sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Diabolizando Mugabe


Hoje vou diabolizar Mugabe.
Vou diaboliza-lo tanto, que não sobre oque lhe diabolizarem depois de mim.
Estou consciente que por um sem número de pessoas e por um sem número de razões,sem numero de formas, Mugabe já foi diabolizado, mas eu vou faze-lo do meu jeito.
Não vou voltar assim tanto no tempo revirar a história para cavar os “pecados” do homenzinho. Há muitos que já o fizeram. O passado de Mugabe não me interessa.
Não vou falar da luta pela libertação nem da independência do Zimbabwe.
As confusões da Zanu-PF não me interessam falar.
Não vou falar dos acordos do Lancaster House. Sei tão pouco ou quase nada sobre eles que não correria o risco de revelar minha ignorância.
Não vou falar das “reformas agrárias”. A questão da redistribuição das terra é para mim complexa demais. A violência que acompanhou o processo dessa redistribuição foi doloroso demais. Não sei se a terra confiscada aos farmeiro Brancos foi realmente redistribuida aos Zimbabweanos. Se sim não sei que critérios foram usados nessa redistribuição. Não sei quem a recebeu. Por conta dessa ignorância não vale a pena falar desse assunto. Não vou nem quero falar das sanções impostas pelo ocidente, ao Zimbabwe. É coisa controversa demais para o meu pouco tempo e grande ânsia de diabolizar Mugabe.
Não vou falar da “operação limpeza”. Dos milhares de Zimbabweanos que viram suas casas e bens destruidos.
Não vou falar do surgimento do MDC de Morgan Tsivangirai. É que não sei se o movimento e o lider não são realmente marionettes do ocidente inventados para desestabilizar o calmo, pacífico e próspero Zimbabwe daqueles dias.
Não vou falar da perseguição que os membros e simpatizantes do MDC foram vítimas, as várias prisões de Tsivangirai. É que não sei nadinha da legalidade das detenções dele. Não vou falar das eleições de Março, da demora eternal no anúncio dos resultados. Não vou falar da forma como os Zimbabweanos se deixaram levar pelo medo, e perderam a opurtunidade de tirar Mugabe do poder.
Não vou falar da violência que se seguiu, quando ficou claro que embora por diferença, o MDC tinha vencido as legislativas. Se eu falasse dessas eleições teria que divagar por todas as manobras fraudulentas orquestradas pela Zanu- PF e meu interesse não é esse. Eu quero é diabolizar Mugabe. Dos acordos para o GUN. Estou com medo de falar da mediação de Thabo Mbeki.
Não vou falar da colera. É que uns dizem que foi fabricada pelo ocidente enquanto outros apontam o dedo acusador às condições precárias em que o povo zimbabweano vive. Se eu falasse disso teria que mencionar a falta de medicamentos, do embargo imposto às ONGs interessadas em prestar auxilio humanitário.
Eu não vou falar nada disso tudo, pois já muitos o disseram. Quem não se lembra da confusão surgida na véspera da cimeira Euro-Africana? Quem não se lembra da famosa “diplomacia silenciosa” apoiada por uns e contestada por outros? Quem pode ter se esquecido da felicitação de Edson Macuacua à victória de Mugabe? Eu quero é diabolizar Mugabe e nada mais.
Da inflacção de mais de 9,000,000%, de desemprego
de mais de 90% será que vale a pena falar? Das zimbabweanas que tristemente pululam as cidades de Tete, Beira e Chimoio se prostituindo. Valeria a pena falar?
Bem deixemos o passado. Meu negócio é futuro.
No próximo dia 21 de Fevereiro, este mesmo meu Fevereiro, Mugabe completa mais um ano de vida(85 anos). Todo ser humano tem o direito de comemorar, com festa de aniversário ou não, a data que veio ao mundo. O meu foi ontem, 12 de Fevereiro,passei-o trabalhando. Recebi um sem número de mensagens de felicitação, e um grupinho de amigos me esta organizando um jantarzinho amanhã(sábado). Num passado bem recente, se celebrou o de Guebuza e teve festa. Sendo Mugabe chefe dum estado, também merece uma festa. Mas não devia a festa dum chefe do estado ser medida pela economia do seu país? Li no DM de ontem que o governo zimbabweano anda numa campanha de “doações coercivas” junto das poucas empresas que sobreviveram ao colapso económico do Zimbabwe. Quantidades incríveis de Champagnes especias, lagostas, camarão caviar e outros luxousos(caros) pratos tem de estar presentes na festa do presidente enquanto o povo vai morrendo ou de fome ou de colera. Isso é que é não ter coração. Isso é que é ser do diabo. Isso é que se chama insensibilidade por parte de Mugabe. Isso é que é prova de que Mugabe está nem ai para o povo. E é por essa linha de pensamento que eu vou diabolize-lo. Esse “carasquice” de Mugabe de se regular enquanto o povo more, fla bem claro de quem esse homem é. E isso já não tem nad a a ver com o papo de soberania. Não se pode meter o ocidente nessa história, muito menos Tsviangirai.
O tipo é dos diabos mesmo!

Sem comentários: