sexta-feira, 9 de maio de 2008

GUEBUZA versus CHISSANO: comparações









Exonerações não eram o meu método de trabalho, afirma Joaquim Chissano


2008/05/09

Em crescente intervencionalismo político, o ex-presidente da república, Joaquim Chissano, disse no último fim de semana que a exoneração de ministros não era parte do seu estilo de governação.


Chissano, cauteloso como sempre, disse que não está em condições de fazer comentários com propriedade dado nunca ter conversado com o actual chefe do Estado sobre o que o move a agir como age.

Chissano afirmou que a sua estratégia governativa assenta no que chamou de "rotação de quadros", por ser sempre importante colocar `a pessoa certa no lugar certo´

"Exonerações não eram meu método de trabalho ", precisou , quando indagado sobre o que o levava a não exonerar os membros do seu Governo, mesmo nos casos em que a sua baixa produtividade ou mesmo improdutividade era um dado evidente e visível mesmo a olho nu.
"`Apostava na rotação de quadros por achar que isso era mais benéfico para os objectivos que eu pretendia atingir, que se cingiam no desenvolvimento sócio -económicodo país. Agora, talvez a dinâmica seja outra, daí novas estratégicas", ajuntou Chissano que preside a uma fundação ostentando o seu nome e ao Fórum dos Antigos Chefes de Estado de África.

"Mais, como disse, não posso comentar em torno das exonerações que o presidente Guebuza opera, pois ainda não conversei com ele sobre isso", frisou.

Chissano esteve no último sábado nas cerimónias do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, dando sinais de grande visibilidade pública, o que vem acontecendo desde Fevereiro.

Analistas políticos moçambicanos fazem notar que desde essa altura, Chissano fez questão em estar presente na abertura dos trabalhos da Assembleia da República, onde fez declarações à Imprensa, apareceu na televisão durante as celebrações da semana pascal (festa dos católicos), tendo garantido assinalada a visibilidade na recepção anual dos núcleos Apostólicos, na recepção do Presidente da república portuguesa, Cavaco Silva e mais recentemente a visita à Maputo de Morgan Tsvangirai, o vencedor das eleições Zimbabweanas.

Embora seja normal essa visibilidade para um antigo chefe de Estado em democracia, os seus detractores consideram que Chissano apoiado pelos antigos ministros Leonardo Simão, Almerindo Manhenje e Tomás Mandlate está a fazer um retorno às políticas activas.

Joaquim Chissano disse contudo que jamais aceitaria voltar a ser candidato a Presidente da República, mesmo que o seu partido volte a apostar nele.
Alás, refere que mesmo que tal fosse vontade de todo o povo moçambicano, ele não estaria em condições de voltar a ser PR.

Afirmou estar satisfeito com a governação de Guebuza, que é, segundo ele, continuação daquilo que são as `linhas orientadoras´ do partido Frelimo, de que ambos são membros seniores. `Olha que o Presidente Guebuza fez uma campanha nas bases, tendo como alicerce os projectos e programas que foram elaborados durante o meu tempo´, destacou.

Durante os 18 anos em que foi Presidente de Moçambique, Chissano não atingiu em termo de exonerações, o "recorde" que Guebuza atingiu em apenas três anos. A exoneração de Manuel António do cargo de Ministro do Interior, em Agosto de 1997, é a que mais se salienta da sua "era".

fonte: Savana






1 comentário:

Jonathan McCharty disse...

O que difere estes dois "bradas" e',sem duvidas, o seu carisma! Guebuza faria um bom contraste a atitude diriamos que, "soft", mais ponderada, de Chissano, com a sua mensagem inicial de "por as coisas em ordem"! E digamos que, o pais inteiro, teve um abanao e parece mesmo que ja estavamos a entrar nos carris!
O problema surge quando se constata que, afinal, o titio diz umas coisas ca' fora e la nos bastidores, faz outra (a agenda nao e' monopolizar o pais, mesmo!!). E quando um politico comeca a sofrer de "TRUST-GAP", nada se pode esperar senao o seu "DOWNFALL"! E isso pode surgir dos seus proprios comparsas, como se esta' a observar!