. Me disseram que trata-se de beneficiários do Fundo de Iniciativa Local, os famosos Sete Milhoões. Perguntei se já estavam e devolver o dinheiro emprestado e a pessoa que me acompanhada achou que não pois muitos deles tinham usado o dinheiro muito mal.
Em Cheringoma vi que o presidente Guebuza não tinha cumprido a promessa que nos fez quando em Maio de 2007 visitou o distrito. Na altura, tínhamos lhe “rogado” que entre outras questões, resolvesse o problema de água. Porque se fazia acompanhar de Felício Zacarias, ministro das Obras Públicas, nos prometeu com todas as letras que o problemas tinha os dias contados, até ao segundo semestre do ano seguinte, o problema de água em Cheringoma passaria para história. Na altura cheguei a desconfiar que aquilo não passasse duma promessa e agora confirmei. Assim que chegou o verão, já se podem ver reeditadas, imagens de longas filas de bidões nos poucos poços que existem.
Bem são coisas de Cheringoma.
Eu penso que alcansei os meus objectivos.
Voltei revigorado, visitei os meus amigos e vivi as coisas boas e ruins de Cheringoma. Recebi um convite muito especial de voltar para lá na semana de 4 de Outubro e vou pensar carinhosamente no assunto.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

FRELIMO IMITA MDM( Deviz Simango)


Não tenho outro jeito de tratar a situação. É pura imitação!
Ainda nos lembramos que num passado bem recente, Deviz Simango foi vítima dum atentado. Terminada a reunião da Comissão Nacional, Simango decidiu visitar alguns distritos da província de Nampula. Seu grande “erro” foi ter-se deslocado à Nacala Porto onde também se encontrava o líder da Renamo Afonso Dhlakama. Alegando humilhação, Dhlakama “organizou” um bando de aruaceiros que protagonizaram cenas violentas que incluiram disparos.
Provas do envolvimento da Renamo não faltaram. Uma parte do grupo se fazia transportar numa viatura pertencente a um deputado da Renamo. A arma retirada a um agente da polícia foi “recuperada” na residência onde se encontrava hospedado o líder da Renamo. E como se isso fosse pouco, dias depois, o próprio Dhlakama veio à imprensa “reivindicar” o atentado alegando que, ao se deslocar à Nacala Porto sabendo que ele estava lá, Deviz Simango o havia humilhado.
Mesmo diante de provas incontestáveis, vieram logo asseguir, mentes engenhosamente “inteligentes” nos brindar com um sem número de teorias ingenuamente conspiratórias, onde procuravam nos fazer acreditar que o MDM e Deviz Simango tinham “inventado” seu próprio atentado como estratégia para conquistar simpatias. Vimos “choverem” artigos na blogosfera e na imprensa escrita(Jornal Notícias), todos eles “negando” que Deviz Simango tinha sido vítima dum atentado. Eu não entrei na conversa porque não acreditei que essas mentes desconhecessem o potencial violento da Renamo.
Foi assim, que da autoria de Edson Macuacua, nasceu a expressão “campanha de autovitimização”. Sempre que o MDM veio se queixar de alguma “irregulariedade”, em vez de se investigar e apurar a veracidade dos factos levantados, recorria-se à “teoria de autovitimização”, refutando categoricamente os factos.
Voltamos a ver isso claramente quando a dias, em Gaza, um grupo de jovens ostentando bandeiras do partido Frelimo e transportados em viaturas, de alguma maneira ligadas a Frelimo, tentaram inviabilizar a visita de Deviz Simango.
Quando ontem me chegaram notícias vindas de Milange dando conta que simpatizantes da Frelimo tinham sido violentados pelos da Renamo, não me contive!
Não me preocupei em saber as razões!
Cheguei à preciptada conclusão, que tal como o MDM e Deviz Simango, a Frelimo tinha entrado em “campanha de auto-vitimização”. A Frelimo deve ter percebido, que a “estratégia” surtiu efeitos positivos. Porque não adoptá-la mesmo sem pagar os direito autorais que logicamente pertencem ao MDM?
É assim que sem medo de errar afirmo que:

FRELIMO IMITA MDM( Deviz Simango) !

domingo, 30 de agosto de 2009

Carta Para Dede(9)


Amigo Dede!
Já nem sequer me lembro quando foi a última vez que nos escrevemos.
Foi a uma eternidade que lá se foi e que simplesmente não lembro. O tempo passou e a vida vai passando.
Olha amigo o galo cantou! Não só o do MDM, mas também oque que nos anuncia a chegada do novo dia(seja lá oque for que isso signifique). Está na hora de começarmos a pensar em quem votar nessas eleições que vão chegando cada vez mais perto de nós e ou nós mais perto delas.
Tenho dito que com as exclusões dos restantes candidatos o trabalho ficou facilitado. É mais fácil escolher um dentre três do que dentre nove. Será bem mais fácil agora decidir em quem confiar o nosso preciosíssimo voto.
Olha fiquei a saber que no sorteio que se fez, o candidato do MDM(novato nessas coisas de eleições) ficará em primeiro lugar no boletim do voto seguido do candidato da Frelimo e Renamo respectivamente. Tens algo a me dizer acerca dessa ordem que no fundo(dizem) conta muito pouco?
Amigo tenho estado a pensar seriamente em que votar.
O amigo Mutisse me fez um favor. Me mandou o extenso manifesto eleitoral do seu candidato e partido para me ajudar a “escolher bem”. Queria ter um amigo na Renamo que igualmente me enviasse o manifesto do seu candidato e partido. Do MDM já tenho(generosidade dos amigos de lá). Como vês, estou me munindo amigo para fazer uma escolha informada.
A dias conversei demoradamente com a dona Matilde que já tem a “cabeça feita”. Já sabe e bem em quem votar e oiça-lhe o argumento.
“Meu filho , não voto na Frelimo porque depois vão querer se enriquecer a torto e a direito por nos terem trazido a independência. É oque Chipande disse. Não voto na Renamo porque vão querer se enriquecer a torto e direito porque nos trouxeram a democracia. É oque Dhlakama diria. Fico mesmo é com o MDM que nada nos trouxe”.
A dona Matilde me intriga pela forma simples de pensar. Ela diz que é pela primeira vez na história da democracia moçambicana que vai deixar os seus afazeres, aturar as longas filas e depositar o seu voto.
Estou preocupado amigo é com a onda de acusações que tenho ouvido por ai. A dias li que um grupo de jovens ostentando símbolos da Frelimo tentaram “atrapalhar” a trabalho político de Deviz Simango. Isso é mau não achas amigo? É tão mau que nem interessa quem atrapalhou quem porque é mau de qualquer jeito. Se torna muito mau ainda quando essas questões são tratadas de “ânimo leve” como vi Edson Macuacua tratar. Mais do que simplesmente refutar os factos, deviam os visados “investigar” oque liga essas banalidades ao seu “bom nome” e criar condições para que no futuro ninguém se “aproveite” de seus meios e símbolos para actos vergonhosos como os que ouvimos e vimos provados atraves de nítidas imagens.
Li também amigo as declarações do líder da Renamo “vaticinando” as percentagens que os seus adversário terão. Isso também é mau amigo pois cabe a nós(eu, a dona Matilde e o amigo Dede e todos outros eleitores) decidirmos com o nosso voto. Deviam os candidatos era se preoucuparem em nos dizer e claramente porque acham que os devemos votar.
Amigo, tem um assunto que não poderia deixar de falar, apesar da vergonha que me causa. É acerca do Animalzinho sim! Esse que recentemente voltou ao país. Voltou para muito cedo ou tarde voltar a se pôr a fresco como das outras vezes. Há quem diz que ele voltou nessa época(eleitoral) para ser usado como sinal de “serviço” por parte dos nosso gendarmes. Quem acreditaria nisso?
Há quem diz que voltou nessa época para trazer de volta o debate em torno d insegurança do nosso sistema prisional. Quem acreditaria nisso?
Há gente que finge não perceber que Anibalzinho é escudado por gente grande desse país, gente ligada ao poder, ao partido Frelimo( pode ser psicose minha). Há gente que finge ser estúpida e acredita que Anibalzinho tem estado a “escapar” da cadeia por esforço próprio. Eu nego entrar nessa estupidez. Não tenho certeza se sei oque se ganha com essa história mas sei oque se perde. Perde-se o prestígio de um estado com o qual podiamos nos orgulhar. A tão propalada auto-estima.
Se houvesse(há quem estupidamente ainda acredita que haja), interesse em descobrir que está por detrás dessa palhaçada, certamente que se descobriria a verdade. Tenho dito que no fundo a verdade é bem conhecida. Infelizmente é uma “verdade inconveniente” que vale a pena esconder do que revelar.
Bem, vou ficar por aqui deixando-te aquele abraço temperado de votos de continuação dum bom final de semana e um boa semana de trabalho.

Abraços do Chiveve

sábado, 29 de agosto de 2009

DO CHITENGO ONDE MORO: carta para Mariazinha XIX


Mariazinha minha amiga!
Anibalzinho voltou à Moçambique. Recapturado pela polícia Sul Africana como oficialmente se diz, ou voluntariamente entregue como ele diz não interessa. A verdade é que mais uma vez está preso em alguma cadeia de “mínima” segurança onde como doutras vezes poderá a qualquer altura se pôr à fresco.
Tens que te lembrar Mariazinha que por três vezes esse homem desafiou o nosso sistema de segurança prisional e se viu livre dele uma das vezes tendo sido recapturado em Canadá. Assim que fiquei a saber da recaptura me perguntei para quando estava marcada a próxima fuga. É que a coisa ficou tão habitual que nem sei se vale a pena mantê-lo em alguma cela e com alguma segurança. Penso que ficou provado que independentemente do nível de segurança, sempre que ele quiser sairá e para onde bem lhe apetecer.
O estranho Mariazinha é o esforço que se faz em relacionar a captura ao período eleitoral que se avisinha, tentar associar Anibalzinho ao crime organizado, às elites governamentias, às corrupções dentro do polícia. Isso é quanto a mim procurar tirar o mérito à Anibalzinho. Achá-lo incapaz de empreender essas fugas por conta própria. Isso é procurar politizar/partidarizar um criminoso. E isso é maldade mesmo se se usar como argumento o facto de ser a Frelimo a frente do sistema de justiça.
Mariazinha Anibalzinho chegou e disse oque disse, vamos lá ver oque acontece daqui em diante.
Mudando de assunto, o “pai da democracia” passou por Sofala e no comício de encerramento de sua visita no populoso bairro da Munhava, “preferiu” priorizar ataques à Deviz Simango. Primeiro tratou de vaticinar que o MDM não conseguiria mais de 3% nas próximas eleições e para asseguir embarcar em insultos puros. Traidor, intriguista, mentiroso, confuso, ladrão, cobarde, demente são alguns dos adjectivos feios que Dhlakama atribuiu à Daviz Simango. Essa atitude para com um adversário político me mostra que de democracia Dhlakama não tem nadinha.
As acusações e contra acusações típicas do ano eleitoral começaram. Esse ano a coisa vai ser quente já dá para ver.
Tenha Mariazinha um bom final de semana

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

QUEM SE BENEFICIA COM A EXCLUSÃO DE CANDIDATOS?

Quando ainda soa e bem alto o “barulho” em torno da exclusão de alguns dos candidatos às presidencias de Outubro, me lembrei do editorial de Salomão Moyana no Magazine Independente se queixando da “impresidenciabilidade” de alguns dos canditados inscritos. Para Moyana, não fazia sentido que homens “desconhecidos”, que nunca deram mostras de vulto em alguma capacidade política administrativa ou já se deram foi uma bem desastrosa, viessem agora almejar em dirigir o país. Moyana chegou a “desconfiar” que alguns desses candidatos estão mesmo interessados é, em “abocanhar” o fundo que teriam direito para suas campanhas eleitorais.
Do acordão do conselho constitucional, fica demasiado claro que não é pelas razões que Moyana levantou, que alguns dos candidatos foram excluídos mas o facto da lista dos excluídos coincidir com a de Moyana, deve ser uma boa notícia.
Os argumentos que sustentam a exclusão, estão explanados no acordão e me deixam “sem ouvidos” para as “queixinhas” que os excluídos vão por ai naturalmente deixando.
Alguém me perguntou como coloquei no título desse post, a quem essas exclusões beneficiam e quando provavelmente esperava que eu dissesse, mesmo sem pensar, que as exclusões, benefiam à Frelimo e seu candidato, num jeito provocador, respondi que em primeiro plano beneficiam aos excluídos pois na próxima, exactamente daqui a cinco anos saberão com certeza se organizar atempadamente melhor. Aqui decidi “desculpar” os candidatos que entram nessa corrida pela primeira vez. A inexperiência pode ter contado e muito. Quem concorda comigo nessa posição vai ter que “estar comigo” quando eu for elogiar à Deviz Simango e sua equipa, que apesar de levarem a mesma “inexperiência” tiveram o cuidado de ir de acordo com as leis.
Se “desculpamos” os candidatos “inexperientes” que diremos dos candidatos com Yakub Sibindy e Raúl Domingos que já levam alguns “calos” nessa coisa de presidenciais? Não vão cá me dizer, que “as regras do jogo dessa vez mudaram pois, essa tal ligeira mudança das regras de jogo, não seria suficiente para justificar tanta falta de atenção e desorganização que acaba bem “punida” pelo Conselho Constitucional
Para mim(eleitor) a vantagem está no facto de me terem poupado a “chatice” de antes de decidir em quem votar, “ler” os sete candidatos, ir aos seus comícios eleitorais, escutar-lhes as “mentiras das verdades” e muito mais. A escolha me ficou facilitada. Tenho poucas opções. Na verdade penso que me restam apenas duas(Guebuza, Simango) pois, depois de CC eu fiz minha própria “exclusão”.
Se haverá alguém mais que se beneficie com essas exclusões?
Pensei no candidato Afonso Dhlakama. A partir das suas declarações para justificar a “capanguisse” feita á Deviz Siamngo em Nacalo Porto, fiquei a acreditar que se reduziram quase a zero, as posssibilidades de voltar a ser “humilhado”, pois será difícil que ele esteja na mesma cidade com o puto Deviz.
Se beneficiam todos os três candidatos que sobraram, pois, para si vão alguns dos votos que iriam para os canditatos excluidos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

DO CHITENGO ONDE MORO: carta para Mariazinha XVIII


Mariazinha minha querida amiga, a quanto tempo!!!
Hoje te escrevo numa sexta feira a maneira antiga, lembras?
O tempo passa, eu dou um stop no escrever, mas a vida, como sabes, continua na sua máxima força.
A maior novidade desse Agosto é com certeza a ponte. Inaugurámos( Eu e Guebuza) a ponte sobre o rio Zambeze. Acabou e para sempre Mariazinha aquela chatisse que tinhamos sempre que quisessemos visitar os outros lados desse teu grande Moçambique. Agora posso por exemplo, fazer Beira Quelimane e vice versa sem me preocupar se o rio esta cheio ou não, se o batelão está operacional ou não. O país está ligado se é que estava desligado e ou está mais uma vez ligado se á que já estava ligado.
A ponte é “grande” e linda. É maior que Moçambique. Maior que o Zambeze. Maior que os moçambicanos que a utilizarão. Maior que Armando Emílio Guebuza, nome oficial com que a baptizaram. Só se compara na grandeza, com a história secular do grande rio. Os crocodilos se entristeceram, choraram “lágrimas de crocodilo” no seu sentido literal. As businesswomen das margens do rio também choraram. É que os negócios, das bancas e outros(somente nocturnos) que me excuso de chamar pelo próprio nome, já não se poderão fazer com a mesma rentabilidade de antes. Mariazinha me lembrei do nosso provérbio sena “Ntendere wa ngumba ndi kulira kwa ngiri-a alegria do porco é tristeza do javali”. A ponte não podia alegrar todos não achas?
A propósito da ponte, andou(ainda anda) um pouco por todo lado, uns debates acerca do nome da ponte. Eu, Mariazinha, que sou muito dono de mim mesmo e que considero a ponte muito minha independentemente do nome que lhe fosse atribuido, decidi não entrar nessa conversa, pois entendi que a conversa tinha mais a ver com muito mais do que com o nome da minha ponte.
Os mêses vão correndo Mariazinha e logo logo temos o grande Outubro. Outubro da paz, Outubro de Matsangaissa, Outubro de Samora e neste 2009, Outubro das eleições. Já me inscrevi(mudei de residência), já temos os candidatos inscritos e só falta mesmo decidir em quem confiar o meu precioso voto. Andam já por ai, como sempre, discursos bons e maus, enfim coisa de ano das eleições. O parlamento Juvenil fez algo bonito Mariazinha. Decidiu chamar e conversar com os presidenciáveis e tirar deles as ideias que tem acerca da juventude. Gostei!
Mariazinha não quero que oiça de outras fontes oque o camarada Chipande disse. Ele acha e disse que não existe mal nenhum em dirigentes da Frelimo acumularem riqueza, pois foram eles que nos trouxeram a independência. Ai Mariazinha me senti bem menos “independente” quando ouvi(li) Chipande. Ele foi bem mais longe e disse que se estivessem vivos, Mondlane e Samora também teriam entrando para essa corrida ao enrequecimento. Como pode ele falar assim dos mortos? Enfim coisas de ano de elições.
Aqui no acampamento a vida vai em cheio. Estamos naquela época que a casa anda quase todos dias cheia. A dias esteve cá o Vice do Turismo, Rosário Mualeia. Tenho que aproveitar dizer-te que lhe admirei a simplissidade.
Estivemos(eu e Guebuza) na semana finda em Chimoio. Ele inaugurando isso e aquilo e eu no meu trabalho. Passamos pelas mesmas ruas esburacadas e se ele tivesse ido ao mercado 38 onde eu fui, teria visto os mesmos montes de lixo ao lado do mercado. Chimoio está cada vez mais suja e não sei porque. Se fosse Beira diriamos que é por causa das constantes saidas do edil em serviço do MDM. No caso de Chimoio e de outros tantos municipios que estão numa auténtica lixeira temos que encontrar outros motivos pois tanto quanto sabemos os edis não fazem mais nada senão velar pela cidade
Bem me deixa parar por aqui.
Te desejo um bom final de semana.

sábado, 8 de agosto de 2009

OQUE CHIPANDE DISSE E NÃO DISSE!


“se Mondlane e Machel fos¬sem vivos, seriam também acu¬sados de serem ladrões. Somos ladrões porque estamos vivos?”
Alberto Joaquim Chipande

A grande “vantagem” de se estar morto é que ninguém pode com certeza dizer oque seriamos se ainda estivéssemos vivos.
-Quem pode ter a certeza das mudanças que fariamos ou promoveriamos?
-Quem pode afirmar que não seria “moldados” pelos ventos de mudanças obrigatórias?
Nesse 2009(ano Eduardo Mondlane) muito se falou de Eduardo Mondlane e obrigatoriamente de Samora Machel e outros heróis.
No contexto do que estou pensando, meu destaque vai para oque Duarte de Jesus(Historiador Português) disse durante o Simpósio Internacional realizado em Maputo(Junho), que tinha por objectivo resgatar a história que caracterizou o percurso da construção da identidade e personalidade de Mondlane, transcrevo:
“É muito difícil prefigurar em Mondlane um dos futuros ditadores africanos, finalmente desajustados à realidade sociológica”.
-Como posso ou não posso acreditar no que Chipande disse?
-Oque me faz ter certeza que se vivos, Mondlane e Samora não se teriam tornado “empresários de sucesso” a custa de suas influências políticas governamentais?
-Oque me faz acreditar que se vivo Mondlane e Samora continuariam a “defender” prioritariamente o bem estar de “todos” moçambicanos e não se tornariam em capitalistas selvagens como os outros camaradas, abocalnhando tudo e todos?
Tem ou não razão Chipande ao afirmar que “se Mondlane e Machel fosssem vivos, seriam também acusados de serem ladrões”?
Seriam acusados ou seriam realmente ladrões e corruptos?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

INAUGURAÇÃO DA PONTE SOBRE O RIO ZAMBEZE: oque eu vi

Tal como prometera, fiz tudo ao meu dispôr e estive presente em Caia, nas cerimónias da inauguração da minha ponte. A ponte sobre rio Zambeze, ou ainda ponte Armando Emílio Guebuza, seu nome oficial.
Eu vi lá um mar de gente. Muita gente. Gente vinda de muitos cantos de Moçambique.
Vi o batelão viajando pela última vez, vi uma multidão atravessando a ponte pela primeira vez.
Vi o presidente acompanhado da esposa e vários ministros.
Vi um sorriso no seu rosto.
Vi bandeiras de partidos políticos. Bandeiras de dois partidos políticos.
Vi muitas bandeiras da Frelimo e algumas bandeiras do MDM. Até cheguei a me perguntar porque outros partidos políticos não tinham as suas.
Vi gentefeliz pela ponte.
Vi gente triste pela ponte. Há sim gente triste pela ponte pois ela lhes vem tirar o seu ganha pão.
Vi Joaquim Chissano cujo nome alguns acham que devia ter sido atribuido à ponte pelo facto de a obra ter iniciado no seu tempo.
Para além de ver, eu fiz. Atravessei a ponte no seu comprimento total e lhe apreciei a grandeza.
O debate em torno do nome continua mas eu que já tinha um nome preparado para a minha ponte não vou entrar nele.

domingo, 19 de julho de 2009

PONTE SOBRE O RIO ZAMBEZE: o nome da minha ponte


Vou fazer tudo ao meu dispôr para poder estar presente em Caia, nas cerimónias da inauguração da minha ponte. A ponte sobre rio Zambeze. Passarei por ela assiduamente, por isso já vou considerá-la minha ponte. Minha e de toda minha gente que vai se ver livre duma vez para sempre, de todas as chatices que a falta da ponte nos criava. Não vamos nunca mais aturar as longas filas de carros para entrar nos batelões, nem correr o risco de “ficar no rio” durante as perigosíssimas atravesias de canoa na época das chuvas. Tudo isso e muito mais, vai ficar para a história.
Anda gente discutindo por ai, em torno do nome da minha ponte, como é que ela se vai chamar? Para além de ser minha ponte, ponte sobre o rio Zambeze, ponte que vai acabar com as minhas chatices, acham que ela tem de ter um “nome próprio”. Nome próprio não. Tem de levar o nome de alguém. Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano, Armando Guebuza ou sei lá quem mais. Porque Guebuza, porque Mondlane, porque Chissano? Vão perguntando. É importante discutir isso tudo, eu penso, mas para mim, a minha ponte já tem nome e estou satisfeito, e mesmo que não tivesse, seria minha ponte e acabaria com as minhas chatices.
Fala-se por ai que a minha ponte será usada para campanha eleitoral, estamos no ano das eleições. Eu só quero minha ponte. Ao passar por ela nem me vou lembrar como ela se chama.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

DO CHITENGO ONDE MORO: carta para Mariazinha XVII


Mariazinha!
A semana está chegando ao fim e notícias é que não faltaram essa semana. Tem uma triste!
Uma não, duas!
Talvés uma mais triste que a outra mas tristezas são todas triste, nenhuma mais que outra.
Primeira tristeza, morreu Ricardo Rangel o grande fotojornalista. Dizem que partiu no maior sossego enquanto dormia. Aos 84 anos uma vida cheia de vidas. Que a sua alma tenha o merecido descanso.
Outra trishttp://www.blogger.com/img/blank.gif
Add Imageteza nos vem da cidade de Nacala-porto, tentaram matar Deviz Simango. Não há certezas que era essa intenção mas os factos mandam dizer que boa não era.
Homens da guarda do pai da democracia, organizados e instruidos sei lá por quem foram “atrapalhar” o comício que Deviz Simango ia dirigir. Motivos, segundo delagado da Renamo, Deviz e MDM não deviam realizar nenhuma actividade política em Nacala-porto porque lá se encontra o presidente da Renamo. Veja só como a renamo pensa!
Mariazinha, se a Renamo não for penalizada pelos orgãos de justiça por essa bandidagem de Nacala, eu e tantos outros moçambicanos vamos penaliza-la no dia 28 de Outubro, quando tivermos nas mãos os nossos boletins de voto.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

DO CHITENGO ONDE MORO: carta para Mariazinha XVI


Mariazinha nem sempre “querer é poder” como se costuma dizer. Vais tu pensar que não te escrevo(não posso) por não querer? Vais?
Ao longo desses longos dias percebi que não basta querer(por mais forte que o querer seja) para podermos. Cheinho de notícias boas como aquelas que a amiga Micas andou a procura na mana Ximbitane oque faltou(ainda falta) é tempo para escrever. Hoje por exemplo só vou te falar da electrificação do parque Nacional de Gorongosa. Isso mesmo Mariazinha, mais dias menos dias, deixaremos de depender dos grupos geradores que temos estado a usar e que consomem rios de dinheiro em combustível. Está claro que muita coisa vai mudar.
O processo já vai bem longe, não me pergunte porque não ti contei essa novidade antes, ando sem tempo lembras? Os postes já estão erguidos, a linha já vai começar a ser estendida e logo logo, txan!!!!!!!
“Cahora Bassa já é nossa”

sábado, 6 de junho de 2009

domingo, 24 de maio de 2009

PARA O BEM DA INDEPENDÊNCIA DA CNE: Um exemplo que devia ser seguido

Quando li acerca Sibu Ndebele, o ministro sul africano dos transporte que foi “obrigado” a devolver um presentinho que recebera da parte de uns empreiteiros, não consegui não contrastá-lo com as coisas cá da casa. O caso mais gritante para o contraste foi a decisão recentemente tomada de atribuir ao presidente da Comissão Nacional de Eleições, o estatuto de Ministro e os restantes membros da mesma Comissão, o estatuto de vice ministros. Estatuto(regalias- salários, viaturas, passaportes diplomáticos, isenções, ajudantes de campos e outros) de ministro.
A medida tomada pelo governo de Jacob Zuma pretende, penso eu, garantir que o ministro não se sinta compelido a prestar “favores” aos empreiteiros que lhe ofereceram um Mercedão, uma telinha umas duas vaquinhas e combustível sempre que quisesse. É claro que não há pecado nenhum em dar/receber presentinhos, mas porque somos corruptíveis
tanto como corrompidos e como corruptores, certos presentes precisam ser encarados com muito cuidado. Ainda que não tenha sido intensão dos empreiteiros de “preparar a alma” do ministro para futuros negócios, tendo ficado com presentes tão valiosos como os em questão, o ministro teria alguma dificuldade em não “favorecer” os tais empreiteiros se num futuro breve se encontrasse numa situação que assim o exigisse. Torna-se necessário que o ministro esteja livre de tudo e todos para tomar decisões baseando-se apenas nas “regras do jogo”.
Olhando para esse posicionamento de Jacob Zuma podemos voltar a nos perguntar porque é que justo no ano das eleições o governo de Armando Gebuza decidiu fazer um “upgrade” nos membro do CNE? Até que ponto esse upgrade contribui para a eficiência da CNE?
Por mais justas e legítimas que sejam as razões por detras da decisão, se torna contraproducente pelo facto de poder afectar a independência que se pretende nos membros da CNE.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A ORIGEM DOS DIRIGENTES CORRUPTOS: Oque Simbine disse e não disse


Li lá no Reflectindo sobre Moçambique, a interessante reflexão, se assim a podemos chamar, assinada por Domingos Alexandre Simbine e publicada originalmente no notícias com o título “ Dirigentes que nós merecemos”. Eu achei interessante porque Simbine “explora” ainda que forma “superficial” as causas do estado de algumas das coisas que frequentemente tenho ouvido por ai.
Apontar o “estado mau” das coisas(seja lá oque for) é oque muitos de nós sabe e gosta de fazer mas procurar as causas, que na minha modestíssima opnião é bem mais importante, já não é connosco. Esse “medo” de ir às causas deve ser< penso eu, porque se o fizessemos, não poucas vezes descobririamos ser parte determinante nas causas dos problemas que revoltados, zelosamente apontamos.
A mêses me “revoltei” com um texto igualmente publicado originalmente no notícias assinado por Tomás D. Queface apontando de forma problematicamente generalizada, os males que enfermam a juventude, sem se ter dado ao trabalho nem que fosse na superfície, de “lidar” com as prováveis causas. Quando apontamos os problemas sejam eles reais e tão evidentes que se torna até certo ponto desnecessário apontá-los, ou problemas menos reais e de difícil identificação, sem nos importarmos em abordar as causas, fica-se na duvida se nossa intenção é realmente vermos esses problemas resolvidos. É que para mim (i)todo problema tem sua ou suas causas,(ii) a solução de um problema exige o conhecimento das causas.
Bem antes que eu me perca, vamos lá falar do que o sr. Simbine disse e não disse.

1. OS DIRIGENTES QUE TEMOS SÃO CORRUPTOS
Da frase introdutória “Por vezes pergunto a mim mesmo, se vale a pena continuar a questionar as atitudes corruptas dos nossos dirigentes” podem tirar-se muitas conclusões mas a que me foi saliente é que Simbine considera “corruptas” as atitudes dos dirigentes, tal que tem estado por algum tempo a “questioná-las”. A que dirigentes ele se refere, todos dirigentes, alguns dirigentes(quais),dirigentes a que níveis, isso não nos diz. Também não nos diz que atitudes dos referidos dirigentes tem considerado de “corruptas”. Simbine não nos diz o conceito de corrupção que usa para questionar as atitudes dos dirigentes. Não o faz provavelmente por achar desnecessário ou menos importante. Fala-se de corrupção em todos os cantos que todo mundo acha que todo mundo sabe oque é corrupção. Saber até podemos saber mas será que estamos na mesma página quando falamos em corrupção?
Um incidente me marcou bastante quando em Abril de 2004 fiz parte da equipa dos inquiridores da Austral Consultoria no “Inquérito Sobre Corrupção e Boa Governação” encomendado se nã me engano pela UTRESP(Unidade Técnica para Reforma do Sector Público). Estava inquirindo uma técnica de laboratório num dos centro de saúde de Quelimane e depois de termos passado por todas as perguntas do questionário onde ela por exemplo tinha que escolher a instituição mais e menos corrupta, chegamos à última pergunta que por ser aberta era a que mais me interessava pois mostrava o grau de entendimento que o entrevistado tinha acerca do assunto corrupção no geral e das perguntas questionário que acabara de responder em particular. A questão vinha mais ou menos assim: “se fosse indicado primeiro ministro e tivesse que desenhar um plano para acabar com a corrupçao oque faria”. Qunando apresentei à minha entrevistada(técnica de laboratório) ela respondeu: “Primeiro sensibilizar os jovens para reduzirem o número de parceiros sexuais, depois sensibilizar-lhes para o uso correcto do preservativo”. Fiz um enorme esforço para não “rachar” bem na frente dela, mas num fundo percebi que grande parte do que ela respondera não tinha nada a ver com oque eu tinha perguntado. Esse incidente mostra claramente que nem sempre, ainda que pareça, estamos juntos.

2. MERECEMOS OS DIRIGENTES(corruptos) QUE TEMOS
“fico-me pela ideia de que, bom, Deus nos tem dado os dirigentes que merecemos”
A “primeira vista” vista pode parecer que Simbine quer dizer que, como se de um castigo se tratasse, somos atribuidos por Deus, os dirigentes que temos. Mas na verdade é bem mais profundo que isso. Simbine chega a conclusão que com uma sociedade como a que temos, como família dirigidas como tem sido dirigidas, termos dirigentes diferentes dos que temos é algo “não possível”. Fica no ar a sentença, “enquanto as coisas por parte das famílias continuarem como estão, continuaremos com os dirigentes que temos, ou simplesmente diregentes com atitudes corruptas”. Aqui fica também uma pitada de esperança. Estamos perante uma situação reversível. Essa esperança se torna robusta se tivermos em conta que embora me pareça que Simbine tenha generalizado, há famílias que ainda se regem com uma boa dose de valores morais e igualmente, seja lá qual for o conceito de corrupção que ele tenha usado, haverão dirigentes que se possam considerar “saudáveis”. Eu penso que é nessa esperança que devemos “abraçar”. Temos como mudar as coisas.

3. NÃO TEMOS CULTURA DE HONESTIDADE E TRANSPARÊNCIA
“É-me difícil continuar a exigir que os nossos dirigentes sejam pessoas honestas e transparentes, quando como povo não temos cultura de honestidade nem de transparência”
Simbine apresenta aqui um princípio que vale a pena capitalizar. Na “fome de justiça” muitas vezes deixamos de ver as nossas próprias “injustiças”. Pior do que isso tem vezes que conscientemente “sufocamos” a consciência que nos grita as nossas injustiças e fazemos isso gritando as injustiças alheias. Nesses casos pode-se ver que apesar de exigir justiça ser um gesto bom, infelizmente não estamos exigindo justiça por acreditar que seja algo bom e necessário não só para nós mas também para os outros, estamos simplesmente fazendo para mostrar ou tentar mostrar o quão bom somos ou evidenciar o quão mau os outros são.
Aqui vale a pena tentar “mastigar” os conceitos HONESTIDADE e TRANSPARÊNCIA e eu vou começar por transparência que me parece mais acessível. Na minha simplicidade, ser TRANSPARENTE é criar condições para que qualquer um que queira, tenha conhecimento do que fazemos, como fazemos e até porque fazemos. Para enriquecer, podemos também deixar claro acerca dos recursos que usamos no que fazemos, sua proveniência e os resultados que com eles alcançamos. Eu só quero tentar ser o mais simples possível nessas definições.
Ser HONESTO é ser verdadeiro em seus atos e declarações, procurar não ser propenso a enganar, mentir ou fraudar. Olhando para alguns questionamentos que Simbine faz e considerando algumas experiências vividas, dá para perceber que realmente essa coisa de “ser verdadeiro em atos e declarações” faz muita falta na sociedade em que nos encontramos.

4. A FAMÍLIA É A CELULA BÁSICA DA SOCIEDADE
“sendo a família a célula básica da sociedade e onde é forjado o homem do amanhã, torna-se-me difícil compreender que, não havendo honestidade nem transparência na sua gestão, possa haver uma boa gestão da coisa pública por um governo constituído por homens e mulheres nela forjados”
A sociedade seja lá qual for a definição que for usada, depende da família para sua formação. A sociedade tem por isso a cara da família. Simbine defende que só podemos ter um governo saudável se tivermos famílias saudáveis. Transparência, honestidade, sinceridade, integridade, dignidade, lealdade e todas outras “dades” que possam existir são forjadas na família. Portanto as qualidades que exigimos(procuramos colher) dos nossos dirigentes, deviam ser “semeadas” na família. Voltando para a questão da reversibilidade da situação, poderiamos dizer que, o que queremos ver nos dirigentes de amanhã deve começar a ser semeado hoje.
Que a família anda desestruturada é um facto embora não podemos nem devemos generalizar. Os questionamentos de Simbine são tão interessantes que vale a pena olhar de novo para alguns deles.
• “Quantos chefes de família partilham os seus rendimentos e despesas de forma aberta e transparente com as suas famílias?
Simbine acredita que existem chefes de família que democraticamente discutem o que é prioridade para família. Quem cresce num ambiente desse, aprende desde muito cedo que uma decisão cuja consequência boa ou mã recairá sobre muitos, deve, sempre que possível, ser tomada com o envolvimento desses “muitos”. Chego a ser dirigente e sei muito bem que não devo tomar uma decisão que vai afectar a vida de milhares de pessoas sem uma consulta ou ao menos dar-lhes a opurtunidade de se fazerem ouvir.
• “Quantos chefes de família estão preparados para prestar contas às suas famílias (lares) sobre o que fazem ou devem fazer com os rendimentos que auferem?”
Essa falta de preparação vem do facto da consciência de que algo que não devia, foi feito com os rendimentos que devia beneficiar só e só à familiar. Ser chefe duma família nessas condições e vir cá na praça dizer que os dirigentes devem prestar contas do que fazem é pura hipocrisia.
• “Quantos homens estariam preparados para abdicar dum copo de cerveja com amigos e amantes, para garantir que seja acesa a fogueira em casa?”
Aqui, Simbine chama-nos atenção à questão de prioridades. O princípio usado no “beber uns copos com amigos e amantes em detrimento de pôr pão na mesa para a família” deve ser o mesmo de comprar uns caros super luxosos para um grupinho de gente já bem abastada, em detrimento de comprar uma ambulância para o povo supercarente que tem que percorrer uns bons quilometros para a unidade sanitária mais próxima, só um exemplo.Detestamos um mas vamos noutro sem nem sequer notar que existe semelhancas.

Quase a terminar simbine diz: “Como se não bastasse, a cada eleição voltamos às urnas e legitimamos estas incongruências com o nosso voto inconsciente, pois eles são os dirigentes que Deus nos destinou.”
Sendo esse ano, o ano das 3 eleições a sua “chamada de atenção” chega em boa hora, mas oque se pode fazer a curto prazo? Temos como evitar que o voto seja “inconsciente” como tem sido? Há como conscientizar o povo a votar com consciência? Para já oque significa voto “consciente”?

QUEM NÃO TEM PECADO ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

Se a conclusão a que devemos chegar é que “antes de questionar as atitudes corruptas dos nossos dirigentes” temos que nós mesmos cultivar a “honestidade e de transparência” que exigimos nos dirigentes então temos muito que fazer. Começar desde já a semear oque queremos colher. Do que Simbine diz temos que começar a prestar mais atenção no que fazemos a ver as semelhanças com os “pecados” que apontamos nos dirigentes. Se os dirigentes são corruptos porque são forjados em famílias corruptas e tomam decisões corruptas que tornam a sociedade(as famílias) corruptas então estamos cilclo vicioso.