sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Então Quem é o Culpado?


Minha natureza humana me manda achar um culpado. Alguém a quem atribuir toda ou alguma responsabilidade por tudo, e assim me livrar de alguma responsabilidade que existir para mim e da dolorosa tarefa de reflectindo procurar entender causas consequências e buscar soluções. É a forma mais simplista de abordar a questão. Culpado são os "chapeiros" que vivem cegados pelo lucro. São insensíveis ao sofrimento do povo. Culpado é o governo que decidiu aumentar a tarifa sem consultar o povo. Culpado é o povo que é desordeiro e violento que não teve a calma de buscar soluções pacíficas. Culpado é a OPEP que aumentou o preço do barril de petróleo sem pensar em países como o nosso. Culpado é Ussama Bin Ladin que atacou os EUA a 11 de Setembro 2001 pois é desde lá que o preço do petróleo enlouqueceu. Vamos por ai buscando culpas e culpados. E o governo que não analisou todas alternativas? A FEMATRO que concordou sem pensar na reacção do povo? E os "vândalos" que se aproveitaram da manifestação pro causa justa e seguíram suas próprias agendas? E os meios de comunicação que quiseram "tapar o sol com a peneira" fingindo que nada estava acontecendo? E os maldosos que espalham boatos para agitar as massas? E a oposição que veio dar culpa a Frelimo? E os "vândalos mentais" que se aproveitam da situação e criam teses e cenários assustadores. Que misturam oque aconteceu com questões passadas nunca tratadas à luz do dia? E o vice ministro do interior que veio dizer oque disse. E os transportes público que deixaram de ser a resposta? E os autocarros luxuosos? E os que acham que o governo foi achado de surpresa. Na minha busca ao culpado corro até risco de atribuir culpa aquem nada tem a ver com oque aconteceu.
Facto é que o petróleo subiu no mercado internacional e como Moçambique não é produtor ia sentir "na carne e osso essa subida. Facto é que subindo o preço do combustível cá dentro como resultado da subida lá fora o transportador ficaria num prejuízo se não ajustasse a tarifa de modo a acomodar as alterações no preço de combustíveis. Cruzamomo-nos esses dias com economistas bons ou ruins, patrióticos ou não, solidário ou insensíveis que defenderam que o governo não tinha como subsidiar os combustíveis. Outros que apontaram na forma abastada como as elites governamentais vivem. Falou-se da revisão fiscal, da redução ou isenção no IVA. Falou- se de tudo mais alguma coisa. mas quem é o culpado? E em que consiste a culpa? Como corrigir?. O governo recuou oque isso significa? Fala- se de precedente. Acredita-se que daqui em diante sempre que o povo não concordar com uma medida do governo sairá à rua em protesto. E dai como serão as coisas? O governo recuou e dai? Vai subsidiar os transportes mas como? Com que dinheiro? Que virá donde? Não tinha conhecimento desse dinheiro, dessa possibilidade? Até quando vai subsidiar? Será um medida sustentável? Não vai pesar em algum outro lado essa medida?
No éden o homem culpou a mulher que Deus lhe deu, a mulher por sua vez culpou a serpente que Deus criou a serpente mesmo sem dizer deve ter culpada a Deus que a criou. Vamos então procurando o culpado? E uma vez encontrado oque fazemos com ele?

2 comentários:

Jorge Saiete disse...

olha Nelson levantas questões interessantes.
Até aqui tudo indica que o combustivel do semi-colectivo será mesmo subsidiado mas nada me proibe de pensar que os técnicos do ministério das finanças encontrarão outros mecanismos de chupar dos cidadãos o valor de volta. aliás, as finanças públicas têm muitas formas de dar volta a crises. alguma coisa será encarecida para fechar o burraco donde sairá o "subsidio". só espero que não seja no IRPS porque mesmo o actual o considero insuportavel!!!!

Lázaro M.J.D.M Bamo disse...

excelente professia de Jorge quanto a proveniencia de valores para subsidiar os transportes semi colectivos de passageiros. Tememos um a tarifa alta mas nas artimanhas das financas iremos pagar caro. nao quero rejeitar a medida e como Nelson questiona 'e pouco clara a proveniencia de tal dinheiro, mas a solucao acabara sempre tendo implicacoes nefastas no custo de vida do mocambicano.

Phambeni