Ainda em torno do "Zicoismo" como como Dr Serra chama à esse "algo que socialmente tenha peso, algo que socialmente traduza aspirações, desejos, algo que possa ser tipificado como sistema, sistema que encontre em Zico uma formulação, uma saída, uma válvula de escape, uma resposta" retirei daqui as seguintes questões:
1-Que sociedade nós estamos e vivemos?
2-Quem consome e porquê a música dos Ziquistas?
3-E porquê criticamos?
4-O que estaria por detrás desses músicos?
Decidi procurar entender as questões e de alguma forma dar respostas.
1-Um entendimento claro se precisa sobre o conceito sociedade, seus elementos, dinâmicas antes de particularmente se discutir a nossa(onde estamos/vivemos). É a falta desses saberes que muitas vezes me "amordaça". Mas infelizmente ai parece estar "a casca" de tudo que procuro entender, defender, criticar e enfim. A sociedade em que vivemos seja lá qual for a definição, tem as suas especificidades, tem a sua história, seus problemas. E ao analisar o "Zicoismo" há que ter em conta todos esses aspectos mesmo que não seja à maneira profunda de um "expert". A sociedade em que vivemos produz "Zicos", produz consumidores avidos dos produtos dos "Zicos", produz críticos e apologistas dos "Zicos". Sociedade complexa essa em que vivemos.
2-Num dos comentários fiz menção do que um DJ me disse acerca da música "NAKUDJULA HI DOGGYSTYLE" a saber " um Dj pode ser crucificado se não tiver essa música". É uma música que "esta bater". Toca nas rádios, nas discotecas, escuta-se nos chapas como disse Machel, passa nas tvs, enfim para dizer que dependendo da definição e certamente em doses diferentes, querendo ou não, gostando ou não, todos nós a consumimos. Por razões diferentes, com reações diferentes, resultados diferentes é claro. Será que devemos acreditar que os que consomem "maboazuda" agem no quotidiano segundo a música sugere? Que "dão" em tudo que é mulher e " até em albina"? Será que devemos acreditar que havendo que assim age o faz determinado ou influenciado apenas pelo "maboazuda"? Será que consumir as músicas dos "Ziquistas" significa concordar com oque dizem, "viver ao pé da letra"? Não haverá outros factores a determinarem? Se importam todos com oque dizem as músicas? Tem todos o cuidado de escutar e entender a letra das músicas? Quero sugerir que são muito os consumidores e são igualmente muitas as razões.
3-É interessante notar a "chuva" de crítica aos "Ziquistas". Nos debates que andaram por ai entre o novo e o velho, ao defenderem a necessidade de se preocupar com o conteúdo das mensagens que se passam através dessa famosa "música jovem", os da velha guarda foram acusados de o fazerem por terem perdido espaço na arena musical. A razão da crítica está penso eu, na sede de impôr "valores" sociais que são violados pelo conteúdo do produto dos "Ziquistas". Necessidade de como diz o meu grande Agry, negar expressamente "pactuar com manifestações tão medíocres como as propostas pelo Zico". A honestidade com que se critica fica no entanto "ameaçada" por falta de meios "definidos" com os quais se possa confrontar os criticados a ponto de culpabilizar-lhes por terem "atravessado a linha". É tanta relatividade que nunca se sabe se podemos ou não operar sob mesma plataforma, mesmos valores. Haver quem goste dos "Ziquistas" por exemplo, mesmo que seja uma minoria(infelizmente não é o caso). Haver quem lhes compre o CD, escute a música, passe na tv, inclua no Top sei lá, é suficiente para que se sintam animados a continuar com a "poluição moral" como alguém disse. Criticamos de forma "injusta" penso eu. Deixamos de lado todos os outros males sociais de mesma magnitude e concentramos as nossas atenções nos "Ziquistas". Se houvessem e definidos instrumentos com que criticarmos os "desvios" sócio-morais, teríamos com certeza como albergar em de forma justas todos esses males o que nos daria uma certa "credibilidade" na medida em que não nos estaríamos a basear em valores "abstractos" de conhecimento desproporcional aos integrantes da sociedade, não estaríamos a "atirar" em uns males e deixar de olhar para os outros. Podíamos ai sim incluir muitos outros "criadores" que de alguma maneira se "desviam" . Podíamos até quantificar o grau de nocividade desses produtos. A lista talvez fosse bem maior, talvez incluísse nomes dos "bem falados" músicos da velha guarda pois alguns deles de "santos" teriam muito pouco.
4- Oque estará por detrás desses músicos? Fama, dinheiro, ignorância, arrogância, falta de ética, moral, responsabilidade social. Falta de respeito pela humanidade, Visão distorcida do sexo e da sexualidade. Culto ao materialismo animal. Oque estará por detrás desses músicos? Fome de se impôr contra valores conservadores da sociedade, efeitos da globalização, falta do senso crítico e capacidade selectiva na importação de aspectos culturais alheios e até adversos aos costumes africanos. Falta de critérios reguladores das criações artísticas, capacidade da sociedade boicotar à manifestações artísticos-culturais que violam no seu todo ou em partes o sistema de valores sócio morais...
Por detrás desses músicos existe um sem números de factores reais e imaginários.
Na altura da "eclosão" do "blinguismo" procurou-se separar a Cantora Dama do Bling da cidadã Ivânia. Pretendia-se na altura defender com "argumentos" artísticos que a Dama do Bling podia-se "criar artisticamente" como bem entendesse. Usaram-se esxemplos de Madonnas, e muitos outros para defender os exageros do "Blinguismo". Onde mora a linha que separa o criador da criação? Quais são os pontos de ligação?
2-Num dos comentários fiz menção do que um DJ me disse acerca da música "NAKUDJULA HI DOGGYSTYLE" a saber " um Dj pode ser crucificado se não tiver essa música". É uma música que "esta bater". Toca nas rádios, nas discotecas, escuta-se nos chapas como disse Machel, passa nas tvs, enfim para dizer que dependendo da definição e certamente em doses diferentes, querendo ou não, gostando ou não, todos nós a consumimos. Por razões diferentes, com reações diferentes, resultados diferentes é claro. Será que devemos acreditar que os que consomem "maboazuda" agem no quotidiano segundo a música sugere? Que "dão" em tudo que é mulher e " até em albina"? Será que devemos acreditar que havendo que assim age o faz determinado ou influenciado apenas pelo "maboazuda"? Será que consumir as músicas dos "Ziquistas" significa concordar com oque dizem, "viver ao pé da letra"? Não haverá outros factores a determinarem? Se importam todos com oque dizem as músicas? Tem todos o cuidado de escutar e entender a letra das músicas? Quero sugerir que são muito os consumidores e são igualmente muitas as razões.
3-É interessante notar a "chuva" de crítica aos "Ziquistas". Nos debates que andaram por ai entre o novo e o velho, ao defenderem a necessidade de se preocupar com o conteúdo das mensagens que se passam através dessa famosa "música jovem", os da velha guarda foram acusados de o fazerem por terem perdido espaço na arena musical. A razão da crítica está penso eu, na sede de impôr "valores" sociais que são violados pelo conteúdo do produto dos "Ziquistas". Necessidade de como diz o meu grande Agry, negar expressamente "pactuar com manifestações tão medíocres como as propostas pelo Zico". A honestidade com que se critica fica no entanto "ameaçada" por falta de meios "definidos" com os quais se possa confrontar os criticados a ponto de culpabilizar-lhes por terem "atravessado a linha". É tanta relatividade que nunca se sabe se podemos ou não operar sob mesma plataforma, mesmos valores. Haver quem goste dos "Ziquistas" por exemplo, mesmo que seja uma minoria(infelizmente não é o caso). Haver quem lhes compre o CD, escute a música, passe na tv, inclua no Top sei lá, é suficiente para que se sintam animados a continuar com a "poluição moral" como alguém disse. Criticamos de forma "injusta" penso eu. Deixamos de lado todos os outros males sociais de mesma magnitude e concentramos as nossas atenções nos "Ziquistas". Se houvessem e definidos instrumentos com que criticarmos os "desvios" sócio-morais, teríamos com certeza como albergar em de forma justas todos esses males o que nos daria uma certa "credibilidade" na medida em que não nos estaríamos a basear em valores "abstractos" de conhecimento desproporcional aos integrantes da sociedade, não estaríamos a "atirar" em uns males e deixar de olhar para os outros. Podíamos ai sim incluir muitos outros "criadores" que de alguma maneira se "desviam" . Podíamos até quantificar o grau de nocividade desses produtos. A lista talvez fosse bem maior, talvez incluísse nomes dos "bem falados" músicos da velha guarda pois alguns deles de "santos" teriam muito pouco.
4- Oque estará por detrás desses músicos? Fama, dinheiro, ignorância, arrogância, falta de ética, moral, responsabilidade social. Falta de respeito pela humanidade, Visão distorcida do sexo e da sexualidade. Culto ao materialismo animal. Oque estará por detrás desses músicos? Fome de se impôr contra valores conservadores da sociedade, efeitos da globalização, falta do senso crítico e capacidade selectiva na importação de aspectos culturais alheios e até adversos aos costumes africanos. Falta de critérios reguladores das criações artísticas, capacidade da sociedade boicotar à manifestações artísticos-culturais que violam no seu todo ou em partes o sistema de valores sócio morais...
Por detrás desses músicos existe um sem números de factores reais e imaginários.
Na altura da "eclosão" do "blinguismo" procurou-se separar a Cantora Dama do Bling da cidadã Ivânia. Pretendia-se na altura defender com "argumentos" artísticos que a Dama do Bling podia-se "criar artisticamente" como bem entendesse. Usaram-se esxemplos de Madonnas, e muitos outros para defender os exageros do "Blinguismo". Onde mora a linha que separa o criador da criação? Quais são os pontos de ligação?