segunda-feira, 30 de agosto de 2010

De René para tia Mariazinha

Meu pai tem muitos amigos. Alguns são tão distantes que só os conhece da telinha mas mesmo assim fala tão bem deles, que dá vontade de “conhecê-los de verdade”.
Não passam muitos dias, me falou de si tia Mariazinha, falou de tal maneira que fiquei morrendo de vontade de te falar. Vou-me apresentar porque um pouquinho chato falar com desconhecidos.
Decidiram que eu fosse chamado René Tafadzwa Livingston. Um nome que foi dificil escolher. Um dia te explico o significado deles.
Vim ao mundo na madrugada de 22 de Julho. Depois de longos mêses no ventre da mamã, achei que tinha chegado a hora de conhecer o “outro lado” das coisas. Dia 22 era perfeito porque o papi não estaria em casa. Tinha que ir a cidade para cuidar da saúde. Não sei se te contaram mas meu pai sofreu um terrível acidente em Maio e ficou com a perna direita fracturada. Deve ser por isso que andou meio raro. Depois do pior(três semanas internado) ter passado, voltou à casa rigorosamente engessado e ia mensalmente à cidade para controlar a perna. Foi numa dessas idas que aproveitei vir. Não quis eu que com a perna engessada meu pai ainda tivesse que passar pela chata espera que os pais tem que suportar antes dos filhos virem ao mundo. Dizem que essa espera se torna mais dificil quando se trata de primeiro filho como era o caso do meu papi. A mamã disse-me depois que não fui tão "complicado" como ela esperava.Em relativamente curto tempo eu ja estava ai.
Na tarde do dia 22 eu e o "velho" vimo-nos pela primeira vez. Eramos como dois estranho mas perfeitamente conhecidos um do outro. Uma sensação estranha. Iniciamos logo o primeiro contacto. Conversamos grande parte da noite já eu ainda não tinha sono e levaria tempo a me adaptar a nova realidade especialmente no que tange aos horários e o papi estava como que enfeitiçado. Pelo cansço da viagem esperava-se que fosse logo se deitar mas me segurou nos braços e com um olhar de quem não sabe oque dizer, não se cansava de me observar.
Os dias que se seguiram foram de adaptação para todos. Acho que serão eternos. Estamos todos aprendendo. Eu a ser o filho deles e eles a serem meus pais. Chegou a hora de porem em prática toda teoria que aprenderam.
Bem, eu tenho certeza que voltarei a escrever e a falar um pouco mais de mim e da minha relação com os meus paise naturalmente a querer saber um pouco mais de ti.
Até lá deixa-me dar-te um forte abraço.

René T. Livingston
P.S: Tenho consciência da necessidade de te mandar uma foto. Prometo fazer isso. Vou pedir ao cota o seu endereço electrónico e te mando o meu rostinho