Os fins de semana(Sábado e Domingo) exigem uma boa dose de criatividade para quem os passa cá dentro. Maior parte do staff sai do acampamento que fica vazio e calmo. Ler, escrever, dormir, futebol são algumas das opções que já experimentei. A mais viável para mim tem sido leitura e este fim de semana estou bem servido, estou lendo “Empress Orchid” que é um auténtica viagem por uma parte bem interessante da história da china. A vida na corte. As intrigas, conspiracoes por detras dos imperadores e suas esposas.
Tarde de Domingo dispensei o futebol. Os “Leões de Chitengo” foram à Nhamatanda desafiar a rapaziada de lá e eu preferi ficar, mas logo cedo descobri ter cometido um grave erro, pois não sobrava mais nada interessante a fazer até que me convidaram a fazer um passeio ao rio Púngue que fica a cerca de 25 minutos de caminhada daqui. Fernando e António me fazem a companhia.
Fernando é um jovem empregado de mesa que em pouco tempo(cerca de um ano) que trabalha para o restaurante do Parque adiquiriu uma vasta experiência graças ao seu espírito humilde e vontade de aprender. Já esteve envolvido na organização de um sem número de eventos que o Parque testemunhou. Guarda na memória momentos interessante que passou ao lado do lago Urema quando foi chamadoa organizar um “coffe break” para os turistas que por longo periódo ficaram a espera dos hipopotamos. Fernando é um arsenal de histórias tanto historias do parque assim como da vida no geral.
António é assistente de produção no Departamento de Desenvolvimento Humano e é outra fonte de histórias de Chitengo. Me deixem ficar mais tempo por aqui e já me vejo também com um monte de histórias desse lugar.
Pelo caminho ainda passamos pelo cantinho do Tomás. Tomás é um caçador furtivo que enquanto cumpre a pena, tem a opurtunidade de desenvolver uma actividade produtiva. Trança e vende esteiras .
História atrás de história, risada uma atrás de outra, chegamos à margem do rio sem dar conta. Entramos para o areal e senti saudades próximas das minhas tardes do Estoril.
Um vento suave nos abraça enquanto o cheiro do verde que se estende à nossa frente nos enche primeiro os pulmões e depois a alma. Esse lugar dá para visitar mais vezes, vir passar as tardes. Respirar o ar puro e brincar na areia como garotinhos despreocupados. Dá para vir namorar. Deixar a poesia da natureza nos purificar para a semana de trabalho que ao fim da cada Domingo fielmente nos espera.
No rio, tem um barquinho que faz a atravessia, tem canoas dos pescadores. E por falar de canoas me lembrei do documentário da viagem que a equipa do tio didinho do Pirlim pim pim fez para esta banda. Disse ele que tinha passado um dos momentos mais assustadores da sua vida durante a travessia do Púngue.
As aguas são tentadora. Devem estar bem fresquinhas e um mergulho só me faria bem, mas precisa não amar a vida para nada para se atrever. Há crocodilos nessas águas e com eles nãoo se pode fazer acordo nenhum.
Na outra margem há gente pescando incluido umas senhoras oque me deixa impressionado. À nossa frente, um bando de cisnes se assusta e se levanta num voo bonito de ver.
Caminhamos ao longo da margem até que nos damos com pegadas assustadoras. Ninguém sabe ao certo que bichos passaram por ali, mas a ideia não expressa de que um leão podia muito bem passar por ai nos assustou e decidimos voltar.
Queria poder ficar mais tempo assistir o pôr do sol que com certeza deve ser fenomenal, mas o céu está meio nubulado e não quero voltar ao parque depois do pôr do sol. Caminhar nesse mato depois de escurecer não é boa ideia.
Voltamos ao acampamento depois de termos prometido para nós mesmos voltar a visitar a margem do rio Púngue. Prometemos fazer umas belas fotos e até lá fica a lembrança duma tarde de Domingo passada de forma bem diferente.
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