Na última edição do semanário o país, de acordo com Soares Nhaca, o recentemente nomeado ministro da agricultura, o sector que a menos de um mês dirige, vai mudar. Nos argumentos dessa mudança parece residir a razão da exoneração dos seus antecessores. Nhaca diz que a agricultura vai “se tornar um sector que produz renda e que contribua para o desenvolvimento económico e social do país” porque ele vai “cumprir rigorosamente as orientações do Governo e do partido no sentido da agricultura moçambicana”
Urge questionar. Será que os antecessores não cumpriram “rigorosamente” as orientações do Governo e do partido? Se não cumpriram, porque não? Será que existem e estão claras essas orientações do Governo e do partido no sentido da agricultura?
Que se lembre Nhaca que não basta querer mudar.
Que se lembre Nhaca que a euforia dos primeiros dias não é suficiente. Que se lembre Nhaca que está diante dum ministério e que todos os elementos devem estar sintonizados para que a mudança aconteça. Que lembre Nhaca que há “sabotadores” de mudanças que as vezes tem de ser exonerados em massa para “criar nova dinâmica”
Nhaca diz também que dentro de 6 meses Moçambique terá biocumbustível processado da jatrofa.
Que lembre Nhaca que essa fábrica será resultado do trabalho iniciado pelos seus antecessores e não apenas do seu eufórico desejo de mudar a agricultura, e que usando um pouco de humildade faça questão de mencionar isso.
Mudanças todos queremos mas habituados à discursos dissociado de acção, promessas não cumpridas, há espaço sim para esse cepticismo. Quando o presidente Armando Gebuza formou seu governo, nomeou os governadores vimos e ouvimos coisas, “fogo de palha”. Uma das mais forte foi a de Idelfonso Mwanantata que prometerá consultas médicas para emprestar os seus conhecimentos de médico ao hospital provincial de Tete. Por detrás dessa oferta/promessa, estava o desconhecimento das responsabilidades que lhe aguardavam como governador. Não será o caso de Soares Nhaca? Pode ter sido um bom sindicalista, um bom governador, um bom vice ministro de trabalho, mas ministro de agricultura é outra coisa. Que o digam seus antecessores. Ao Soares Nhaca peço que tenha calma. Que deixe as mudanças falarem por si próprias.
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