segunda-feira, 25 de julho de 2011

Carta ao meu amigo, Nelson: Da demanda ao exercício livre da cidadania e democracia plena no Malaui, à derrapagem económica nos EUA: uma fatalidade [“back to black”] e a [Nova Libra do Sul do Sudão]

Dedé voltou e dessa vez comprimiu uns tantos assunto para me "produzir" mais uma carta. Esta difere-se das outras, por tratar que questões que não sejam necessariamente sobre Moçambique embora como é óbvio, se possa aprender muito com elas ou no caso do assunto americano ser até afectado.
 
"O primeiro presidente da FRELIMO, Eduardo Mondlane, jamais teria sido um ditador se tivesse continuado em vida, pois era um académico e um diplomata, com uma visão estratégica global, que queria uma independência responsável e, se possível, negociada para o seu país e não estabelecer um regime revolucionário de obediência ideológica'" [in Debates & Devaneios]


Olá Nelson,

Votos de uma boa saúde! Vou indo graças a Deus. Agradeço a tuas insistentes e dissecante s notas a volta das ‘minissaias’, prostituição, pós-modernidade e o exercício da cidadania em Moçambique, despoletada pela edilidade de Lichinga. Ora bem, hoje sem deixar de reflectir nesta importante temática, gostaria que passássemos em revista do que se passa na região e no mundo.

Nelson, olhando em direcção nordeste e saltando a fronteira, repousa a República de Malaui que nos dias que correm vive momentos tremendamente tristes. Tudo começa a  quando organizações cívicas locais submeteram ao chefe do estado malauianos pontos específicos que afectam negativamente os malauianos nomeadamente: a boa governação, corrupção, e a penúria económica. Mas o Governo de Bingu Wa Mutharika não deu passos tangíveis para resolver a situação. Na semana antepassada rebentam os protestos que culminaram na morte de 18 pessoas pelas forças policiais. Wa Mutharika não ficou por aí e decretou a ‘caça às bruxas’, sobretudo aos ‘mentores’ da greve em quase todo o Malaui. Um dos alvos é Rafik Hajad, director de uma organização cívica e um dos organizadores dos protestos contra Wa Mutharika, que teve que procurar ‘refúgio’ para evitar cair nas ‘garras’ dos agentes do Wa Mutharika. E prática comum no Malaui prender pessoas às sextas-feiras para que não tenham acesso aos tribunais. “O que vai acontecer a si durante o fim-de-semana muda o seu semblante e a história para os dias que se seguem” – disse Hajad. Resta saber se tal situação não vai transbordar para este lado da fronteira, Moçambique. Seria uma ‘encesto’ metodológico, se comparássemos o incumbente presidente Bingu Wa Mutharika com o ditador Doutor Hastings Kamusu Banda ‘Nguasi’ para não resolver esta situação já de si, ‘vitima’ da retirada de financiamento do Reino Unido e complicações recentes com Moçambique.

Já nos United States of America, Nelson, com uma semana que promete ser de muita movimentação política, os Republicanos e Democratas americanos se desdobram em ‘guerras’ apaixonadas sobre a dívida soberana. Aliás O Presidente Obama (cf. The Global & Mail) saiu ao público para sugerir que apoiaria uma decisão para a redução de despesas públicas. A questão é saber se os republicanos, apologéticos por governo pequeno e o ‘indivíduo’, irão concordar com a ideia. Resta saber se o dólar vai deixar de ‘derrapar’ nos principais mercados financeiros. Resta ainda saber se os USA não serão depois da Grécia, Portugal e Irlanda a declarar falência. O certo é que, se o elefante sentir febril o que será de nós! 

No pretérito fim-de-semana, o mundo foi apanhado de surpresa com o desaparecimento físico duma estrela da música música britânica, Amy Winehouse. Já vais ter aquela voz meio salpicada, meio trémula mas audaz que a caracterizou. Fiquei eu tocado sobremaneira porque na altura em que fazia a minha pós-graduação, além de viver em casa dum senhorio judeu, não poucas vezes passava a música de Amy. Álcool e droga a apoquentaram na verdade e presume-se que seja isso que ‘deu cabo’ da vida da menina dos seus 27 anitos. Entre nós, os menos incautos já saborearam ou tiveram o encanto dos temas da diva no bem sucedido e mais vendido álbum ‘back to black’.

Vou terminar, mas prefiro não me esquecer de ti dizer que em 1980 (16 de Junho) foi bonito e quase interessante testemunhar a entrada em vigor das novas notas do Metical. Samora Machel, ao que se diz, aparece a içar a bandeira nacional lado-a-lado com combatentes que passaram a ser seus detractores. Nelson era mais nem menos para não falar da entrada em vigor da nova moeda do da República do Sul do Sudão, a Nova Libra!

Um abraço

Dedé Moquivalaka

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