Olá Mariazinha.
A quanto tempo amiga!
Suspeitando que cedo o papi não podesse fazê-lo, o René tomou iniciativa de apresentar-se a si e aos outros bloggers e explicar a ausência do pai. Tem muita atitude esse menino! Penso que vocês vão se dar bem, e para mim vai ser um alívio porque algumas vezes(muitas) será ele o responsável pelas postagens do Meu Mundo que na verdade, apartir de finais de Julho passou a ser nosso. Vou lhe estimular a falar mais das coisas da Vila Gorongosa onde ele passará maior parte do seu tempo.
Pelo facto dele já ter te falado do acidente que sofri parece não sobrar muito por dizer. Apenas algo acerca do local onde aconteceu. Parece ironia do destino, mas fazia já algum tempo que eu vivia preocupado pela perigosidade do local.
Para quem conhece o município da Vila da Gorongosa, sabe que na EN1, mais ou menos apartir da zona do Hospital inicia-se uma descida que se torna bem acentuada na zona do mercado. Essa descida estimula os automobilistas e motociclistas a aumentarem a velocidade, passando pela super movimentada zona do mercado em velocidades incríveis, é que para além do movimento criado pelos utentes do mercado e dos passageiros partindo e chegando, existe o movimento da criançada das salas anexas duma escola que funciona por perto. Já algumas vezes tinha discutido com amigos, acerca da necessidade de se tomar alguma medida para desencorajar os automobilistas, oque não podiamos prever é que eu mesmo acabaria sendo vítima da situação. Agora existem motivos mais que suficientes para fazer chegar o assunto ao pessoal do Conselho Municipal da Vila da Gorongosa não apenas como uma possibilidade de ocorrência de acidentes mas com provas concretas de como aquele local é perigoso.
O acidente também me deu a possibilidade de ter conhecimento das dificuldades que se vivem no Hospital Central da Beira. Cheguei a conclusão muito pessoal que o mau atendimento e falta de profissionalismo por parte do pessoal da saúde, que tanto se fala, precisa ser bem contextualisado e analisado de forma profunda e cuidadosa sob risco de “engaiolarmos os pombos e libertarmos os corvos”.
Com a perna “pendurada”, sentado em casa, o tempo passaria muito devagar. Os dias se “arrastariam” aos meus olhos sem grandes novidades. Tinha que ser criativo, “inventar” actividades que me ajudassem a passar o tempo de forma mais divertida. Eu investi o meu tempo em leitura. O livro que li durante esse tempo, se chama “ New Issues Facing Christianity Today” da autoria do pensador cristão John Stott. Nele John discute os “polémicos” assuntos actuais que tendem a ser contornados pelos cristãos. Assuntos como aborto, eutanásia, homosexualismo, pobresa, guerras SIDA entre outros. Foi interessante, super interessante!
Mariazinha, perdi a festa dos 50 anos do Parque que aconteceu a 23 de Julho, mas penso que mesmo que eu não estivesse em casa por conta do acidente, pelo facto da ter acontecido um dia depois da vinda do René eu a perderia do mesmo jeito. Entre a festa dos 50 anos do Parque e a festa da vinda do René é claro que a do René me interessaria mais.
Mariazinha o país onde moramos(eu e René e a mãe) vai andando como pode. Recentemente tivemos a reedição do 5 de Fevereiro. Se não te lembras, 5 de Fevereiro “celebrizou-se” na história de Moçambique, quando em 2008 o povo foi à rua protestando contra subida do preço dos vulgos chapa 100 originada pela subida do preço de combustível. O 5 de Fevereiro e oque se seguiu fez correr muita tinta. Em resposta o governo decidiu subsidiar o combustível aos transportadores e na altura os entendido disseram que um precedente havia sido aberto.
Sabes Mariazinha que o preço dos combustíveis cá dentro, depende dos de lá fora, estranhamente, dizem os entendidos, apesar dos aumentos verificados lá fora durante o ano passado, cá dentro o preço se manteve. Já neste ano, provavelmente para “compensar” as subidas que foram “evitadas” no ano passado, os combustíveis foram subindo de forma sufocante e quando uma das subidas ia “coincidir” com a subida do pão, energia e da agua, o “balão” da paciência do maravilhoso povo moçambicano “estoirou” e foi-se mais uma vez à rua.
Morreu-se nas ruas de Maputo. E como naturalmente acontece nesses casos, há gente que se aproveita para criar uma desordem “extra” e roubar. Foi oque lamentavelmente aconteceu e “deitou-se fora o bebé junto a água suja do banho”. Os saques perpetrados opurtunistas foi usado por alguns para evitar “olhar de frente” a causa do povo ter ido à rua. São coisas desse nosso Moçambique.
Vou parar por aqui. Deixo o resto para logo que poder.
Abraços de Chitengo
4 comentários:
Nelson, tens mesmo que escrever no mais urgente possível para o Conselho Municipal tomar medidas de reducão da velocidade nessa zona. Infelizmente, são poucos automobilistas que pensam em acidentes. Muitos quando conduzem pensam apenas das vezes em conduziram a grande velocidade, bêbados, sem luz, etc, e não tiveram acidentes e nunca do perigo em conduzir nessas condicões. Então a autoridade tem que impôr medidas. Construir lombos, multar os que conduzem acima de 30km/h? Talvez, isso obrigue a reducão da velocidade nessa zona.
Abraco
Obrigado Reflectindo.Pode ter a certeza que escreverei ao Presidente do conselho Munucipal da Vila da Gorongosa. Já tenho o draft só preciso melhorar algumas ideias. Depois mando para o teu email a versão final.
Nelson,
como ficou o problema do combustivel bloqueado no portão do parque?
Caro anónimo, não tomei conhecimento do assunto de combustível bloqueado no portão do parque. Se tens detalhes por favor forneça que isso me ajudaria a me informar.Por exemplo:
-Bloquearam na entrada ou saida do parque?
-Quando é que isso aconteceu?
Enviar um comentário