domingo, 3 de maio de 2009

DE QUEM É O SLOGAN “MOÇAMBIQUE PARA TODOS”


Quando eramos putos(seis sete anos de idade) tinhamos a mania de “escolher” os carros que passavam na rua. “Aquele é meu” gritava quem visse primeiro e era dele mesmo só que as vezes dois ou três de nós gritavamos ao mesmo tempo porque tinhamos todos como se fosse possível, visto primeiro o carro, e quando isso acontecia tinha briga com certeza.
A memória dessa brincadeira de tempos bem idos voltou a dias enquanto fui assistindo a madura Frelimo e a recém nascida MDM disputarem a posse do slogan “Moçambique para Todos.” Não estou aqui interessado em procurar entender aquem realmente o slogan pertence pois para mim é pouco relevante razão pela qual acho muito infantil essa briga. Eu estou interessado que moçambique seja para todos. Que haja opurtunidades para todos e isso é muito mais que um slogan é muito mais que discursos bem elaborados, muito mais que um forte desejo. Ficar-se por ai a discutir quem usou primeiro o slogam e mesmíssima coisa que brigar pelos carros que vão passando pela rua. A gente tem essa mania de perder tempo com coisinhas menos importante. Vi isso quando o parlamento decidiu discutir o caso Mongiqual ai meu Deus, não se tratou nada do que eu esperava e perdeu-se todo tempo debatendo o”o sexo dos anjos”. Uns lançando a culpa nos outros. E mesmo que esses ou aqueles fossem realmente culpados não aidantaria em nada mesmo limitar-se em apontar os culpados. Perdeu-se um boa oportunidade de discutir o nosso sistema prisional, a formação dos nossos agentes policiais, enfim um monte de coisas importantes, realmente importantes que devia ser discutidas e trazerem como resultado, um Moçambique melhor para todos incluindo para aqueles que por alguma razão estão presos.
Para que Moçambique seja realmente para todos precisamos de gente séria. Gente muito séria que não perde tempo com baboseiras do estilo “esse slogan é meu”. Precisamos de gente que “manda passear” os discursos e parte para a acção deixando que sejam os resultados dela(a acção) a falar por si. Vamos lá ser sério. Para mim o slogan não é de nenhum desses dois ai. O slogan é de quem poder poder trazer um Moçambique melhor para todos os Moçambicanos e como já disse acima isso é muito mais que um slogan é muito mais que discursos bem elaborados, muito mais que um forte desejo.

2 comentários:

Reflectindo disse...

Sabes Nelson, muitos slogans de propaganda política são bons, a questão fica na sua prática. O futuro melhor, mudança tranquila, mudança na continuidade, Moçambique para todos, são alguns exemplos.

Porém, os políticos/partidários são conscientes que o melhor é evitar que depois das eleições sejam cobrados por tudo que haviam prometido. Por exemplo quem já cobrou por futuro melhor? Quem entendeu o que se queria dizer com mudança na continuidade? Já se cumpriu o significado desse slogan?

Os que ficaram no poder por muitas décadas são os mais hábeis nisso. Para tal, eles precisam de deturpar o sentido dos próprios slogans mesmo dos seus adversários, distraindo o eleitorado que vai até às urnas sem saber o significado verdadeiro dos slogans e isso para não falar do manifesto eleitoral.

No nosso país é a estratégia que mais torna inútil as eleicões. Uso de dísticos, uma moldura de apoiantes que nada sabem o que apoiam em desfiles, comícios aqui e ali, mas onde ficam os políticos partidários que interagem com o eleitorado? Onde ficam os políticos que querem ser perguntados sobre o significado do que consta nos seus manifestos e slogans?

Não é por acaso, que uma das lutas será minimizar a importância do uso da internet pelos políticos para debate. Por falar disso, até pode-se ver como muitos têm medo dos seus próprios slogans, pois bem entendidos pelo eleitorado, constituem perca de mordomias.

Ora, falando de um Moçambique para todos, e começando a cobrar quem o disse na Cidade da Matola, a pessoa está no poder desde 1975 e como Presidente da República desde 2005, a coisa fica complicada. Não acham? Sabendo que o termo é originariamente do “Lutar por Moçambique” de Eduardo Mondlane, e se quisermos cobrar a Armando Guebuza desde o tempo em que ele foi Ministro do Interior, a coisa fica ainda muitíssimo complicada.

Mas a sua maneira (a de Guebuza) de ver os moçambicanos em relação à pátria moçambicana melhorou ou ficou diferente desde 2005? Acho que está é a pergunta que qualquer jornalista devia ter feito a Edson Macuácua que disse estar a provar o uso da expressão muito antes da fundação do MDM. Se Edson Macuácua ou qualquer outro membro e simpatizante do partido de Armando Guebuza, o ouviu a proferir o termo Moçambique para todos, já o devia ter recordado quando mandou fora de qualquer posto de direcção o moçambicano Benjamim Pequenino, quem exemplarmente como PCA dirigiu os Correios de Moçambique. O Macuácua ou qualquer outro frelimista devia ter recordado isso a Armando Guebuza quando mandou exonerar Eduardo Namburete, Ismael Mussá. O exemplo que ele deu de que há moçambicanos e “moçambicães” (os sem cartão do partidão) estendeu-se nas províncias, nos distritos, onde se não é membro da Frelimo não se pode ser director duma escola pública, do hospital ou posto de saúde público. Mas no pior de tudo, é Manuel Tomé, chefe da banca parlamentar da Frelimo, ter declarado publicamente que Moçambique não era para todos. E o chefe do Estado repudiou-o?

Contudo, nunca é tarde para o governo de Guebuza manifestar praticamente o resgate do sonho de Mondlane e Simango – Moçambique para todos. Armando Guebuza como Presidente da República pode propôr uma lei em que os postos de direcção escolas, hospitais, empresas públicas entre outros se ocupam por concurso público e não por confiança partidária. Ninguém vai o condenar, pelo menos não os que hoje se sentem excluidos no bolo.

Nelson disse...

Oh amigo Reflectindo acho que entrei numa “crise” de questionamentos e o seu comentário me obriga a fazer mais alguns.

“muitos slogans de propaganda política são bons”
• Oque seria um “bom slogan”? Aquele por exemplo que fosse agradável ao ouvido, cuja materialização coincidisse com os anseios dos ouvintes mesmo que a primeira vista ficasse claro o facto de não ser exequível?

”os políticos/partidár são conscientes que o melhor é evitar que depois das eleições sejam cobrados por tudo que haviam prometido”
• Existe então mesmo ao prometer a consciência de que não se cumprira oque se está prometendo?

“quem já cobrou por futuro melhor?”
• Existe algum mecanismo para cobrarmos as promessas que nos foram feitas?.

Eu penso amigo que o factor igniorância tem um peso muito grande nessa história. E quando falo de ignorância não me refiro necessariamente ao analfabetismo. Quem por exemplo, como eu acho que se devia proceder, leu e entendeu os estatutos do partido a que se filiou, antes de tomar essa decisão. Quem entende os discursos políticos? Quem os interpreta correctamente. Muitas vezes ficamo-nos mesmos é nas nossas “fervorosas” emoções. Como eu disse meu amigo não tem nada a ver com analfabetismo. Eu penso que é até questão de atitude. Escolhas que fazemos. O nosso dever partidário as vezes fala bem mais alto que toda a razão.

”Os que ficaram no poder por muitas décadas são os mais hábeis nisso”
Isso pode ser verdade e apartir dai tem que se exigir que os que não estão no poder, nunca estiveram, sejam visivelmente diferentes. Se olharmos para a Renamo por exemplo, quantos dos seus discursos não passaram disso?
Tem que se exigir que o MDM que se diz diferente, que prove com A+B e com desenhos se possível, que não se deixará ficar pelso discursos. Que não vai se prender aos slogan. Que vai cumprir oque tiver promentido.
A responsabilidade devia estar repartida eu penso. Nós vamos exigindo que nos expliquem os verdadeiros significados dos slogans enquanto que eles se esforçam em torná-los(os slogans) mais claros possível.
Enfim amigo, acho que a melhor forma de discursar é “fazer o serviço”