domingo, 5 de abril de 2009

O PENSAMENTO DE IVETE FERNANDES


Ivete Fernandes, ex-membro da Renamo, viúva de Evo Fernandes-Secretáriogeral da Renamo e agora membro da Comissão Política do MDM deixou lá no cantinho do MDM(http://mdmwiki.wetpaint.com/account/Nelsonleve/thread/2571530/Questionamentos ) comentário que vai abaixo . Ivete depois de elogiar e encorajar o meu contributo, deixa ficar uns “points” que achei interessante.
“O MDM só crescerá e fará diferença na política Moçambicana se (e enquanto) estiver atento à reflexão crítica, franca e frontal dos intelectuais orgânicos”. Ivete mostra aqui a necessidade de o MDM “escutar”. Para tal terá que haver espaço para seja lá quem for e usando diferentes meios possa expressar-se sobre MDM. Como ela bem diz, “Reflexão crítica, franca e frontal” precisa-se. Deve haver a coragem de se “engolir o orgulho”, tolerar as diferenças de opnião. Só se cresce com isso.

“O MDM tudo deve fazer para nunca vos tratar como "Apostolos da Desgraça", só porque o que dizem e escrevem incomoda”. Disse Ivete.
Esse pensamento me fez logo lembrar da Renamo. Como os que exigiam um congresso foram tratados, isso porque apesar de estar preconizado nos seus estatutos, a ideia de congresso incomodava as lideranças da Renamo. Os que dizem algo “desagradável” são logo considerados como os “do outro lado”
“Quando um dirigente ou partido começa a acusar os intelectuais de inoportunos, principalmente os que se recusam a converter-se em intelectuais do regime (espécie de assessores de imprensa bem falantes), esses sim, estão a caminho da desgraça política, cultural e moral”.
Penso ter sido esse o grande pecado da Renamo de Dhlakama. Penso que tenho visto alguns “intelectuais do regime” passarem por cima de suas consciências académicas, para vergonha das suas academias, para acomodarem as ideologias das formações político-partidárias que lhe são uma verdadeira “umbrella”.

É claro que o pensamento de Ivete Fernandes não representa necessariamente o pensamento do MDM no seu todo, mas se torna encorajador perceber que haja dentro do MDM alguém que pense de forma tão aberta como ela faz. Interessante ainda se tivermos em conta que ela vem da Renamo e é membro da comissão política do MDM.

Eis o comentário da Ivete no seu todo:

“Nelsonleve,
Já fizemos justiça ao contributo que tem dado para a reflexão sobre o lugar do MDM na vida política moçambicana. Justiça, no sentido de incluir na secção "MDM na Imprensa e Blogs" seu artigo de 08 de Março passado, no Blog MEU MUNDO(my world). Tanto quando sabemos foi este artigo que primeiro apresentou a feliz leitura da sigla MDM como "Moçambique deve Mudar". Merecia ser listado no MDMWIKI e acabamos de o fazer. Outros debates têm seguido, também provocados por si; como este sobre as "Vantagens versus Desvantagens". Encorajamo-lo a manter esse espírito crítico, indagador e incorformado com falsos entusiasmos. O MDM só crescerá e fará diferença na política Moçambicana se (e enquanto) estiver atento à reflexão crítica, franca e frontal dos intelectuais orgânicos. Como muito bem explicou Humberto Eco algures, não se pode entender por ïntelectual alguém que trabalhe com a cabeça mais do que com os braços. O papel dos intelectuais na política, intelectuais no sentido de criativos e inovadores, é de agirem como consciência crítica do grupo e da sociedade. Vocês têm uma função fundamental - incomodar, incomodar sempre! O MDM tudo deve fazer para nunca vos tratar como "Apostolos da Desgraça", só porque o que dizem e escrevem incomoda. Quando um dirigente ou partido começa a acusar os intelectuais de inoportunos, principalmente os que se recusam a converter-se em intelectuais do regime (espécie de assessores de imprensa bem falantes), esses sim, estão a caminho da desgraça política, cultural e moral. Obrigado pelos contributos!
I.F”

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