Quando se tratou de Luís Boavida, SG do MDM, foi também rápida e estrategicamente julgado e sentenciado em Pebane, ainda que os prazos para tal procedimento judicial estivessem todos esgotados. E depois dizem que a PRM e os tribunais não estão partidarizados e a cumprir agendas políticas do interesse de um grupo. Que respeito se pode pedir para com autoridades engajadas em agendas estranhas e viciosas?
Beira (Canalmoz) – Moçambicanos é preciso estarmos atentos para amanhã não sermos também vítimas de uma acção do mesmo tipo e natureza. Estamos pagando a uma polícia e a outro tipo de autoridades que escolhem quem deve ser detido, julgado e condenado. Estamos pagando a órgãos que repetidamente se colocam ao serviço de agendas particulares e não do que está articulado na Constituição da República e da ordem jurídica nacional.
A defesa do crime qualquer que seja a sua natureza e praticante não é o que se pretende com estas linhas.
Gostaríamos de ver uma actuação célere e esclarecida em todos os casos que acontecem pelo país inteiro.
Muitas vezes comenta-se que quando a PRM quer, faz trabalho. Aí o povo aplaude. Também se diz que não é a falta de meios e outros recursos que impedem que a PRM actue com mais qualidade e resultados visíveis. A conhecida porosidade das fronteiras moçambicanas tornou-se aparentemente num ganha-pão para muitas pessoas que estão afectas a diferentes departamentos de segurança. Amiúde se comunica a apreensão de dezenas de emigrantes ilegais e as cidades de todo o país e vilas têm inúmeros cidadãos estrangeiros pacatamente exercendo actividades comerciais e outras sem que se saiba do seu grau de legalidade. Essas pessoas encontram-se no país ao abrigo de esquemas que só o Diabo conhece. O sentido de corporação defensora da integridade nacional e soberania andam muito ensombrados por uma cultura que se estabeleceu em vários domínios da vida nacional.
No caso de Azagaia, tal como a sua detenção se passou e tendo em conta histórias semelhantes de episódios de incriminação de pessoas por certos agentes, duvida-se que o músico e o seu colega na viatura, estivessem realmente a prevaricar. A quantidade de suruma é bem possível que possa ter sido introduzida na viatura para que houvesse motivos para o retivessem para que não fosse ao palco do Gil Vicente lançar o seu novo vídeo.
Se antes este cantor foi chamado a PGR por causa do que escreve e canta agora terá sido encontrada uma maneira firme de cortar-lhe a voz e a mensagem.
Seria interessante que vozes do actual modelo de governação que emanam das fileiras da Frelimo se vissem travadas e revistadas em plena via pública. São conhecidos casos de traficantes que até usam circuitos diplomáticos, mas o silêncio e a passividade das autoridades nesses casos tem prevalecido. Agendas diferentes!?...
Sabemos que jamais acontecerá as autoridades agirem porque os camaradas se protegem com “unhas e dentes”.
Graves irregularidades de gestão que se aventa que aconteceram no extinto GPZ na altura dirigido pelo coronel na reserva Sérgio Vieira depois de alguma menção na comunicação social do país desapareceram dos holofotes. Os descaminhos e desvios de fundos do Estado, a alienação ilícita de património do Estado é esquecida e jamais investigada por esta PIC de má fama. Não sou eu que assim diz mas as várias pesquisas efectuadas sobre a confiança popular nos órgãos governamentais.
Quando se diz que os directores provinciais desviam viaturas do Estado para cumprir tarefas partidárias estamos perante um acto grave que jamais é investigado. Em geral quem assim procede até é promovido a governador de província ou ministro deste ou daquele pelouro. E não digam que estou mentido porque esta é a mais pura verdade que se pode verificar de governo a governo no país.
Aparece o ministro das Finanças a dizer que de facto houve desvio de aplicação de fundos mas o prevaricador não e incomodado. Simplesmente é transferido para iguais funções noutra província. E quando ninguém cumpre com as recomendações do Tribunal Administrativo é o mesmo que dizer que sua função é cosmética.
Aquela normalidade governativa que se deseja e que é necessária para que as políticas traçadas sejam implementadas claro que não se concretiza e todas as aspirações de desenvolvimento ficam reféns destes comportamentos anómalos.
Não se pede muito. Pede-se apenas que se a lei é para todos e ninguém está acima da lei que isso seja visível todos os dias. As instituições têm de se dar ao respeito e não podem continuar com agendas partidárias. O Estado não é da Frelimo.
É deveras triste e desolador ver uma PRM com história e protagonismo aceitar ficar acorrentada ás intrigas de políticos que querem mostrar serviço que não fazem em casos de grande relevo.
O país não pode continuar a ter instituições do Estado a comportarem-se para servir agendas de uma entidade privada que para todos os efeitos são qualquer que seja o partido, designadamente o que está no Poder.
Tem de ficar claro para todos que desenvolver Moçambique passa por apetrechar a PRM com meios humanos e materiais cada vez de maior qualidade e tornar esta corporação numa fonte de orgulho pelo trabalho exemplar executado. Não queremos continuar a desconfiar das acções de agentes de polícia que correm a proteger “sedes de bairros” da Frelimo quando estes mesmos são os primeiros a dizer que não tem efectivos para socorrer cidadãos vítimas de acções criminosas nos bairros de nossas cidades e vilas.
Prender e deter o Azagaia parece uma acção de marketing forte e deixa transparecer uma decisão tomada no quadro de uma tentativa de travar um artista de apresentar sua mensagem. Como critico do regime que é considerado, importava fabricar uma maneira de impedir que a apresentação de seu novo vídeo acontecesse.
Quem ordenou a busca e captura de Azagaia? Quem teve e tem medo de ver este artista a se fazer ao público?
Tudo o que se viu com Azagaia, têm um determinado objectivo. Estrategicamente resultou porque o show de Azagaia não foi apresentado e atrasou-se a apresentação de um vídeo e uma serie de canções obviamente críticas ao regime. Mas ficou a imagem de um governo que vicia as instituições do Estado, intolerante para com a crítica genuína de seus cidadãos ao seu desempenho, procedimento e comportamento.
É mais uma mancha que nem declarações à posterior de “exímios” edsons macuácuas vão apagar na mente das pessoas a vergonha que foi a cabala montada contra o jovem que está a crescer de popularidade com estas aberrações dos que pretendem ser vistos e tidos como autoridades.
Ou se quer um Moçambique mais democrático ou quer-se por em prática um sistema de controlo dos cidadãos à “velha moda” tristemente conhecida em Moçambique e que levou o País a uma sangrenta guerra civil.
A incompetência governativa parece estar a ser assumida. Os receios são sintomáticos. O regime está podre e começa a ter consciência disso. Só assim se percebe que estejam com medo de Azagaia. Só assim se percebe por que razão algumas pessoas andam muito nervosas. Só assim se percebe porque acontece este joga baixo e tendencioso.
“A procissão ainda vai no adro” e surpresas aguardam-nos… Mas que fique certo: a intolerância ou o sufoco popular por via de tentáculos, meios policiais e da comunicação social servil, não vão parar a luta dos moçambicanos.
Está claro em todo o mundo: Povo que experimenta a democracia e a Liberdade quer mais democracia, mais liberdade e acesso às oportunidades no seu país.
Queremos ver a PRM desmarcando-se de actuações de natureza duvidosa e politizada bem como desdobrando-se no combate ao crime generalizado no país.
Querem ver os tribunais e a procuradoria a trabalhar pelo país e a não servir agendas partidárias.
Travem os assaltantes de bancos, os emigrantes ilegais, os garimpeiros tanzanianos, zimbabueanos, malianos ou seja o que for que nos vêm delapidar o País e não juntar-se a nós no esforço pela construção de bem-estar.
Parem com a venda de documentos de identidade moçambicana a paquistaneses que nem português sabem falar.
Parem com os casamentos de conveniência que se alastram pelo país com o objectivo de obtenção de nacionalidade moçambicana.
Estudem e aperfeiçoem a capacidade de prevenir o crime e de resolver os vários casos mal parados que estão arquivados.
Moçambique precisa da PRM e de órgãos de Justiça que se dêem ao respeito. Só pode existir com a confiança dos cidadãos que são afinal a sua mais importante de razão de existir.
Os governos e os políticos passam mas o povo jamais passará …
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