sábado, 13 de dezembro de 2008

Uma carta para mim



A mais recente das cartas que Dede tem me escrito. Sinto-me ate culpado por ultimamente nao poder retribuir:

Meu caro Nelson;


Faço votos que estejas bem e que os teus afazeres à contento. Por mim, tenho ido bem graças a Deus. Nelson, ti escrevo brevissimamente já em solo pátrio, mas concretamente de Maputo onde tive a ocasião de me ‘arrefecer’ do fosso dos fusos horários que não é nada de brincadeira. Para ti dizer a verdade, passaram umas boa três semanas para que me ajustasse ao ambiente e a sua gente.
Maputo próspera e soberana foi batizada pelo seu edil – Eneas Comiche – no credo de lhe tirar do marasmo a que foi votada pelas administrações danosas dos anteriores edis. De facto, na área infra-estrutural, está cidade deve ter experimentado uma r/evolução nunca por nós vista desde que Moçambique se livrou do jugo colonial em 1975. Pois, imprimiu-se uma nova dinâmica no capítulo das estradas, onde eu testemunhei que sob o pulso de Comiche, artérias como a que passam ao lado do Mercado Central – av. 25 de setembro e a Luthuli, sem me esquecer a Joaquim Chissano são autênticos tapetes. Conduz-se bem por elas, Nelson.
Mas, o que mais nos atormenta é a alta velocidade dos veículos que, a despeitos destas melhorias, perigam a vida dos transeuntes. Para dizer que Comiche fez de que foi muito mal agradecido pela turma dos Camaradas.
Vi também que houve um esforço da parte do Governo Central de estabelecer um Governo Provincial da Cidade de Maputo a desafiar nitidamente o já eleito Governo chefiado pelo Dr. Eneas Comiche. Nelson, para ti dizer que ninguém sabe o que o Governo Provincial da Cidade de Maputo faz. Só confunde, só distrai, só retrai, só suga do erário público já de si pressionado por realizações. Na prática o que está acontecer é que para um mesmo território, duas dotações orçamentais têm que ser passadas e alocadas. Que falta de inteligência é esta? Será que com a ausência do factor que levou Guebuza a criar um Governo Paralelo, não reconsidere desta vez e mande cessar a sua amiga e camarada Rosa Silva? Esperemos para ver!
Nelson outro pormenor que me chamou atenção é o facto de já se estar a viver a grandes ‘apertos’ nos seio dos populares, assim que nos aproximamos as festas do Natal e do Ano Novo de 2009. Os comerciantes já de vento em popa empolando os preços. Tudo sobe em flecha. Para as autoridades não faz sentido que se aumentem os preços e multiplicam avisos disto e daquilo mas que na prática não impede os comerciantes desonestos passear a bel prazer a sua máquina especulativa. Isto por um lado.
Por outro, os efeitos da crise mundial financeira já começou a ter repercussões na nossa economia quer por via da liquidez das instituições quer mesmo na forte desvalorização que as principais moedas de troca/venda que circulam no nosso mercado. Isto para dizer que o Rand, a moeda que mais foi usada nas últimas décadas, tem sido preterido no lugar de outras moedas mais estáveis, sobretudo o dólar americano que se valorizou nos últimos tempos.
Não queria me referir a esta alta de temperaturas econômicas financeiras que passamos – até porque o verão ‘amarelo’ está entre nós – para não mencionar as temperaturas políticas. Nelson, o “fenômeno” Daviz Simango verificado a milhares de milhas faz eco aqui na Capital. Aqui e acolá, se vêem pessoas a esgrimirem-se em cavacarias sobre os ‘efeitos’ e o ‘se’ bem assim os posicionamentos dos demais actores políticos. Uns tentando minimizar e outros re-jubilam-se pelo feito.
O mais certo é que Daviz Simango cultiva consenso a cada dia que nasce aqui na capital tanto que o facto de milhares de membros e militantes da Frelimo o terem votado desta vez, não se deixa de sonhar que este se assuma como o candidato as presidenciais de 2009. Sinais desta apetência a figura de Daviz Simango foram despoletados recentemente pelo grupo da Renamo, liderados pelo Vice-chefe da bancada da Renamo no Município de Maputo, A. Macuácua, que veio ao terreiro afirmar que a “Perdiz” anda “doente”.
Nelson, pode-se afirmar categoricamente que a nação só tem a ganhar caso Simango, com esta força quase anímica e fugaz que se vive, leve a causa e o desiderato da democracia que ele abraçou à bom porto: reclamando para si a Presidência da República.
A caminharmos a largos passos para o términos do ano, queria ti desejar umas boas festas e que o ano 2009 seja feliz e próspero.
Um abraço forte do teu
Dedé

Sem comentários: