Estavamos no princípio de 1989 quando na companhia do meu cunhado com quem morava vim parar na cidade da Beira vindo de Tete. Oficial do exército meu cunhado estava transferido e precisava esperar que lhe conseguissem um voo para Lichinga. Ficamos hospedados no Hotel Estoril. Uma estadia que se supunha curta mas acabou sendo de mais de um mês.
No Hotel Estoril aprendi um sem números de coisas novas próprias da vida da cidade. Foi lá por exemplo onde pela primeira vez me deixei transportar num elevador. O Hotel Estoril com uma arquitectura única era enorme. Ao lado ficava o Hotel Dom Carlos pintado dum azul lindo que ainda conserva. Eram grandes, lindos e limpos segundo o padrão de limpeza da cidade da Beira nos anos 80-90 e segundo à minha avaliação de adolescente habituado à bagunça rural. Passavamos maior parte do tempo na praia junto ao farol. Comiamos peixa grande e muito mariscos, passeavamos, enfim bons momentos.
Voltei a Beira agora em 2006, passei por Estoril algumas vezes mas nunca o tinha feito como no Domingo passado. Desci do chapa e fui apreciando com “uma lágrima no canto do olho” oque sobrou dakeles dois lindos colossos.
“É isso que o tempo pode fazer”...pensei comigo.
Não sei oque aconteceu àqueles prédios até chegarem àquele nível mas que é lastimável isso é sim e que se podia ter evitado tenho quase certeza. Não vou descrever o estado, fiz algumas fotos que com certeza falarão bem mais alto e claro do que qualquer descrição que possa tentar fazer.
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